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A privatização da Eletrobras abriu as portas para que milhares de trabalhadores com FGTS buscassem uma alternativa para diversificar o rendimento dos recursos, hoje corrigidos por TR mais 3% ao ano. Como já havia ocorrido no passado com Vale e Petrobras, os trabalhadores puderam participar do processo via Fundo Mútuo de Privatização (FMP), que são fundos mono ativos, concentrados e, portanto, expostos aos riscos de uma única empresa.
O que poucos sabem é que, após seis meses, os recursos alocados no FMP podem migrar para fundos de investimentos de gestão ativa e mais diversificados. A XP Asset acaba de criar dois produtos voltados para receber recursos dos FMPs.
“O FMP da Eletrobras teve forte adesão no mercado, inclusive com rateio do valor inicialmente solicitado. É um universo que a partir do dia 14 de dezembro pode buscar outras alternativas de investimento com maior diversificação e possibilidade de gestão ativa, na busca pela melhor relação de risco retorno”, comenta Felipe Manfredini, responsável pelo time de Distribuição de Fundos da XP.
“Ganham em diversificação porque são carteiras com mais ativos, diferente do FMP que só tem ações da Eletrobras. Além disso, faremos uma gestão ativa, buscando as melhores oportunidades de alocação.”
A XP Asset está lançando duas versões de FMP com gestão ativa, que podem ser acessados pelos investidores com recursos no FMP de Vale, Petro e Eletrobras. O primeiro produto, o FMP XP Investor FIA é um fundo de investimento que só tem ações com algo entre 15 e 20 papeis.
“Não temos a obrigatoriedade de ter ativos da Eletrobras no fundo. É um produto ação livre, ou seja, temos liberdade para buscar melhor retorno para o cotista”, explica Marcos Peixoto, gestor responsável pela Renda Variável na XP Asset, acrescentando que o cotista que fizer a portabilidade dos recursos do FMP da Eletrobras para o FMP Investor não é tributado e passa a ter um produto com melhor risco e retorno.
“Qualquer problema político ou econômico na Eletrobras derruba o fundo que é mono ativo junto. Em um fundo diversificado, com várias ações na carteira, o movimento é outro.”
Para criar o FMP Investor, a asset da XP replicou uma estratégia com bom histórico e de um dos fundos de ações mais antigos da casa, o Investor FIA.
“É a mesma carteira”, diz Peixoto, citando dados de rentabilidade do produto da XP com outros FMPs mono ativos de Vale e Petrobras, criados na época da privatização das companhias.Desde que existe, no final de 2006, o Fundo Investor já rendeu perto de 700% contra um Ibovespa no mesmo período de 200%.
O outro fundo criado pela XP Asset para receber recursos dos FMPs da Eletrobras é um pouco mais conservador.
O FMP XP Balanceado FIA tem uma carteira com 51% de ações, seguindo a estratégia do Investor original, e 49% com títulos públicos federais. “É uma opção para quem busca exposição majoritária a ações, mas com menor volatilidade através de uma parcela alocada em Renda Fixa”, explica Peixoto.
Os recursos alocados em FMPs têm horizontes de investimento de longuíssimo prazo, lembra Manfredini, acrescentando que as regras permanecem a mesma de saque do FGTS.
“É possível resgatar o FGTS em casos como: demissão sem justa causa; aposentadoria; falecimento do trabalhador; idade igual ou superior a 70 anos; compra da casa própria, entre outros.”
Após 12 meses, seguindo as regras dos FMPs, os investidores podem se desejarem pedir o retorno dos recursos para o FGTS. Só no FMP da Eletrobras, de junho de 2022, quase 400 mil trabalhadores autorizaram o uso dos recursos do FGTS para o investimento nas ações da estatal e que agora podem portar para os fundos que a XP criou.
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