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Coronavírus: mesmo com momento inédito nos mercados, investidor brasileiro ainda tem boas oportunidades

BlackRock, maior gestora do mundo, afirma que um fenômeno como o coronavírus nunca antes foi visto nos mercados

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A crise do coronavírus pegou o mundo de surpresa e trouxe muita volatilidade para o mercado financeiro. Segundo Rick Rieder, CIO de renda fixa global da BlackRock, maior gestora do mundo, com administração de cerca de US$ 6 trilhões em ativos, afirma que um fenômeno como o coronavírus nunca antes foi visto nos mercados.

“Considerando o S&P500, houve um declínio de 30% em 26 dias, o mais rápido já registrado na história, nem na Grande Depressão os dados chegaram perto disso de forma tão rápida. A volatilidade do mercado acionário também está sendo muito mais alta do que já foi visto na história do mercado”, afirmou o executivo durante uma live promovida pela XP Inc, em parceria com a gestora.

Em um momento tão incerto, diversificar o portfólio é crucial para tentar aproveitar o máximo do que as diferentes categorias podem oferecer. Cristiano Monteiro de Castro, diretor da BlackRock, afirma que a carteira de investimentos de um investidor, deveria se assemelhar a sua dieta diária: deveríamos ter um pouco de cada nutriente, assim como um pouco de cada estratégia para contribuir com a diversificação do nosso portfólio.

“Mas isso não acontece hoje, o investidor brasileiro é extremamente concentrado em ativos brasileiros. Não devemos nos alimentar apenas de carboidratos ou proteínas, assim como não deveríamos investir apenas em um país. Dito isso, acreditamos que esse momento de pandemia é uma oportunidade para abrirmos nossos horizontes de investimentos, principalmente, em um momento em que o investidor local está aberto a novas experiências, e iniciar esse ciclo de investimento internacional, assim como vimos uma recente onda de investimentos em ações no mercado brasileiro”, afirma.

A visão da BlackRock é que o portfólio deve ser bem diversificado entre renda fixa e renda variável global, com papéis de qualidade e que ofereçam dividendos e juros atrativos.

Apesar da recomendação, muitos investidores estão com receio devido ao momento de incerteza. “Devemos lembrar que os ativos depreciaram no curto prazo, mas, que no longo prazo, os ativos continuam possuindo valor intrínseco. Com os patamares baixos de taxa de juros no Brasil, vimos uma mudança na alocação dos clientes, se permitindo a tomar mais risco nas carteiras, principalmente no ano passado”, diz.

Para ele, a crise mostrou a importância de ter uma alocação balanceada para suprir, tanto as necessidades financeiras de curto prazo, quanto os recursos de longo prazo para projetos maiores ou aposentadoria. “Como lição de crises passadas, vimos que os preços dos ativos retornam ao longo do tempo e a paciência e tolerância são virtudes primordiais para os investidores não saírem dos seus objetivos financeiros”.

Na live, Rick Rieder diz que prevê um processo desinflacionário de curto prazo com a queda do PIB dos EUA, mas isso pode gerar oportunidade para o investidor brasileiro.

Segundo a equipe econômica da BlackRock, representada pelo BlackRock Investment Institute, o atual cenário gerou oportunidade para investir em ações americanas visto que o pacote de estímulo financeiro realizado pelo Banco Central americano foi robusto.

“Comparativamente às outras regiões e países, aparentemente, a saúde financeira das empresas americanas é superior, num momento de queda generalizada dos ativos globais. Pode ser um bom momento para buscar empresas americanas de qualidade”, diz Castro.

Já na renda fixa, o yield – renda paga pelos papéis – aparentam estar atrativos, portanto, os ativos com ratings de qualidade de crédito com juros atrativos, são uma boa opção.

“Os títulos de high yield também aparentam estar num momento atrativo, apenas com o ponto de atenção de se evitar os títulos corporativos de empresas do setor de energia. Várias dessas empresas estão ligadas ao setor de petróleo, que recentemente sofreu impactos negativos por excesso de oferta e um choque de demanda, os quais serão um dos responsáveis pelas pressões deflacionárias nos próximos meses”, diz.

Por onde começar?

Em cenário de forte correção de preços, os mercados de renda variável são penalizados pela sua liquidez, transparência e o princípio de eficiência dos mercados aonde as informações refletem os preços das empresas.

Em cenários de choque como esses onde existe uma disfunção de preços, a diversificação é primordial, principalmente, porque algumas ações podem sofrer mais do que as outras pontualmente e irracionalmente.

Nesse momento, o executivo afirma que a BlackRock vê com grande importância o investidor ter uma parcela investida no exterior, tanto com quanto sem proteção cambial, mesmo que seja via instrumentos locais como os fundos de investimentos multimercados que investem até 100% do seu patrimônio no exterior, quanto via ETFs, como o IVVB11, ETF que proporciona ao investidor local exposição ao índice S&P 500 – principal indice de ações americanas – com exposição cambial.

A procura dos investidores pelo IVVB11 nessa crise foi tão grande, que o produto foi de 768 milhões no fechamento de fevereiro para 1,806 bilhão, aumento superior a 1 bilhão.

No caso do ETF, por exemplo, traz a facilidade de comprar um portfólio diversificado de ações apenas com um instrumento, que é o caso do BOVA11, atualmente o maior ETF da bolsa brasileira que busca replicar a carteira do indice Bovespa.

Mas a diversificação internacional é sim uma boa opção e o momento é de grande relevância para o investidor local.

“Além dos riscos da crise, temos um cenário local político e econômico gerando volatilidade adicional aos mercados locais. A diversificação internacional, busca não concentrar os ativos do investidor apenas no país onde ele vive, oferecendo alternativas que estejam menos correlacionadas com choques diretos nas vidas dos indivíduos”, afirma Castro.

Em relação aos países emergentes, existem incertezas de curto prazo, apesar dos preços sem mostrarem atrativos.

“Várias economias emergentes dependem de commodities, principalmente do petróleo, e o impacto nos preços pode afetar as economias emergentes. Além disso, os sistemas de saúde dos emergentes são considerados mais frágeis e no atual cenário pandêmico, podem colapsar e afetar a economia de várias formas, incluindo ciclos de medidas restritivas mais pesadas que países desenvolvidos. Mais um motivo para que nosso portfólio não fique tão concentrado em Brasil, visto que hoje temos excelentes opções de investimentos no exterior por meio de veículos locais acessíveis aos investidores”, finalizou Castro.

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