Tesouro Direto: taxas de prefixados têm leve alta; juros de títulos de inflação se mantêm em até 6% ao ano

Remuneração dos títulos prefixados chega a 12,96% ao ano

Mariana Segala

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A quinta-feira (30) começou agitada nos mercados, com bolsas estrangeiras – e também a B3 – registrando recuos. No mercado de juros, as taxas futuras iniciaram o pregão em queda de até 0,10 ponto percentual.

No Tesouro Direto, as taxas dos títulos públicos disponíveis no Tesouro Direto abriram com performances variadas na primeira atualização do dia.

“Em alguns pregões isolados, temos visto o Brasil desempenhando melhor do que os mercado lá fora, justamente porque a leitura do mercado é de que estamos cada vez mais próximos do fim do ciclo de alta dos juros”, diz Felipe Paletta, analista da Monett. “Por isso, ainda vemos uma pressão de elevação das taxas de curtíssimo prazo, mas começa a haver um movimento de retração, ainda que bastante pequeno, nas mais longas em relação á curva de ontem”.

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A remuneração oferecida pelos papéis prefixados têm leve elevação em relação ao verificado na quarta-feira (29). A taxa do Tesouro Prefixado 2025 subia para 12,92% ao ano na primeira atualização do dia, acima dos 12,90% de ontem. Já o título com vencimento em 2029 pagava 12,96% anuais, apenas 0,01 ponto percentual além da taxa da véspera.

O Tesouro Prefixado 2033 segue com negociações suspensas, devido ao pagamento do cupom semestral, previsto para sexta-feira (1). O Tesouro Direto suspende a compra dos títulos públicos quatro dias úteis antes do pagamento de cupom de juros. Também não há recompras nos dois dias úteis anteriores ao pagamento.

Dentre os títulos atrelados à inflação, o que predomina é a estabilidade ou uma suave redução das taxas em relação às de ontem. O Tesouro IPCA + 2055 ainda oferece juros de 6% ao ano – o papel terminou a quarta-feira pagando 6,01%.

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Os papéis com vencimento em 2035, 2040 e 2045 mantêm hoje as mesmas taxas que ofereciam ontem, de 5,89%, 5,89% e 5,91% ao ano. Já os títulos com vencimento em 2026 (que pagava 5,72% ao ano) e 2032 (5,80% anuais) registravam uma pequena baixa de 0,01 ponto percentual.

Logo cedo, o Relatório Trimestral de Inflação divulgado pelo Banco Central apontou que a probabilidade de a inflação ultrapassar os limites do intervalo de tolerância da meta este ano subiu de 88% na estimativa de março para 100%. Para 2023, a estimativa da chance de estouro também aumentou, de 12% para 29%.

Na outra ponta, espera-se para esta tarde a votação do texto-base da PEC dos Auxílios, que cria benefícios sociais e amplia programas já existentes em resposta à crise provocada pela disparada da inflação e piora dos indicadores sociais no país.

Já no noticiário econômico doméstico, a taxa de desemprego no Brasil caiu para 9,8% no trimestre encerrado em maio, a menor taxa para o período desde 2015 e um resultado muito melhor que o esperado pelo mercado (o consenso Refinitiv projetava que a taxa de desocupação cairia de 10,5% em abril para 10,2% no mês passado).

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na manhã desta quinta-feira (30):

(Fonte: Tesouro Direto)

Estouro da meta de inflação garantido

A probabilidade de a inflação ultrapassar os limites do intervalo de tolerância da meta este ano subiu de 88% na estimativa de março para 100%, conforme Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira (30) pelo Banco Central, que também aumentou a estimativa da chance de estouro em 2023, de 12% para 29%.

O relatório foi apresentado com uma semana de atraso por conta da greve de servidores do órgão. Normalmente, a divulgação é seguida de uma entrevista à imprensa pelo presidente do BC. Mas como Roberto Campos Neto já participou de coletiva na semana passada, isso não acontecerá hoje. Na ocasião, Campos Neto disse que o pior momento da inflação no Brasil já passou e que o País está muito perto de finalizar o ciclo de alta dos juros.

PEC dos Auxílios

Deve acontecer neta tarde, a partir das 16h, a votação do texto-base da PEC dos Auxílios no plenário do Senado Federal. A Proposta de Emenda à Constituição cria benefícios sociais e amplia programas já existentes em resposta à crise provocada pela disparada da inflação e piora dos indicadores sociais no País.

A votação havia sido prevista para ontem, mas acabou adiada a pedido de diversos parlamentares, que demandaram mais tempo para analisar a matéria após discussões durante a sessão.

O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), relator da PEC, afirmou que vai tirar do texto um trecho que causou dúvidas sobre o alcance do estado de emergência nacional que é decretado na matéria para viabilizar a concessão de benefícios sociais às vésperas da eleição.

O trecho que indica “a não aplicação de qualquer vedação ou restrição prevista em norma de qualquer natureza”, criticado pela oposição, agora deve ser suprimido por Bezerra. A lei eleitoral impede, em situação normal, a ampliação ou adoção de benesses em ano de eleição, mas há exceção em caso de calamidade e emergência.

Desemprego em queda

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 9,8% no trimestre encerrado em maio, a menor taxa para o período desde 2015 (8,3%) e um resultado muito melhor que o esperado pelo mercado (o consenso Refinitiv projetava que a taxa de desocupação cairia de 10,5% em abril para 10,2% no mês passado).

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e foram divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A população desocupada, estimada em 10,6 milhões de pessoas, recuou 11,5% frente ao trimestre anterior, entre dezembro e fevereiro (1,4 milhão de pessoas a menos), e 30,2% na comparação anual (4,6 milhões de pessoas a menos).

Já o número de pessoas ocupadas (97,5 milhões) é o maior da série histórica, iniciada em 2012, e cresceu 2,4% na comparação com o trimestre anterior e 10,6% na anual. São 2,3 milhão de pessoas ocupadas a mais no trimestre e 9,4 milhões em um ano.

Com isso, a taxa de desemprego caiu 1,4 ponto percentual na comparação com o trimestre entre dezembro e fevereiro e 4,9 ponto percentual em relação ao mesmo trimestre de 2021.

Mariana Segala

Editora-executiva do InfoMoney