Moody’s rebaixa rating da Petrobras no aniversário de 60 anos da empresa

A perspectiva continua negativa - abrindo espaço para novos rebaixamentos nos próximos meses; Bradesco e Itaú também foram afetados

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – A Moody’s rebaixou o Petrobras (PETR3; PETR4) de A3 para Baa1, comunicou a agência nesta quinta-feira (3) – aniversário de 60 anos da empresa. Esse rebaixamento reflete a alavancagem financeira elevada da Petrobras e o fluxo de caixa fraco nos próximos anos por causa do programa de investimentos.

A perspectiva continua negativa – abrindo espaço para novos rebaixamentos. “Vemos a alavancagem da companhia atingir níveis máximos em 2013 e 2014 e é significativamente mais alto que o do resto da indústria. Sucesso na execução do programa de investimentos e entrega dos alvos agressivos de produção devem ser fundamentais para reduzir a alavancagem da companhia”, disse Thomas Coleman, vice-presidente sênior da agência, que tem como um dos maiores acionistas Warren Buffett. 

Nesta sessão, a agência diminuiu a perspectiva para a nota de crédito nacional, de positiva para estável – mas manteve a nota de Baa2. Essa mudança fez com que a metodologia se alterasse e empresas como a Petrobras fossem afetadas. Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4) também foram rebaixados, também de A3 para Baa1. 

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Petro prejudicada
Os gastos com o programa de investimentos podem ser duas vezes a geração de caixa da companhia. A dívida continua se elevando: cresceu em US$ 16,3 bilhões no primeiro semestre e deve aumentar novamente em 2014. Com isso, as métricas de alavancagem se elevaram e continuam elevada: a dívida total é quatro vezes a geração de caixa da companhia.  

A agência de classificação de risco detalhou que a presidente da companhia está conduzindo um programa de revisão de investimento para focar na execução e entrega – bem como controle de custos. O programa inclui novas unidades de produção entrando em produção já em 2013 e 2014, o que deve ajudar a geração de caixa da companhia. O plano da Petro pretende aumentar a produção para 3 milhões de barris de óleo equivalente em 2016 e 5,2 milhões em 2020. 

Nesse cenário de grandes investimentos, a Petrobras sofre com perdas com operações de distribuição. As operações de distribuição estão gerando perdas contínuas para a petrolíferas. “Não está claro se aumentos suficientes de preços estarão a caminho, diante das pressões políticas sobre o governo e o foco no controle da inflação”, destaca a Moody’s.