Trading na prática: como identificar uma tendência no gráfico de candlestick?

Filipe Fradinho, analista da Clear Corretora, dá detalhes sobre o processo e explica alguns dos conceitos fundamentais da análise técnica

Stéfani Inouye

(Shutterstock)

SÃO PAULO – Rastrear a movimentação dos grandes players do mercado e aproveitar oportunidades pontuais para conquistar bons retornos. A estratégia de análise de tendências utilizada pelo analista Filipe Fradinho, da Clear Corretora, pode parecer complexa à primeira vista, mas, segundo ele, depende apenas de uma interpretação apurada dos gráficos dos ativos.

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“Gosto de chamar essa estratégia de ‘Vencendo os tubarões’, pois usamos os gráficos para identificar as tendências de movimentos dos grandes players e, assim, aproveitarmos os rastros que eles deixam”, explica.

Mas como essa análise funciona na prática? Buscando responder a essa e outras perguntas, o analista organizou uma websérie, com aulas gratuitas, nas quais explica os conceitos fundamentais para identificar essas tendências. Os vídeos já estão disponíveis e podem ser acessados neste link.

Confira a seguir alguns dos conceitos que podem te ajudar a identificar as tendências nos gráficos de candlestick:

Topos e fundos

Os topos e fundos são, respectivamente, os pontos mais altos e mais baixos de uma série de movimentos de candles. Segundo Fradinho, identificar esses pontos no gráfico ajuda o trader a traçar uma trajetória momentânea do ativo, o que facilita na hora de desenhar uma estratégia de operação.

“Quando observamos topos ascendentes, ou seja, topos cada vez mais altos no gráfico, fica claro que temos uma tendência de alta, enquanto que a presença de fundos descendentes, que são cada vez mais baixos, nos mostra uma tendência de baixa”, explica o analista. Para conhecer mais sobre os termos básicos da análise técnica, clique aqui.

“A tendência de alta acontece quando o mercado tem mais gente querendo comprar determinado ativo do que vender. Isso significa que o valor deste ativo tende a variar em uma escala mais crescente, ou seja, a se valorizar no curto prazo. O contrário acontece quando essa tendência é de baixa. Neste caso, temos mais pessoas querendo vender do que comprar, o que significa que o preço tende a variar para baixo no curto prazo”, complementa.

Canais de alta e de baixa

Durante o segundo episódio da série, Fradinho também explicou como traçar um canal de alta ou um canal de baixa entre os topos e fundos de um determinado ativo pode ajudar na hora de analisar essa tendência nos gráficos. Segundo ele, essa prática permite que o trader enxergue com mais propriedade os pontos de resistência e sustentação do gráfico.

“Um canal de alta nada mais é do que uma linha que acompanha os fundos ascendentes dos candles e é espelhada para cima. Com ela podemos perceber o intervalo de variação do preço do ativo e, assim, enxergar as pequenas brechas que acontecerão neste meio tempo”, explica.

“Um canal de baixa, por sua vez, é uma linha que acompanha os topos descendentes dos candles, que também será espelhada para baixo formando uma paralela, e nos mostrará o intervalo de variação dos preços dentro de uma tendência de queda.”

Suporte e Resistência

Dentro de um canal de alta ou de baixa, os níveis de suporte e resistência mostrarão o piso e o teto do preço desse ativo durante determinado período de variação. Segundo Fradinho, quando um ativo tem um nível de suporte bem definido, o trader consegue saber com mais precisão até que ponto o valor desse ativo vai cair antes de voltar a subir novamente.

“Parece complexo, mas não é. O suporte é o piso, ou seja, o ponto mais baixo do nosso canal de alta ou de baixa. Quando o preço bate nesse nível de suporte, ele volta a subir, assim como eu sei que, quando bater no nível de resistência, ele vai passar a cair de novo”, afirma, complementando que resistência é o teto do valor de variação de determinado ativo dentro do seu canal de alta ou de baixa.

“Quanto mais vezes o suporte e a resistência forem testados pelo mercado, maior será a porrada, seja de alta ou baixa, que esse preço tomará. Para saber aproveitar esses momentos, contudo, é preciso estudar para conseguir identificar o número de vezes que é possível testar esses níveis, dependendo do ativo que você estiver analisando”, afirma.

Ao longo dos episódios, Fradinho deu mais detalhes sobre a estratégia de aproveitamento de tendências e você pode conferir todos na íntegra clicando aqui. Contudo, o analista destaca a importância dos riscos envolvidos nas operações.

“Por mais redonda que seja a estratégia, sempre vai envolver riscos, pois o mercado nunca funciona exatamente como funcionou no dia anterior. O trader precisa saber que existem esses riscos e também que é preciso levá-los em consideração antes de realizar suas operações. É um mercado complexo, não dá para esquecer disso”, alerta.

Os episódios da série Vencendo os Tubarões ficarão disponíveis apenas até domingo, 25. Para garantir seu acesso imediato aos vídeos basta acessar este link.

Stéfani Inouye

Analista de conteúdo do InfoMoney, aborda temas ligados à educação financeira e mercado de ações.