Tesouro Direto: títulos públicos prefixados recuam com alívio no câmbio e virada das Treasuries

Tesouro Prefixado 2024 oferecia retorno de até 11,40%, na segunda atualização da tarde desta quinta-feira; papéis de inflação ofereciam até 5,63%

Bruna Furlani | Katherine Rivas

Publicidade

Os títulos públicos do Tesouro Direto operam em leve queda na tarde desta quinta-feira (20). Segundo agentes de mercado, três motivos pressionaram o mercado de juros: a virada das Treasuries (títulos do Tesouro Americano); a queda do câmbio para o patamar de R$ 5,40 e o leilão de títulos prefixados do Tesouro Nacional.

Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, explica que com o alívio nos títulos do Tesouro Americano, os juros locais também tendem a cair. Já o tombo do câmbio sinaliza que o Brasil está ficando ‘menos arriscado’ na visão dos investidores, impactando assim nas taxas de juros que geralmente sobem com o risco país.

Em evento do Santander, monitorado pelo mercado, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, afirmou que a curva de juros do Brasil mostra que o ciclo de alta está chegando ao fim. Segundo Campos Neto, a parte longa da curva estaria precificando questões fiscais.

Oferta Exclusiva para Novos Clientes

CDB 230% do CDI

Destrave o seu acesso ao investimento que rende mais que o dobro da poupança e ganhe um presente exclusivo do InfoMoney

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Dentro do Tesouro Direto, os papéis prefixados de curto prazo apresentam a maior queda entre as taxas, é o caso do Tesouro Prefixado 2024. Ontem, o título oferecia um retorno anual de 11,47% e que recuava para 11,40%, na última atualização desta quinta-feira (20).

Os títulos prefixados de médio e longo prazo também são negociados em leve queda, é o caso do papel com vencimento em 2026 que saiu dos 11,22% oferecidos ontem para 11,16%, às 15h20. Já o prefixado com vencimento em 2031, e pagamento de juros semestrais, também recuava de 11,31% para 11,29% na tarde desta quinta.

Entre os papéis atrelados à inflação, na segunda atualização da tarde, o Tesouro IPCA+ 2026 teve o maior impacto. O papel oferecia um retorno real de 5,24% ao ano, frente aos 5,31% do dia anterior.

Continua depois da publicidade

Já os títulos Tesouro IPCA+ 2040 e Tesouro IPCA+ 2055, com pagamento de juros semestrais, ofereciam retornos reais de 5,60% e 5,63% ao ano, respectivamente.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidos na tarde desta quinta-feira (20):

Campos Neto

Para o presidente do Banco Central, o aumento da inflação de serviços é “motivo para preocupação” e é algo que o BC precisa “olhar de perto”. Roberto Campos Neto participa do 26º Conferência Anual Latino-Americana do Santander e entende que a inflação é também um problema global.

O presidente do Banco Central também disse que a nova variante do coronavírus provocou interrupção na produção, mas “nada grande” até aqui. Segundo ele, os impactos da nova cepa ainda precisam ser analisados com maior profundidade no decorrer da curva de infecções.

O presidente do BC, porém, disse ver problemas persistentes de gargalos na economia, que estariam sendo causados, principalmente, pela forte demanda e não por uma escassez de oferta.

De olho nos dados

Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos, destaca também como ponto de atenção os pedidos de auxílio desemprego nos Estados Unidos, que subiram para 286 mil e vieram acima das projeções do mercado de 225 mil.

Segundo ele, o dado na esfera monetária é bom porque mostra que talvez o Federal Reserve não precise aumentar tanto os juros ainda em 2022 ou com vários intervalos. “Toda vez que você tem uma economia em desaceleração, significa que é preciso manter poderes e iniciativas monetárias para que essa economia acelere”, afirma.

Radar internacional

Na zona do euro, o mercado repercute o Índice de Preço ao Produtor (IPP) da Alemanha, que saltou 24,2% em dezembro de 2021 na comparação anual, segundo dados publicados nesta quinta-feira pela Destatis, agência de estatísticas do país.

A taxa anual do PPI, que se acelerou de 19,2% em novembro, é a mais alta já registrada pela agência. Em relação ao mês anterior, o PPI alemão subiu 5% em dezembro.

Já o Índice de Preço ao Consumidor da Zona do Euro ficou em 5% no acumulado de 12 meses, em linha com as projeções de mercado.

Em destaque também, o Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês), reduziu sua taxa de juros de referência de um ano de 3,8% para 3,7% e a taxa de cinco anos ou mais, de 4,65% para 4,60%. São os primeiros cortes nessas taxas desde 2020, movimento que ocorre na contramão de outros economias, como dos EUA.

Atenção ainda para algumas commodities. Após fortes avanços no início desta semana, os preços do petróleo passaram a registrar leves perdas ou a serem negociados em estabilidade. Às 16h20 (horário de Brasília), o contrato do tipo WTI estava acima dos US$ 85 e o Brent rondava os US$ 88 o barril.

Onde Investir 2022

InfoMoney – em parceria com a XP Investimentos – reúne alguns dos principais especialistas do Brasil e do mundo no evento Onde Investir 2022, online e gratuito, transmitido no canal do InfoMoney no YouTube. Confira a programação desta quinta-feira (20):

18h15 – Commodities, ações japonesas, dívida emergente: as apostas da Wellington, com Nanette Jacobson (Wellington). Acesse aqui o link da transmissão.

19h – ESG: como fazer investimentos mais sustentáveis, com Marcio Correia (JGP) e Vanessa Adachi (Reset). Acesse aqui o link da transmissão.