Vai se aposentar? Entenda a regra dos 4% e saiba quanto custa viver bem

A regra diz que a pessoa deve sacar 4% de seu patrimônio no primeiro ano de aposentadoria e viver daquele valor durante o ano

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – Você está prestes a se aposentar, ou mesmo que ainda falte muitos anos para parar de trabalhar, já está pensando em qual será a sua renda naquela fase da vida?

Pois este assunto está cada vez mais na pauta dos profissionais de finanças pessoais, devido à recente queda nas taxas de juros.  O especialista da MoneyFit, André Massaro, lembra que, no Brasil, apesar de haver um programa de aposentadoria social, a renda proporcionada pelo INSS quase nunca é suficiente para manter o padrão de vida das pessoas. Por isso, ele ressalta que existem várias fórmulas usadas para calcular qual o valor que uma pessoa deve acumular ao longo da vida para se aposentar confortavelmente. Uma delas, e talvez a mais conhecida, é a regra dos 4%.

“A regra diz que a pessoa deve sacar 4% de seu patrimônio no primeiro ano de aposentadoria e viver daquele valor durante o ano. No ano seguinte, ela deve sacar o mesmo valor do ano anterior acrescido da inflação no período, e assim sucessivamente nos anos seguintes, durante 30 anos”, explica.

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Regra muito otimista
Entretanto, ele ressalta que muitas pessoas não acreditam neste modelo, alegando que ele é excessivamente otimista e que pode não garantir os tão sonhados 30 anos de aposentadoria tranqüila.

Para se ter uma idéia, Massaro fez uma simulação. De acordo com ele, se uma pessoa conseguir juntar R$ 1 milhão para se aposentar, pela regra dos 4%, ela poderá usar R$ 40 mil no primeiro ano, ou seja, R$ 3,333 mil por mês. “Para muitos pode não fazer sentido acumular um milhão com tanto sacrifício para ganhar menos que na previdência pública”, afirma Massaro.

Ele ainda ressalta que, para se aposentar com R$ 10 mil por mês, uma pessoa precisaria juntar R$ 3 milhões (isso sem considerar a inflação no período). “Se considerarmos uma inflação de 3% ao ano, vamos para mais de R$ 7 milhões”, aponta.

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Mais risco na carteira
De acordo com Massaro, com a queda de juros no País e a tendência de que haja ainda mais cortes,  os investidores precisarão adicionar cada vez mais risco às carteiras para garantir uma aposentadoria satisfatória.

O economista e professor de finanças Richard Rytenband, concorda. Para ele, não assumir riscos nos investimentos é um dos maiores riscos para a aposentadoria. “A maioria das pessoas ainda não entendeu bem a dimensão real desta mudança [redução dos juros] e seus impactos. A saída será poupar mais e assumir risco, caso contrário não será possível atingir um montante que dê tranquilidade as pessoas na velhice. A boa notícia é que nunca foi tão bom investir em ações e imóveis”, conclui.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip