XP faz parceria com Fidelity e quer R$ 30 bi em fundos globais

Gestora vai vender um de seus fundos de ações europeias, na esperança de capitalizar no crescente interesse de brasileiros em investir no exterior

Bloomberg

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(Bloomberg) — A Fidelity Investments é a mais nova gigante global de gestão de recursos a aterrizar no Brasil, parte de um plano da XP de ter cerca de R$ 30 bilhões em fundos globais até o fim do ano que vem.

A Fidelity passará a vender um de seus fundos de ações europeias para investidores locais por meio de uma parceria com a XP, na esperança de capitalizar no crescente interesse de brasileiros em investir no exterior, disse Fabiano Cintra, especialista de fundos internacionais da XP.

“Com os juros na mínima e muitos fundos locais fechados para aplicação, os brasileiros estão se globalizando”, disse Cintra, em entrevista.

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A Fidelity se junta a gestoras como Wellington Management Group e Oaktree na tentativa de ganhar com a busca dos brasileiros por retornos maiores, conforme investidores migram da renda fixa para produtos mais arriscados.

Os fundos multimercado tiveram um recorde de quase R$ 90 bilhões em captação líquida até outubro, enquanto os fundos de ações atraíram R$ 66 bilhões.

“A capacidade da indústria local simplesmente não consegue acompanhar a quantidade de dinheiro que está fluindo dos clientes para produtos mais complexos”, disse Leon Goldberg, chefe de relacionamento institucional com gestoras da XP.

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Trazer fundos internacionais para clientes locais se tornou um negócio de rápido crescimento para a corretora brasileira. Em janeiro, a XP tinha 24 desses fundos em sua plataforma, com cerca de R$ 1,3 bilhão em ativos. Em outubro, havia passado para 75 fundos, com R$ 10,5 bilhões em ativos.

“Não seria surpresa triplicar esse valor em um ano”, disse Goldberg, acrescentando que apenas os fundos Wellington que a XP trouxe para o Brasil têm mais de R$ 1,5 bilhão em ativos de investidores locais.

A XP não está sozinha nesse movimento. BTG Pactual, Itaú e Bradesco também têm fechado parcerias similares, com nomes como a Bridgewater, de Ray Dalio.

Ainda assim, dos R$ 5,8 trilhões de reais investidos na indústria de fundos brasileira, apenas cerca de 1% é investido em fundos internacionais, segundo dados da Anbima compilados pela XP.

Os brasileiros tradicionalmente evitam colocar seu dinheiro para trabalhar no exterior, devido a uma combinação de burocracia, taxas de juros historicamente altas e volatilidade da moeda. Para conter a resistência, a XP reduziu o valor inicial a ser investido em fundos internacionais e começou a oferecer opções com proteção cambial embutida.

“Mais da metade do total investido em fundos internacionais vem de pessoas físicas, mas os investidores institucionais estão começando a acelerar”, disse Cintra.

O fundo da Fidelity que a XP está trazendo ao Brasil é uma versão local do Fidelity Active Strategy – Europe Fund, que tem 1,2 bilhão de euros em ativos e possui posições compradas em ações como a farmacêutica Novo Nordisk AS e a empresa de software SAP SE, de acordo com a lâmina do fundo.

É co-gerido por Fabio Riccelli – um brasileiro que trabalha há 22 anos na Fidelity – e Karoline Rosenberg e será oferecido apenas a investidores qualificados.

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