BofA aponta Petro como empresa mais endividada do mundo e cita 3 fatores-chave

Com uma dívida totalizando US$ 112,7 bilhões a partir do segundo trimestre, a companhia tem agora mais dívidas do que qualquer outra corporação

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em meio ao seu ambicioso programa de investimentos, a Petrobras (PETR3;PETR4) é agora a companhia mais endividada do mundo, destaca o Bank of America Merrill Lynch em relatório divulgado nesta sexta-feira (18). 

Com uma dívida totalizando US$ 112,7 bilhões a partir do segundo trimestre de 2013, a companhia tem agora mais dívidas do que qualquer outra corporação pública não-financeira tanto em países emergentes quanto em desenvolvidos. Completando o pódio no ranking das mais endividadas, está a China State Grid (US$ 104 bilhões), Verizon (US$ 98 bilhões) e CNPC (US$ 90 bilhões). E a dívida da Petrobras pode subir ainda mais, para US$ 130 bilhões até 2017, sendo que depois começará a declinar. 

De acordo com o BofA, “a dívida da Petrobras apresentou um alto crescimento devido à implementação de um ambicioso programa de capex de US$ 237 bilhões para o crescimento de sua produção offshore”.

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Após constatar que a empresa está bastante endividada, o banco elencou três fatores-chave para reduzir a alavancagem: maior produção, aumento dos preços domésticos e capex. 

Para a analista Anne Milne, os títulos da petrolífera continuarão sobre pressão até que os mercados vejam uma redução na alavancagem, além de melhoras no fluxo de caixa da companhia que, no segundo trimestre, foi negativo em US$ 21 bilhões e uma alavancagem bruta de 3,8 vezes. 

O caso-base da companhia é conservador e envolve a combinação de uma expectativa de crescimento na produção de óleo e gás para 2,7 milhões de barris de óleo em 2014 e 3,1 milhões de barris para 2017. O cenário da analista para reverter a tendência de alta da sua alavancagem seria impulsionar o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), o que ocorreria com o aumento da produção. E, de acordo com a analista, os próximos 6 a 18 meses serão o início de uma importante virada para a petrolífera. 

Os preços domésticos, aponta a analista, também é um fator de grande importância. Anne ressalta que, de acordo com a diretoria, um aumento adicional de preços é possível no curto prazo; porém, a analista acredita que é difícil que isso aconteça, devido à fraqueza do crescimento econômico, pressão inflacionária, um real mais fraco e o risco de protestos sociais.

Por último, outro ponto listado que poderia ajudar na redução da alavancagem seria a redução do programa de capex da empresa, com a companhia identificando US$ 29,5 bilhões em projetos que estão com baixa valorização. Por outro lado, a analista ressalta que venda de ativos, o programa de redução de custos e as joint ventures podem ajudar a petrolífera. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.