Tesouro Direto: taxas de títulos públicos têm alta com noticiário político

Foco recai sobre suposta vinculação feita pelo presidente Jair Bolsonaro da mudança do superintendente da PF do Rio Janeiro a uma proteção de sua família

Mariana Zonta d'Ávila

Crédito: Shutterstock

SÃO PAULO – Depois de iniciarem o dia em queda, as taxas dos títulos públicos negociados via Tesouro Direto passaram a registrar alta na tarde desta terça-feira (12), com o mercado repercutindo o noticiário político.

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O foco recai sobre a suposta vinculação feita pelo presidente Jair Bolsonaro da mudança do superintendente da Polícia Federal do Rio Janeiro a uma proteção de sua família, em reunião ministerial gravada pelo Planalto no dia 22 de abril. As informações estão circulando na imprensa, com veículos citando fontes com acesso à gravação.

Com a notícia, o Ibovespa virou para queda e recuava cerca de 1%, aos 78.261 pontos, por volta das 16h50. Já o dólar passou a subir, com alta de 0,9%, cotado a R$ 5,87.

Mais cedo, as taxas recuaram com o mercado avaliando a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

No documento, a autoridade monetária destacou que a conjuntura prescreve estímulo extraordinariamente elevado e que considera um último ajuste para a próxima reunião, em junho, de até 0,75 ponto percentual, ressaltando que o corte está condicionado ao fiscal.

Na avaliação do Morgan Stanley, o BC manteve a mesma mensagem do comunicado, reforçando o tom “dovish” (favorável a cortar os juros).

“Os membros do comitê debateram sobre o ritmo de recuperação no segundo semestre de 2020 e o cenário-base deles é de uma retomada mais gradual do que se esperava anteriormente, começando apenas no terceiro trimestre. Além disso, eles assinalaram que o aumento na ociosidade deve ter um impacto desinflacionário, dada a contração da demanda agregada”, escreveram os economistas do banco, em relatório.

Investidores também monitoraram hoje dados fracos do setor de serviços no Brasil, que registrou queda de 2,7% em março no volume na comparação anual, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou pior que o esperado pelos economistas consultados pela Bloomberg, que era de queda de 2,1% no período.

Mercado hoje

No Tesouro Direto, o título indexado à inflação com juros semestrais e vencimento em 2040 pagava uma taxa de 4,43% ao ano nesta tarde, ante 4,39% a.a. na segunda-feira (11). O investidor pode adquirir o título integralmente por R$ 4.029,96 ou aplicar uma quantia mínima de R$ 40,29 (recebendo uma rentabilidade proporcional à inflação).

Os papéis com prazos em 2035 e 2045, por sua vez, ofereciam um prêmio anual de 4,52%, frente aos 4,47%, a.a. ofertados anteriormente.

Entre os títulos prefixados, as taxas disparavam: o juro do papel com vencimento em 2026 subia de 7,04% para 7,38% ao ano, enquanto o prêmio pago pelo Tesouro Prefixado com juros semestrais 2031 avançava de 8,02% para 8,40% ao ano.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos ofertados nesta terça-feira (12):

Fonte: Tesouro Direto

Noticiário externo

No ambiente internacional, investidores monitoraram sinais renovados de tensão comercial, com o governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, tentando bloquear os investimentos em ações chinesas por um fundo de pensão do governo.

A notícia ofuscou o anúncio da China de que vai isentar mais produtos dos EUA de tarifas punitivas, como químicos e têxteis, segundo comunicado divulgado pelo Ministério de Finanças chinês.

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