Transparência na remuneração do assessor é necessária – e bancos deveriam acompanhar, diz associação

A partir deste mês, escritórios vinculados à XP devem apresentar aos clientes a remuneração obtida em cada fundo de investimento e de previdência

Equipe InfoMoney

(scyther5/Getty Images)

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SÃO PAULO – Lider no mercado de agentes autônomos do Brasil, a XP Investimentos está se movimentando para deixar o modelo de remuneração desses profissionais mais transparente.

A partir deste mês, escritórios vinculados à XP devem apresentar aos clientes a remuneração obtida em cada fundo de investimento e de previdência, com a abertura do percentual das taxas de administração (conhecido como rebate) repassado na distribuição dos produtos.

Esses profissionais são comissionados. Assim, pode haver dúvidas sobre se eles estão oferecendo o melhor produto para o cliente ou o que rende a maior remuneração, diz Eduardo Siqueira, vice-presidente da Associação Brasileira de Agentes Autônomos Independentes (ABAAI) e sócio do escritório de agentes autônomos Acqua Investimentos, ligado à XP.

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“A posição da associação é de transparência total. Quanto maior, melhor para o mercado e para os investidores. E todos os players deveriam abrir os seus conflitos de interesse”, defende.

O projeto é piloto, diz Siqueira. Segundo ele, a intenção é que em breve todas as taxas envolvidas no processo sejam expostas, como as de negociação de ações e investimento em fundos imobiliários e produtos de renda fixa.

Siqueira acrescentou que a XP está se antecipando a uma resolução do mercado, que tem discutido a modernização da norma que dispõe sobre os agentes autônomos de investimento e o aprimoramento da atividade em consulta pública da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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À medida que a transparência evolua no segmento, o vice-presidente da associação de agentes autônomos cobra a ampliação das informações sobre a remuneração no setor como um todo, inclusive nos bancos tradicionais. “Não preciso saber qual é o salário de um gerente. Mas gostaria de saber qual é a sua meta e seus incentivos financeiros”, diz.

Em manifestação feita em agosto na consulta, a XP afirmou: “O potencial conflito de interesse que existe na atividade de distribuição de investimentos pode ser mitigado pela transparência do processo de vendas. Esse é um movimento que fortalece a imagem do Agente Autonomo de Investimento, e traz para a mesa um debate amplamente discutido no mundo todo, além de reforçar o alinhamento do processo de distribuição, que já é feito com base no perfil de risco do cliente (suitability) e a recomendação de produtos da corretora”.

No universo dos fundos de investimento, a remuneração do AAI muda dependendo do fundo e da corretora. Já na renda variável, a comissão repassada por uma corretora aos seus escritórios de agentes autônomos oscila de acordo com a corretagem paga pelo cliente em suas operações.

De acordo com o vice-presidente da ABAAI, há hoje cerca de 7 mil agentes autônomos ativos no Brasil e a comissão sobre os produtos ofertados responde integralmente pela remuneração dos profissionais.

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