Tesouro Direto: taxas dos títulos públicos têm mais um dia de queda nesta 4ª; prefixados oferecem retorno de 10,4%

Investidores repercutem avanço acima do esperado do IPCA-15 em agosto, além de dados sobre a arrecadação federal e dívida pública federal

Bruna Furlani

(GettyImages)

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SÃO PAULO – Os prêmios dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto operam novamente em queda na tarde desta quarta-feira (25), ao contrário do movimento visto no começo da manhã em que as taxas não apresentavam direção única. O olhar dos investidores está voltado para o avanço acima do esperado da prévia da inflação (IPCA-15) em agosto, além de dados sobre a arrecadação federal, dívida pública federal e falas de autoridades.

No Tesouro Direto, o juro pago pelo papel com vencimento em 2031 caía de 10,57%, no começo da manhã, para 10,41%, durante a tarde desta quarta-feira. Um dia antes, o mesmo título pagava um retorno de 10,57%. No mesmo horário, o retorno do título com vencimento em 2026 recuava de 9,94% para 9,80%, abaixo dos 9,91% vistos ontem.

O título prefixado com vencimento em 2024, por sua vez, pagava um juro de 9,48%, abaixo dos 9,60% registrados no início da manhã. Na sessão anterior, o papel oferecia retorno de 9,53%.

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Já entre os papéis atrelados à inflação, o juro real oferecido pelo Tesouro IPCA+ com vencimento em 2055 e pagamento de juros semestrais caía de 4,82% para 4,75%, abaixo dos 8,84% vistos um dia antes. O retorno real pago pelo Tesouro IPCA com vencimento em 2026 era de 4,44%, contra 4,54% registrados na sessão anterior.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto oferecidas na tarde desta quarta-feira (25):

Taxas Tesouro Direto
Fonte: Tesouro Direto

IPCA-15, arrecadação e Expert XP

O destaque na agenda doméstica está na prévia da inflação (IPCA-15). Segundo dados apresentados nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) ficou em 0,89% em agosto, puxado pela alta da energia elétrica. O resultado é o maior para um mês de agosto desde 2002.

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No ano, o indicador acumula alta de 5,81% e nos últimos 12 meses, de 9,30%. O resultado veio acima do consenso de economistas consultados pela Refinitiv que projetava alta de 0,82% frente a julho ede 9,24% na janela de um ano.

Na avaliação de economistas, a energia elétrica deve ser a grande vilã de 2021 e os dados precisam ser acompanhados de perto. João Leal, economista da Rio Bravo chama atenção para a maior dissipação das pressões sobre os preços em agosto, chegando também no grupo de bens industriais.

Segundo ele, os dados apresentados hoje são uma preocupação adicional não apenas para o IPCA, cuja expectativa da Rio Bravo para o fim do ano é de 7,4%, como também para a estratégia de política monetária do Banco Central, com aposta de Selic em 7,5% ao fim do ano.

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Também na agenda econômica, o mercado repercute a arrecadação de impostos e contribuições federais em julho, que somou R$ 171,270 bilhões, conforme divulgação feita nesta quarta-feira (25) pela Receita Federal. O resultado representa um aumento real (descontado a inflação) de 35,47% na comparação com o mesmo mês de 2020.

Em relação a junho deste ano, houve aumento de 23,67% no recolhimento de impostos. O valor arrecadado no mês passado foi o maior para meses de julho da série histórica (1995).

Os dados do estoque da Dívida Pública Federal também foram apresentados hoje. Segundo o Tesouro Nacional, a Dívida Pública Federal subiu 1,24% em julho e fechou em R$ 5,395 trilhões.

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O órgão informou ainda que houve emissão líquida de R$ 24,37 bilhões, o que significa que o Tesouro vendeu mais títulos para se financiar no mercado do que resgatou papéis já emitidos. Ao todo, foram R$ 142,443 bilhões emitidos e R$ 118,076 bilhões resgatados. Essa foi a primeira vez que houve emissão líquida em um mês de julho desde 2009, segundo o Tesouro.

O radar do mercado também atento ao decreto publicado pelo governo federal nesta quarta-feira e que é reflexo da crise hídrica preocupante que vive o país. O documento estabelece medidas para redução do consumo de energia elétrica em prédios públicos, com o objetivo de economizar de 10% a 20% em relação aos volumes anteriores à pandemia, segundo informou o comunicado do Ministério de Minas e Energia.

O mercado acompanha ainda a fala Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, em palestra sobre regulação do sistema financeiro, às 16h, assim como monitora a participação de Bruno Funchal, secretário do Tesouro Nacional na Expert XP, às 18h. O evento ocorre de forma online e gratuita entre os dias 24 e 26 de agosto. Saiba mais clicando aqui.

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Cena externa

No cenário internacional, as bolsas mundiais operam em estabilidade ou leve alta nesta quarta-feira (25), às vésperas do início do simpósio entre autoridades do Fed, o banco central americano, que ocorre no fim de semana. A expectativa é que os dirigentes detalhem mais os planos para a redução de estímulos monetários.

Destaque também para uma matéria da Reuters que informou, na véspera, que a Securities and Exchange Commission (SEC, equivalente a CVM nos Estados Unidos) começou a emitir novos requisitos de divulgação para empresas chinesas que buscam se listar em Nova York como parte de um esforço para aumentar a consciência dos investidores sobre os riscos envolvidos.

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