Taxas de títulos públicos do Tesouro Direto registram forte queda nesta sexta-feira

Copom manteve a taxa Selic no patamar de 6,5% ao ano na última quarta-feira, mas expectativa do mercado segue apontando para a queda dos juros básicos nos próximos meses

Beatriz Cutait

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SÃO PAULO – As taxas dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto, programa que possibilita a compra e venda dos papéis por investidores pessoas físicas por meio da internet, registravam forte queda na tarde desta sexta-feira (21).

Conforme o esperado, na última quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa Selic no patamar de 6,5% ao ano. A expectativa do mercado, contudo, segue apontando para a queda dos juros básicos nos próximos meses, ainda que uma mudança possa seguir condicionada à aprovação da reforma da Previdência.

Em comunicado divulgado após o encontro, o Comitê destacou que “avalia que o balanço de riscos para a inflação evoluiu de maneira favorável, mas entende que, neste momento, o risco é preponderante”.

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O Copom ainda destacou que a continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia é essencial para a queda da taxa de juros estrutural e a para a recuperação sustentável brasileira. “Em particular, o Comitê julga que avanços concretos nessa agenda são fundamentais para a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva”, ressaltou.

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No Tesouro Direto, dentre os papéis indexados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o Tesouro IPCA+ com vencimento em 2024 oferecia retorno de 3,13% ao ano (acrescido da inflação), ante 3,35% a.a. nesta manhã. Já os títulos com vencimentos em 2035 e 2045 pagavam o IPCA mais 3,80% ao ano, ante 3,89% a.a. na abertura.

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Confira, abaixo, os preços e as taxas dos títulos do Tesouro Direto nesta sexta-feira:
Título Vencimento Taxa de Rendimento (% a.a.) Valor Mínimo Preço Unitário
Indexados ao IPCA  
Tesouro IPCA+ 2024 15/08/2024 IPCA + 3,13 R$ 55,13 R$ 2.756,52
Tesouro IPCA+ 2035 15/05/2035 IPCA + 3,80 R$ 35,76 R$ 1.788,30
Tesouro IPCA+ 2045 15/05/2045 IPCA + 3,80 R$ 36,98 R$ 1.232,87
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2026 15/08/2026 IPCA + 3,20 R$ 38,58 R$ 3.858,46
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 15/05/2035 IPCA + 3,67 R$ 41,34 R$ 4.134,84
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 15/08/2050 IPCA + 3,83 R$ 45,47 R$ 4.547,93
Prefixados  
Tesouro Prefixado 2022 01/01/2022 6,29 R$ 34,28 R$ 857,10
Tesouro Prefixado 2025 01/01/2025 7,24 R$ 33,99 R$ 679,88
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2029 01/01/2029 7,68 R$ 35,90 R$ 1.196,82
Indexados à Taxa Selic  
Tesouro Selic 2025 01/03/2025 Selic + 0,02 R$ 101,62 R$ 10.162,64

Fonte: Tesouro Direto

A forte queda nas taxas também era encontrada nos papéis prefixados, como o com vencimento em 2022, que oferecia retorno anual de 6,29%, ante 6,54% a.a. mais cedo. O investidor podia adquirir o papel integralmente por R$ 857,10 ou aplicar uma quantia mínima de R$ 34,28 (recebendo uma rentabilidade proporcional à aplicação).

Nesses títulos, o investidor sabe exatamente a rentabilidade que irá receber se mantiver a posição até a data de vencimento. Além disso, por terem rentabilidade predefinida, seu rendimento é nominal, ou seja, é necessário descontar a inflação para obter o retorno real da aplicação.

Baixo risco, liquidez e acessibilidade

O Tesouro Direto é considerado a opção de investimento com o menor risco no Brasil e com ampla acessibilidade, dado o investimento mínimo a partir de R$ 30. Outra vantagem do programa diz respeito à liquidez, com a possibilidade de recompra diária dos títulos públicos pelo Tesouro.

O investidor pode aplicar em títulos públicos diretamente pelo site do Tesouro, se cadastrando primeiro no portal e abrindo uma conta em uma corretora para intermediar as transações. Atualmente, a maior parte das instituições financeiras habilitadas a operar no programa não cobra taxa de administração.

O único custo obrigatório que recai sobre o investimento em títulos públicos pelo Tesouro Direto corresponde à taxa de custódia, de 0,25% ao ano sobre o valor dos títulos, cobrada semestralmente no início dos meses de janeiro e de julho. Além disso, há incidência de Imposto de Renda sobre os rendimentos, alíquota que varia de acordo com o período de investimento (tabela regressiva).

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Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.