Como se planejar financeiramente para ser autônomo

O número de empreendedores no Brasil tem aumentado significativamente nos últimos anos. Veja, com a ajuda de um especialista, como se preparar financeiramente para dar esse passo e se tornar o seu próprio patrão.

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Muito se fala, especialmente em época de crise e com o desemprego em alta, em dar uma guinada na carreira, trabalhando por conta própria. Transformar-se no próprio patrão é uma realidade que vem aumentando consideravelmente, conforme mostra levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo a pesquisa em seis grandes capitais do país, nos últimos três anos subiu em cerca de 2% o número de pessoas que migraram de uma ocupação fixa para o trabalho empreendedor, como uma resposta defensiva ao momento econômico desfavorável.

Mas nem todo o mundo se lança em voo solo para fugir da crise. No caso da fotógrafa de recém-nascidos Kamila Strada, de São Paulo, a motivação veio com a notícia da gravidez de sua filha e a vontade de registrar todos os momentos da nenê desde o início. Kamila trabalhava com carteira assinada em uma agência de comunicação quando soube que a Malu ia chegar. Diante da notícia, a antiga paixão por fotografia reapareceu como uma chance de tornar a atividade o ganha-pão principal e ficar mais próxima da pequena. Algum tempo depois, ao se ver desligada da empresa, começou a se manter com o seguro desemprego enquanto se preparava para a nova profissão. “Eu me aprofundei nos estudos de fotos para newborn durante a gestação da minha filha. Meti as caras nessa iniciativa e até o pessoal descobrir que eu existia, passei por alguns apertos, sim e tive que contar com a ajuda do meu marido para bancar as despesas”, relata a fotógrafa, lembrando as dificuldades do início.

Com o tempo e a indicação das clientes satisfeitas, ajudando a estabelecer uma nova renda mensal, Kamila pode aprimorar ainda mais o seu trabalho e hoje até conta com o apoio de uma assistente para as sessões. “Faço, em média, entre 15 e 20 ensaios por mês. E dá tempo de levar minha filha à escola, trabalhar ao lado dela, acompanhando tudo o que acontece. Não me arrependo da escolha que fiz, foi a decisão mais acertada”, afirma.

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Preparando-se financeiramente para o salto

No caso de Kamila, a transição entre um emprego fixo e a nova atividade empreendedora, gerando uma renda média por mês, levou mais ou menos cinco anos para se consolidar. Conforme lembra o consultor financeiro e ex-professor de Administração da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP) Antonio Gallo, é importante ressaltar que a partir do momento que você decide ser “autônomo” estará exclusivamente por sua conta, o que implica abrir mão de benefícios como 13o., férias e licenças remuneradas, por exemplo.

No entanto, e conforme também avaliou Kamila na hora de tomar a decisão, o professor lembra que “você não terá também que seguir normas internas que às vezes o limitam, não sofrerá pressão para cumprimento de metas, poderá pôr em prática suas próprias ideias e utilizar suas próprias metodologias”, o que costuma sintetizar as razões pelas quais os profissionais com CLT acabam dando o grande passo. Planejar-se antecipadamente para esse momento é o que vai evitar dores de cabeça ao longo do processo. O professor Gallo sugere que você leve em conta estas três dicas abaixo na hora de executar o plano:

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1. Planejar uma reserva inicial: crie uma reserva financeira para enfrentar os eventuais investimentos iniciais (com equipamentos e ferramentas, por exemplo), além de garantir a cobertura dos gastos pessoais até obter uma nova renda estável. “O autônomo poderá não ter renda recorrente, ou seja, fatura num mês, não fatura no outro e assim, até formar uma carteira de clientes ou de eventos, seus ganhos serão bem irregulares”, explica o professor Gallo.

2. Elaborar um orçamento de despesas: faça um orçamento de despesas para um período de pelo menos seis meses (o ideal é um ano), prevendo todos os gastos recorrentes, os fixos de todo mês. Gallo sugere planejar o valor dessas despesas como se fossem metas a atingir, ou seja, quanto você precisará ganhar no mínimo, para se manter.

3. Gastar com cautela e economizar: nesse período, os recebimentos podem ser bastante irregulares e esporádicos, lembra o professor, não se repetindo todos os meses, portanto a ordem é gastar com cuidado. “Nunca imagine que uma eventual sobra num certo momento, poderá ser gasta sem um motivo justo. O autônomo não tem 13º salário, nem FGTS e tampouco a garantia de novas receitas regulares no próximo mês. Constituir reservas é essencial”, aconselha o especialista.

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