Verde prevê volta de até R$ 700 bi em investimentos para ativos não isentos de IR

Em evento, o gestor Luiz Parreiras também destacou que um novo fundo da casa será focado em crédito mais high yield

Bruna Furlani

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O forte apelo que os ativos isentos ganharam ao longo dos últimos anos ajudou a drenar uma parte dos fluxos para investimentos que não possuem isenção de Imposto de Renda, mas as mudanças recentes feitas na virada do ano poderão trazer de volta um fluxo entre R$ 500 e R$ 700 bilhões para aplicações que não contam com esse benefício.

A estimativa foi feita por Luiz Parreiras, gestor de estratégia multimercado e previdência na Verde Asset Management, durante evento da gestora nesta terça-feira (7). Segundo ele, o forte volume alocado em ativos isentos levou a uma série de problemas de cunho fiscal, comportamentais e que drenaram os fluxos para outros tipos de investimentos.

“Com o aperto das regras que o CMN [Conselho Monetário Nacional] e o Governo impuseram na virada do ano, veremos um refluxo desses ativos. Não vamos voltar para R$ 300 bi que tínhamos em 2019 e 2020, mas sim para R$ 500 bi que tínhamos em 2021. Tem algo como R$ 600 bi e R$ 700 bi que devem voltar para o mundo de investimentos mais normal”, estimou Parreiras.

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Ao olhar para o mercado de crédito após as mudanças do CMN, o gestor da Verde destaca que as emissões voltaram para a casa dos R$ 60 bilhões nos últimos meses e que houve uma compressão importante dos spreads (juros adicionais que um ativo de crédito oferece em relação ao dos títulos públicos, considerados de baixo risco), que atualmente estão cerca de 60 pontos-base acima do título público de inflação de prazo equivalente.

Novo fundo

De olho nas oportunidades vistas no crédito high yield (maior risco e retorno), a casa lançou recentemente um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) chamado Verde Ipê, o primeiro produto de crédito da casa, mas não deu muitos detalhes da estratégia durante o evento. A ideia de criar o fundo foi antecipada pelo InfoMoney no começo do ano.

Sociedade com Lumina

A gestora também detalhou um pouco sobre a sociedade firmada no fim do ano passado com a Lumina Capital Management, que possui US$ 1,5 bilhão sob gestão e que adquiriu a participação que o Credit Suisse detinha na Verde.

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Segundo Daniel Goldberg, CIO e sócio da Lumina, a parceria envolveu seis co-investimentos em que as casas financiaram uma holding de uma operadora de energia renovável, além de uma empresa global de energia para ajudar na construção de uma térmica a gás no Brasil e uma companhia de hospitais no México e na Colômbia.