Tesouro Direto: taxas de títulos públicos desabam nesta quinta-feira

Investidores repercutiram aprovação da PEC Emergencial no Senado, avanço da Covid-19 e alta dos juros nos EUA

Mariana Zonta d'Ávila

(Getty Images)

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SÃO PAULO – Após fortes altas nos dias anteriores, os prêmios pagos pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentavam quedas bastantes significativas nesta quinta-feira (4), após a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial pelo Senado para viabilizar a concessão de uma nova rodada do auxílio financeiro.

Nos títulos prefixados, o papel com vencimento em 2024 pagava uma taxa anual de 7,29%, ante 7,73% ao ano na tarde de quarta-feira. Da mesma forma, o juro pago pelo Tesouro Prefixado 2026 recuava de 8,34% para 7,88% ao ano.

Entre os títulos atrelados à inflação, o papel com vencimento em 2026 pagava uma taxa real de 3,17% ao ano nesta tarde, ante 3,41% anteriormente, enquanto o prêmio pago pelo Tesouro IPCA+2035 cedia de 4,03% para 3,81%.

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Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta quinta-feira (4):

Fonte: Tesouro Direto

PEC Emergencial e Covid-19

Entre os destaques do dia, o Senado Federal aprovou hoje o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial em segundo turno.

O texto destrava uma nova rodada de auxílio emergencial, que fica fora do teto de gastos ao limite de R$ 44 bilhões, e traz gatilhos que podem ser acionados quando a despesa obrigatória do governo atingir 95% da despesa primária total.

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Agora a PEC segue para apreciação da Câmara dos Deputados, onde também precisará passar por dois turnos de votação em plenário, com apoio necessário de 3/5 dos membros (ou seja, 308 dos 513 votos). Caso aprovada, vai à promulgação pelo Congresso Nacional.

No noticiário de coronavírus, o governo de São Paulo determinou na quarta-feira que todo o estado voltará, a partir da meia-noite do próximo sábado (6) à fase vermelha, aquela com os maiores níveis de restrição de atividades.

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Shoppings, academias, bares, restaurantes e comércios deixarão de funcionar. Escolas e atividades religiosas foram incluídas na lista de serviços essenciais, e permanecerão abertas. A medida será mantida até ao menos 19 de março.

Medidas mais restritivas, para conter o avanço no número de casos de Covid-19, também foram adotadas em Minas Gerais e no Ceará.

Ontem, o governo federal oficializou a intenção de compra de 138 milhões de doses das vacinas produzidas pela Janssen, Johnson e Johnson, e pela parceria entre Pfizer e BioNTech.

Quadro internacional

Na cena externa, o ambiente foi de maior aversão ao risco com os mercados monitorando a alta dos juros de títulos do Tesouro americano com vencimento em dez anos.

O aumento dos juros tem levantado preocupações de investidores porque poderia dificultar a tomada de empréstimos por empresas que precisam de grandes volumes de recursos para crescer rapidamente, como é o caso do setor de tecnologia.

Além disso, o movimento gera preocupações pelo reflexo que pode trazer na política monetária do Federal Reserve (o banco central americano), que poderia alterar sua taxa de juros referenciais de curto prazo em um ambiente de pressão inflacionária.

Ainda na região, investidores repercutiram as falas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, de que a economia dos EUA tem um longo caminho antes da recuperação e que a política monetária se manterá acomodatícia até o pleno emprego e a alta dos salários.

Também foi divulgado hoje o número de pedidos por seguro-desemprego no país, que subiu para 745 mil na semana passada, contra 736 mil na semana anterior. O aumento, apesar de significativo, foi menor do que esperavam os economistas, de crescimento para 750 mil requisições do benefício.

Já na Europa, as vendas no varejo na zona do euro caíram 5,9% em janeiro na comparação mensal, com queda anual de 6,4%, bem pior que o esperado pelo mercado. As expectativas em pesquisa da Refinitiv eram de recuos de 1,1% e 1,2%, respectivamente.