Tesouro Direto: títulos públicos avançam e juros de alguns prefixados se aproximam de patamares vistos em outubro de 2021

No caso do Tesouro Prefixado 2024, os retornos oferecidos por esse papel eram de 11,30%, na segunda atualização da tarde desta terça-feira

Bruna Furlani

Publicidade

O foco dos agentes financeiros locais nesta terça-feira (4) está centrado no exterior, em dia de agenda movimentada nos Estados Unidos. Operadores de mercado ouvidos pela Bloomberg acreditam que a rápida propagação da variante ômicron deve intensificar pressões inflacionárias na economia americana – o que pode levar o banco central dos Estados Unidos a realizar o primeiro ajuste nos juros antes do previsto anteriormente.

A diferença entre o retorno dos títulos do Tesouro americano com prazo de 10 anos e os papéis com vencimento em dois anos está aumentando nesta semana, o que indica que a curva de juros pode ficar mais inclinada, segundo analistas.

Nesse contexto, o mercado de títulos públicos negociados no Tesouro Direto opera com alta expressiva nas taxas. Alguns papéis prefixados chegam a avançar até 30 pontos-base (0,30 ponto percentual) na segunda atualização da tarde desta terça-feira.

Oferta Exclusiva para Novos Clientes

CDB 230% do CDI

Destrave o seu acesso ao investimento que rende mais que o dobro da poupança e ganhe um presente exclusivo do InfoMoney

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

No caso do Tesouro Prefixado 2024, os juros oferecidos por esse papel eram de 11,30%, às 15h20. Esse percentual é maior do que os 11,04% registrados no começo do dia e do que os 11% vistos ontem. A última vez que os prêmios desse título tinham ficado acima de 11,30% tinha sido em 21 de outubro de 2021.

No mesmo horário, o papel prefixado com vencimento em 2031 e pagamento de juros semestrais oferecia um retorno de 11,12%, contra 11,01%, no início dos negócios e 10,94% registrados um dia antes.

Entre os papéis de inflação, a remuneração real do Tesouro IPCA+ 2026 subia de 5,11% para 5,15% ao ano. Da mesma forma, o papel com vencimento em 2030 e juros semestrais oferecia uma taxa de 5,23%, acima dos 5,18% vistos ontem.

Continua depois da publicidade

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidos na tarde desta terça-feira (4):

Taxas Tesouro Direto
Fonte: Tesouro Direto

Radar internacional

Na frente externa, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria dos Estados Unidos recuou para 58,7 em dezembro, ante 61,1 registrado em novembro.

Os dados foram apresentados hoje pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês). Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam queda menor, a 60,0.

Também nos Estados Unidos, o Departamento do Trabalho mostrou que hoje que o país abriu 10,5 milhões de postos de trabalho em novembro, ante um consenso de 11,07 milhões. As informações constam no relatório de emprego e vagas (Jolts, na sigla em inglês) apresentado nesta terça-feira.

O documento foi citado pelo Federal Reserve, que é o banco central americano, como um dos instrumentos utilizados pela autoridade monetária para acompanhar a saúde do mercado de trabalho nos Estados Unidos.

Ainda na cena internacional, investidores acompanham a notícia de fontes ouvidas pela Reuters de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) teria fechado um acordo para manter o aumento na produção de petróleo. Os membros da organização estão reunidos hoje para decidir sobre o tema.

O grupo de produtores tem elevado sua meta de produção a cada mês desde agosto em 400 mil barris por dia (bpd).

Mobilização de servidores e desoneração da folha

Na cena local, atenção para a mobilização dos servidores do Banco Central contra a decisão do governo de prever reajustes apenas a policiais federais e certos quadros da área de saúde neste ano.

O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) já decidiu que vai aderir ao movimento de paralisação, que está marcado para 18 de janeiro. Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, quase um terço dos trabalhadores do BC se comprometeram a rejeitar quadros de chefia, caso sejam convidados a assumi-los, de forma similar ao que já vem ocorrendo entre fiscais da Receita Federal.

Entre os fiscais da Receita Federal, o Sindifisco (sindicato da categoria) estima que 1.237 auditores em posições de comando abriram mão de seus postos comissionados. Auditores fiscais agropecuários também iniciaram mobilizações na semana passada.

Também na seara política, os jornais Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo apontam que a sanção presidencial à prorrogação da desoneração da folha de pagamento de 17 setores sem adotar medidas tributárias para compensar a perda de R$ 9,1 bilhões na arrecadação de 2022 acendeu um alerta no Tribunal de Contas da União (TCU).

Segundo o Estado de S. Paulo, técnicos do TCU alertam que o fim da compensação abre artificialmente espaço no teto de gastos, regra que limita o crescimento das despesas à variação da inflação. O valor previsto de renúncia tributária em 2022 com a desoneração é de R$ 9,08 bilhões.

Ao ser procurado, de acordo com a reportagem do Estadão, o Ministério da Economia não informou se vai recalcular o teto e disse apenas que a MP da desoneração não cria espaço novo sob o teto.

Bolsonaro no hospital

Investidores também monitoram a saúde do presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o mandatário do país não passará por uma cirurgia para corrigir uma obstrução intestinal.

Segundo a matéria, a decisão de descartar uma cirurgia ao menos por ora foi tomada pelo médico Antônio Macedo e comunicada aos membros de sua equipe. Mas ainda precisa ser confirmada oficialmente, de acordo com o jornal.

Quer sair da poupança? Head de Renda Fixa da XP apresenta estratégia para investidor que quer ganhar mais sem abrir mão da segurança. Inscreva-se grátis!