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Sofrendo os reflexos da crise econômica, que diminuiu o consumo dos brasileiros e os investimentos feitos no país, a indústria nacional apresentou números ruins nos primeiros meses de 2016. Um exemplo disso foi a queda apresentada no mês de fevereiro, que atingiu quase todos as regiões. O empresário brasileiro Flávio Maluf comenta que, de acordo com o IBGE, no segundo mês desse ano, dos 14 lugares pesquisas pelo instituto, 11 tiveram produção inferior ao que foi obtido em janeiro.
No maior centro industrial do Brasil, que é São Paulo, houve uma queda de 2,1% na produção em fevereiro na comparação com o mês anterior, o que representou o pior resultado para a indústria da maior cidade brasileira no segundo mês do ano desde que o IBGE começou a fazer esse levantamento, em 2002. Já em todo o país, a diminuição foi de 2,5% durante o mesmo período.
Flávio Maluf destaca que esses números ficam ainda piores quando são comparados com aqueles obtidos no mesmo período de 2015. Em São Paulo, por exemplo, a queda de um ano para o outro na produção industrial foi de 12,3%, sendo que, apesar de ter acontecido uma diminuição em 13 das 18 atividades analisadas, os setores de automóveis e de máquinas e equipamentos foram os maiores responsáveis pela retração, com quedas de 25,1% e 24,6%, respectivamente. Esses números são reflexos da diminuição da demanda, que faz com que as indústrias tenham que diminuir suas produções e, consequentemente, o número de vagas de emprego.
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Flávio Maluf comenta que um dos dados que mostram de forma clara a gravidade da situação é o que aponta que o nível de produção da indústria paulista em fevereiro foi igual ao que foi apresentado em agosto de 2003, momento em que o país passava por sérias dificuldades econômicas.
Contudo, São Paulo não foi o estado que apresentou os piores números, embora o seu peso na economia nacional seja o mais expressivo, como destaca Flávio Maluf. Segundo o IBGE, os resultados mais negativos durante o mês de fevereiro foram apresentados pelos estados da Bahia e do Amazonas, que tiveram retrações de 7,9% e 4,7%, respectivamente. Os números da produção industrial baiana tinham sido positivos nos dois meses anteriores, tendo acumulado uma elevação de 8,5%, o que foi praticamente perdido com a queda de fevereiro.
Outros dois estados que também não tiveram bons números na produção industrial no segundo mês de 2016 foram Santa Catarina, que apresentou uma diminuição de 3,3%, e Ceará, com uma retração de 2,8%. Em contrapartida, três estados obtiveram números positivos em relação à indústria. De acordo com os números divulgados pelo IBGE, o Pará teve um crescimento de 6,2%, o Espírito Santo de 5,3% e Goiás teve um aumento de 4,1% em sua produção. O fator positivo em relação ao Pará e ao Espírito Santo é a atividade extrativa mineral, que aumentou 0,6% em todo o Brasil em fevereiro na comparação com janeiro.
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O executivo Flávio Maluf encerra comentando que em relação aos dados sobre a produção industrial em geral no segundo mês de 2016, quando os números são comparados com o mesmo período do ano anterior, 12 de 15 regiões analisadas tiveram retração em sua produção.