CVM investiga interferência do BNDES e de fundos na Petrobras, diz Estadão

Grandes fundos e banco de fomento estão sendo acusados por irregularidades na escolha de administradores e conselheiros da Petro

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Os últimos dias não estão sendo fáceis para Petrobras (PETR3;PETR4). Além do rebaixamento de rating pela Moody’s na véspera, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) pode levar a julgamento o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a BNDESPar e os fundos de pensões estatal Previ, do Banco do Brasil (BBAS3), Funcef, da Caixa Econômica Federal, e Petros, da Petrobras, de acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo.

Eles são acusados por irregularidades na escolha de administradores e conselheiros da Petrobras em 2011 e 2012; eles tem até o dia 28 para se defender. A reclamação, de acordo com o jornal, vem dos sócios minoritários da empresa; os fundos e o banco estatal votariam de acordo com os interesses do governo e não segundo o que seria melhor para a companhia. 

De acordo com a publicação, o episódio mais polêmico ocorreu na assembleia de 19 de março de 2012, quando um grupo de acionistas minoritários tentou eleger representantes do conselho, mas os nomes acabaram barrados pelos fundos e pelo BNDES, que elegeram outros candidatos. Dentre os nomes, estavam o empresário José Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar, e Jorge Gerdau.

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Caso a interferência se confirme, estaria configurado abuso de poder por parte dos órgãos governamentais. Na assembleia realizada em abril, Previ e Petros ainda votaram como minoritários; no evento, a presidente da Petrobras, Graça Foster, disse que não ficou provada a influência do controlador. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.