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A ideia de ficar vinculado a um tipo de investimento e a um mesmo gestor por um longo período, por 10 ou 15 anos, pode parecer temerária para muitos. Mas, a proposta passa a ser muito sedutora quando se olha o histórico de retorno desta estratégia de longo prazo, que pode chegar a 20% ou 30% de ganho real por ano, acima da inflação.
Quem reúne estes dois atributos, baixa liquidez e potencial de retorno elevado, são os fundos de Private Equity (PE), uma categoria dos chamados Investimentos Alternativos, que buscam aportes em ativos reais como imóveis e empresas e estão em fase inicial de desenvolvimento no Brasil.
Uma comparação com a indústria de PE americana mostra a distância que o Brasil ainda tem que percorrer, mas também o potencial enorme para a criação de produtos e atração de investidores.
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Hoje, o mercado de fundos Private Equity no país representa 0,7% do PIB nacional, a mesma posição ocupada pelos Estados Unidos há 20 anos. Atualmente, a captação destes fundos no mercado americano chega a 1,7% do PIB.
“Lá os investidores institucionais puxaram esta indústria, enquanto no Brasil eles ainda representam uma parcela pequena dos investidores”, comenta Bruno Zaremba, sócio e head de Private Equity e Relação com Investidores da Vinci Partners, gestora referência em investimentos alternativos no Brasil.
Uma fundação americana média, por exemplo, tem cerca de 30% do patrimônio em Investimentos Alternativos, dentre eles produtos de Private Equity, número que no Brasil é um pouco acima de 5%. Os juros domésticos altos retardaram o desenvolvimento destes fundos porque, na visão de Zaremba, o apetite para testar os produtos era pequeno.
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Contudo, esse cenário vem se alterando devido a Selic mais baixa nos últimos anos, a construção de um histórico de bons retornos dos produtos e a validação da qualidade dos gestores, que fizeram a busca pelos produtos de Private Equity aumentar.
“O que estamos vendo é uma evolução gradual. O interesse por esta classe de ativos aumentou bastante e os fundos mais recentes já têm um volume um pouco maior de capital institucional, importante para o desenvolvimento desta indústria”, comenta Zaremba.
Estudo recente divulgado pelo Insper mostrou que se os investidores do chamado “primeiro quartil” tivessem investido em PE entre 1994 e 2021 teriam um retorno anual de 40%, acima de qualquer outra classe de ativos.
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Na visão do executivo da Vinci Partners é importante que o investidor conheça bem as características dos produtos e também avalie o histórico do gestor, já que comprar cotas de um fundo de Private Equity é um relacionamento de longo prazo. “Se ele precisar dos recursos antes, terá que recorrer ao mercado secundário que é muito pequeno e com descontos elevados.”
Principais estratégias
Existem pelo menos três grandes estratégias de investimento utilizadas pelos gestores de PE. A primeira é a de crescimento, quando a gestora compra participação em uma empresa, minoritária ou majoritária, para acelerar seu crescimento. Na segunda estratégia, chamada de buyout, o gestor tipicamente adquire uma parcela majoritária da empresa e assume o controle, implementando melhorias de gestão que gerem valor para a companhia. Na terceira, o foco é em empresas que precisam ser reestruturadas, seja através de melhorias operacionais ou da redução da dívida.
Nos fundos de Private Equity da Vinci Partners, as estratégias mais usadas são de crescimento e buyout. “Temos um fundo grande que mescla estas duas estratégias e outro, menor, que compra participação minoritária em empresas visando acelerar o crescimento”, explica Zaremba. A cada safra de captação de recurso dos investidores, o fundo maior levanta entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões, e o menor algo próximo a R$ 1,5 bilhão.
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É também importante que o investidor conheça o fluxo de investimento e desinvestimento dos produtos. Na Vinci, o ciclo completo dos fundos de PE é de até 10 anos, sendo os 5 primeiros anos destinados ao período de investimento, onde as empresas são adquiridas. A partir do sexto ano, começa a fase de desinvestimento, com a venda das participações e a entrega de retorno ao cotista. “O que gostamos de buscar sempre são empresas onde há oportunidade de transformação e que, muitas vezes, são fortes regionalmente para expandir” explica Bruno Zaremba.
Um exemplo é o Burguer King, que era regional e, após ser adquirido por um fundo de PE da Vinci, expandiu nacionalmente, se tornando uma das maiores redes de fast food do Brasil. O mesmo com a Uniasselvi, de educação a distância com força em Santa Catarina e que hoje tem presença nacional.
Para garantir que os planos sejam executados, a Vinci influencia a gestão das empresas. O grande case da Vinci Partners e da indústria de Private Equity no Brasil é a empresa de energia Equatorial (ex-Cemar), adquirida pelo primeiro fundo da gestora.
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“Fizemos uma transformação na companhia e depois começamos a fazer aquisições. Abrimos o capital da empresa e concluímos o desinvestimento em 2016. O ganho para o investidor foi bem relevante, com retorno de cerca de 20 vezes o capital investido.”
Gestão de risco
A gestão de risco dos produtos também é importante. Na Vinci, por exemplo, há metas ou limites de concentração setorial, geográfica e por tamanho para assegurar uma carteira saudável. A ideia é ter perto de dez companhias, com algo entre 7% a 10% de participação por empresa no fundo.
“No nosso caso, o controle de risco é na entrada. Demora em média um ano para fecharmos um investimento pois fazemos diligência, queremos conhecer o empreendedor, ver se a gente tem o alinhamento necessário com ele, mapeamos o setor e o tamanho da oportunidade. É um trabalho gigante. Por ano, olhamos 180 empresas para fechar dois investimentos.”
Opções da Vinci
Hoje, a gestora especializada em Investimentos Alternativos tem três fundos de Private Equity em momentos diferentes. O VCP II já está em fase de desinvestimento. O VCP III, criado em 2019, captou R$ 4 bilhões e está concluindo os investimentos.
A Vinci Partners já estrutura também próximos projetos. “O investidor brasileiro está ainda conhecendo esta indústria. No exterior, o ele tem entre 30% e 40% do capital em produtos alternativos, sendo metade em Private Equity. Se estamos bem distantes disto, por outro lado temos um espaço enorme para avançar.”
Além de Private Equity, os investimentos alternativos também incluem fundos de Infraestrutura e fundos imobiliários (Real Estate).
Conheça mais sobre a gestora e área de Private Equity da Vinci Partners, que possui histórico de sucesso desde 2001 gerindo investimentos de longo prazo em empresas no Brasil, em vincipartners.com/negocios/privateequity.