Tesouro Direto: taxas têm queda, com mercado de olho em reunião do Copom e dados da indústria

Produção industrial caiu 9,1% em março frente a fevereiro, com resultado bem pior que a queda de 3,7% apontada pela Bloomberg

Beatriz Cutait Lucas Bombana

SÃO PAULO – As taxas dos títulos públicos negociados via Tesouro Direto operam com quedas na tarde desta terça-feira (5), se ajustando às apostas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve promover amanhã um novo corte na taxa básica de juros de meio ponto percentual, levando a Selic para 3,25% ao ano. No último relatório Focus, os especialistas ainda reduziram a expectativa para os juros ao fim do ano, de 3,00% para 2,75% ao ano.

Oferta Exclusiva para Novos Clientes

CDB 230% do CDI

Destrave o seu acesso ao investimento que rende mais que o dobro da poupança e ganhe um presente exclusivo do InfoMoney

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

A reunião do Copom tem início hoje, com o desfecho anunciado na tarde de quarta-feira.

Também corroboram para a queda das taxas dos títulos públicos os dados de produção industrial de março, com forte abalo diante da epidemia do coronavírus.

Com isso, entre os títulos indexados à inflação, os com vencimentos em 2035 e 2045 pagavam uma taxa de 4,30% nesta tarde, ante 4,39% a.a. na segunda-feira (4). O Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2030, por sua vez, oferecia um prêmio anual de 3,76%, ante 3,86% a.a. anteriormente.

Entre os papéis prefixados, o com vencimento em 2023 negocia a uma taxa de 4,74% ao ano, frente aos 5,02% da sessão anterior. Já o prêmio pago pelo Tesouro Prefixado com juros semestrais e prazo em 2031 recuava de 7,88% para 7,78%.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos ofertados nesta terça-feira (5):

Fonte: Tesouro Direto

Produção industrial despenca

Na agenda do dia, a produção industrial caiu 9,1% em março frente a fevereiro (série com ajuste sazonal), segundo dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). O resultado ficou bem abaixo do esperado pelo consenso Bloomberg, de queda de 3,7%. Esse foi o maior recuo para o mês de março desde 2002, já mostrando o impacto inicial do coronavírus na atividade.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda foi de 3,8%, ante estimativa de baixa de 1,3%. Assim, o setor industrial acumula queda de 1,7%, no primeiro trimestre de 2020, e baixa de 1%, em 12 meses.

No ambiente corporativo, investidores seguiram atentos à temporada de balanços corporativos, desta vez com foco nos números do Itaú Unibanco, divulgados ontem à noite.

O lucro líquido recorrente do banco chegou aos R$ 3,912 bilhões no primeiro trimestre deste ano, uma queda de 43,1% sobre os R$ 6,877 bilhões registrados um ano antes. No trimestre anterior, a cifra havia sido de R$ 7,296 bilhões, ou seja, a queda foi ainda maior na comparação trimestral, de 46,4%.

Diante do novo cenário, as provisões do banco para possíveis calotes (créditos de liquidação duvidosa) dispararam 147,2% na comparação anual e 69,2% na comparação trimestral, chegando aos R$ 10,398 bilhões nos três primeiros meses de 2020.

Por fim, no ambiente político, a Câmara dos Deputados aprovou ontem, em primeiro turno, o substitutivo do Senado da Proposta de Emenda à Constituição 10/20, chamada PEC do Orçamento de Guerra. Os parlamentares rejeitaram os destaques ao texto-base e o segundo turno deve ocorrer ainda nesta terça-feira (5).

Entre os destaques, o texto aprovado retirou da PEC a lista dos tipos de títulos que poderiam ser comprados pelo Banco Central em termos de classificação de risco.

Quer viver do mercado financeiro ou ter renda extra? Experimente de graça o curso do Wilson Neto, um dos melhores scalpers do Brasil

Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.