Tesouro Direto: taxas de títulos públicos sobem, em meio ao aumento das tensões globais

Mercado repercutiu notícias mistas vindas da guerra comercial entre EUA e China, além de temores de uma nova recessão

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – As taxas dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto, programa que possibilita a compra e venda de papéis por investidores pessoas físicas por meio da internet, fecharam o pregão desta quinta-feira (15) em alta.

As preocupações com o ritmo de recuperação da atividade global pesaram sobre os mercados, com o recrudescimento dos temores de uma recessão nos Estados Unidos. Ontem houve uma nova inversão na curva de juros americana, com os títulos do Tesouro de dez anos negociando abaixo dos juros das Treasuries de dois anos pela primeira vez desde 2005. 

A inversão das taxas é um sinal de que o mercado está precificando que a inflação de longo prazo será menor do que está hoje, o que indica que a economia americana não vá crescer – ou cresça menos.

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No Brasil, em meio à alta da moeda americana, que superou os R$ 4,00, o Banco Central anunciou que, pela primeira vez desde a crise de 2009, vai vender dólares à vista das reservas internacionais, atualmente em US$ 388 bilhões. 

Para completar o cenário, o mercado monitorou novas informações envolvendo a disputa comercial entre Estados Unidos e China. O presidente Donald Trump e o líder chinês, Xi Jinping, estão em contato para tentar um acordo comercial. Ao mesmo tempo, a China anunciou que precisa tomar “contramedidas necessárias” ao plano americano de impor uma tarifa de 10% a mais US$ 300 bilhões em produtos chineses.

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No Tesouro Direto, o papel com rendimento prefixado e vencimento em 2022 oferecia um prêmio anual de 6,02%, ante 5,98% a.a. anteriormente, enquanto o retorno do Tesouro Prefixado 2025 avançava de 6,93% para 6,98% ao ano.

Já os títulos atrelados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) com prazos em 2035 e 2045 pagavam a inflação mais 3,56%, ante 3,55% pela manhã. A exceção era o Tesouro IPCA+ 2024, que oferecia retorno de 2,80%, ante 2,82% a.a. mais cedo.

O dia também foi marcado pela volta da negociação dos papéis com juros semestrais e vencimentos em 2026 e 2050, que ofereciam taxas de 3% e 3,61%, respectivamente.

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Confira os preços e as taxas dos títulos públicos nesta quinta-feira (15):
Título
Vencimento
Taxa de Rendimento (a.a.)
Valor Mínimo
Preço Unitário
Indexados ao IPCA  
Tesouro IPCA+ 2024 15/08/2024 IPCA + 2,80% R$ 56,39 R$ 2.819,96
Tesouro IPCA+ 2035 15/05/2035 IPCA + 3,56% R$ 37,37 R$ 1.868,96
Tesouro IPCA+ 2045 15/05/2045 IPCA + 3,56% R$ 39,55 R$ 1.318,56
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2026 15/08/2026 IPCA + 3,00% R$ 38,33 R$ 3.833,32
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 15/05/2035 IPCA + 3,44% R$ 42,69 R$ 4.269,30
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 15/08/2050 IPCA + 3,61% R$ 46,52 R$ 4.652,73
Prefixados  
Tesouro Prefixado 2022 01/01/2022 6,02% R$ 34,81 R$ 870,47
Tesouro Prefixado 2025 01/01/2025 6,98% R$ 34,81 R$ 696,28
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2029 01/01/2029 7,25% R$ 35,75 R$ 1.191,93
Indexados à Taxa Selic  
Tesouro Selic 2025 01/03/2025 Selic + 0,02% R$ 102,58 R$ 10.258,89

Fonte: Tesouro Direto

Baixo risco, liquidez e acessibilidade

O Tesouro Direto é considerado a opção de investimento com o menor risco no Brasil e com ampla acessibilidade, dado o investimento mínimo a partir de R$ 30. Outra vantagem do programa diz respeito à liquidez, com a possibilidade de recompra diária dos títulos públicos pelo Tesouro.

O investidor pode aplicar em títulos públicos diretamente pelo site do Tesouro, se cadastrando primeiro no portal e abrindo uma conta em uma corretora, como a Rico Investimentos, por exemplo, para intermediar as transações. Atualmente, a maior parte das instituições financeiras habilitadas a operar no programa não cobra taxa de administração.

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O único custo obrigatório que recai sobre o investimento em títulos públicos pelo Tesouro Direto corresponde à taxa de custódia, de 0,25% ao ano sobre o valor dos títulos, cobrada semestralmente no início dos meses de janeiro e de julho.

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