Tesouro Direto: títulos públicos operam próximos da estabilidade nesta segunda-feira

Rumos da política monetária no Brasil e nos Estados Unidos estão no foco dos investidores nesta semana

Mariana Zonta d'Ávila

(Getty Images)

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SÃO PAULO – Após apresentarem alta na abertura do dia, os títulos públicos negociados via Tesouro Direto operavam próximos da estabilidade na tarde desta segunda-feira (14), em dia de divulgação dos dados do IBC-Br e de aumento nas expectativas para a Selic em 2021 no relatório Focus do Banco Central.

O título indexado à inflação com vencimento em 2026 pagava uma taxa anual de 3,53% nesta tarde, contra 3,52% na sexta-feira (12). Da mesma forma, o prêmio pago pelo Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2030 era de 3,88%, ante 3,89% ao ano anteriormente.

Entre os títulos com retorno prefixado, o papel com vencimento em 2024 pagava uma taxa de 8,10% ao ano nesta tarde, ante 8,09% na sessão anterior, enquanto a taxa paga pelo Tesouro Prefixado 2026 se mantinha inalterada em 8,49% ao ano.

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Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta segunda-feira (14):

Fonte: Tesouro Direto

Apostas maiores para a Selic

Entre os destaques do dia, o relatório Focus, do BC, mostrou nesta segunda que o mercado financeiro revisou para cima suas projeções para a Selic em 2021 e agora vê uma taxa de 6,25% até dezembro.

O número implica alta de 2,75 pontos percentuais em relação aos níveis atuais e de 0,50 ponto em comparação ao esperado no levantamento anterior.

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Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para decidir, na quarta (16), o rumo da taxa básica de juros no Brasil.

A expectativa, segundo os economistas consultados pelo Focus, é de alta de 0,75 p.p. da Selic no encontro desta semana, para 4,25% ao ano. É esperada ainda nova alta na mesma magnitude, para 5,00%, no encontro de agosto. Até o fim de 2022, as estimativas do mercado apontam para Selic a 6,50% ao ano, a mesma do levantamento passado.

O movimento vem em meio ao aumento da inflação no país, pressionada ainda mais pela crise hídrica, que tem elevado os preços da energia elétrica.

Neste cenário, os economistas consultados pelo Focus voltaram a elevar suas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano, pela décima vez consecutiva, de 5,44% para 5,82%. Também aumentaram as apostas para 2022, pela quinta semana seguida, de 3,70% para 3,78%.

Já em relação ao desempenho da economia brasileira, o mercado revisou para cima, pela oitava semana, suas apostas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, de 4,36% para 4,85%. Já para 2022, as apostas apontam para expansão de 2,20% do PIB, abaixo da previsão de crescimento de 2,31% anteriormente.

IBC-Br e Covid-19

Na agenda doméstica, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, teve alta de 0,44% em abril na comparação com março. Já na base anual, o aumento foi de 15,92%.

O dado veio abaixo do esperado pelos economistas consultados pela Bloomberg, de alta de 1,35% na comparação mensal e de 18,2% em relação a abril de 2020. No acumulado de 12 meses, a atividade acumula queda de 1,20%.

No noticiário de coronavírus, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), prometeu no domingo que até 15 de setembro todos os adultos do estado já terão recebido a primeira dose da vacina.

De acordo com a coordenadora do programa paulista de imunização, Regiane de Paula, “o avanço é planejado com base em remessas de vacinas previstas pelo Programa Nacional de Imunização”, e depende de seu cumprimento.

Segundo levantamento do portal UOL, Rio Grande do Sul, Sergipe, Maranhão e Pará também esperam terminar de vacinar todos os adultos até setembro. O Ceará pretende vacinar esse grupo até agosto.

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Atenção também para a crise hídrica no Brasil. Reportagem do jornal O Globo, traz que o governo federal prepara uma medida provisória (MP) que criaria uma Câmara de Regras Excepcionais para Usinas Hidrelétricas. A medida concentraria o poder de estabelecer, excepcionalmente, limites de uso, armazenamento e vazão de usinas hidrelétricas, em um momento em que as principais barragens do sistema operam em patamares mínimos históricos.

A MP retiraria poderes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e da Agência Nacional de Águas (ANA) sobre a gestão de reservatórios de hidrelétricas.

Quadro externo

No cenário internacional, os mercados seguiram no aguardo pela decisão de política monetária do Federal Reserve (o banco central americano) na quarta-feira, em meio a preocupações com o aumento da inflação nos Estados Unidos.

A expectativa é de que o Fed mantenha sua política monetária ultraestimulativa e reitere que o repique inflacionário nos EUA é um choque temporário.

Na Europa, o ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou nesta segunda o prolongamento de restrições no país como forma de buscar controlar a expansão de casos de Covid. Na última semana, o país viu os diagnósticos da doença crescerem 127%, impulsionados pela disseminação da variante Delta, primeiramente identificada na Índia.

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