Petrobras mantém apetite por leilão de gás após Libra, diz diretor

"Não diminuiu em nada, vamos participar como sempre, de forma seletiva, técnica", afirma Alcides Santoro

Reuters

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RIO DE JANEIRO – O desembolso de 6 bilhões de reais que a Petrobras (PETR3, PETR4) terá que fazer pela aquisição da reserva de Libra, na Bacia de Santos, não vai diminuir o apetite da estatal pela rodada de gás da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), programada para o mês que vem, segundo o diretor de Gás e Energia da estatal, Alcides Santoro.

Segundo ele, a empresa mantém o interesse no certame mesmo com o forte desembolso que fará por Libra, leiloado na véspera por 15 bilhões de reais.

Por deter 40 por cento do consórcio vencedor da licitação de Libra, no pré-sal, o desembolso da Petrobras em bônus de assinatura será de 6 bilhões de reais.

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“Não diminuiu em nada”, afirmou ele a jornalistas, ao ser questionado sobre o apetite da empresa pelo leilão de gás de novembro. “Vamos participar como sempre, de forma seletiva, técnica…”, acrescentou Santoro, após participar do XV Congresso Brasileiro de Energia, da COPPE-UFRJ.

O executivo chegou a convocar o setor industrial a participar do certame da ANP, que será voltado para gás em terra, convencional e não convencional.

“Décima segunda rodada é uma boa oportunidade para gás ‘onshore’. Vamos participar do leilão e achamos importante que todos participem, e que sirva também como marco regulatório no gás natural. Não tem gás barato sem oferta e para reduzir o preço e preciso produzir aqui”, disse durante palestra.

O executivo afirmou ainda que a Petrobras concluiu recentemente um programa de gás (Pron-gás) que tinha como objetivo analisar as bacias sedimentares do Brasil.

“Avaliamos custo de gás, uso de gás e isso faz parte da nossa estratégia para décima segunda rodada”, disse ele a jornalistas.

Importação de GNL
A estatal espera fechar este ano com uma importação média de 12 a 13 milhões de metros cúbicos ao dia de GNL (Gás Natural Liquefeito), disse Santoro, sem dar comparativos com 2012.

No começo do ano, o volume importado chegou a 14 milhões, com maior despacho de usinas térmicas.

No entanto, a perspectiva é de que, no ano que vem, com a previsão de mais chuva e menor despacho de térmicas, essa importação de GNL caia, de acordo com Santoro.

“Achamos que vai baixar mais ainda; ainda não temos os cálculos para o ano que vem”, frisou ele.

No mês que vem, a Petrobras inaugura sua planta de GNL na Bahia, que se junta a outros dois terminais já em operação no Rio de Janeiro e no Ceará.

A planta de regaseificação da Bahia terá uma capacidade de 14 milhões de metros cúbicos ao dia.