Tesouro Direto: retornos de papéis prefixados sobe para até 12,12%; mercado aguarda Fed e Copom

Ganho real dos papéis de inflação chega a 5,94% ao ano

Bruna Furlani Katherine Rivas

Notas de Real (Getty Images)

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As taxas dos títulos públicos operam sem direção única na tarde desta sexta-feira (16). Nos prefixados, as taxas avançam até 4 pontos-base, enquanto nos papéis de inflação as taxas apresentam um movimento misto.

Segundo Flávio Serrano, economista-chefe da Greenbay Investimentos, o mercado ficou apreensivo no período da manhã por conta da divulgação dos dados prévios do índice de sentimento do consumidor dos Estados Unidos da Universidade de Michigan. “Os dados vieram abaixo do esperado, então houve um alívio nas taxas depois, principalmente na parte longa da curva de juros”, destaca.

O índice de sentimento do consumidor nos Estados Unidos avançou de 58,2 em agosto a 59,5 na leitura preliminar de setembro. Analistas esperavam uma alta maior, de 60,0.

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As expectativas para a inflação em um ano recuaram de 4,8% em agosto a 4,6% em setembro.

Já em relação as taxas de curto prazo, Serrano destaca que o mercado aguarda novos dados no relatório Focus na segunda-feira (19).

No radar do mercado, destaque para as decisões do Federal Reserve (Fed, banco central americano) e o Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima semana.

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No exterior, investidores seguem reajustando posições, diante da possibilidade de que o Fed tenha que ser ainda mais agressivo na reunião da semana que vem, com um ajuste de 0,75 ponto ou de 1 ponto percentual. A aposta majoritária, no entanto, segue em 0,75 ponto percentual, segundo a plataforma CME Group.

Já no Brasil, chama a atenção também que agentes financeiros estão precificando uma chance um pouco maior de que o Banco Central anuncie outra alta da Selic na reunião da quarta-feira que vem (21). Segundo os contratos de opção de Copom negociados na B3 ontem (15), havia 35% de chance de uma alta de 0,25 ponto percentual. Duas semana antes, essa possibilidade era de 18%.

Embora o percentual de agentes que acreditam em uma nova subida tenha aumentado, as apostas em torno de manutenção da Selic na próxima semana seguem majoritárias (65%), conforme mostram os contratos negociados na B3.

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Dentro do Tesouro Direto, a maior alta era no título prefixado de médio prazo. O Tesouro Prefixado 2029 oferecia às 15h25 uma rentabilidade anual de 12%, acima dos 11,96% vistos na sessão anterior.

Já o Tesouro Prefixado 2025 e o Tesouro Prefixado 2033, com juros semestrais, apresentavam um retorno anual de 12,09% e 12,12%, respectivamente, superior aos 12,06% e 12,09% registrados na véspera.

Nos títulos atrelados à inflação, a maioria das taxas permanecia estável. Apenas o Tesouro IPCA+ 2026 apresentava leve recuo na taxas. O título oferecia um ganho real de 5,77%, inferior aos 5,79% de ontem.

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Na contramão, o Tesouro IPCA+ 2032 apresentava alta nas taxas. O título apresentava um ganho real de 5,88% nesta sexta-feira (16), acima dos 5,86% da véspera.

O maior ganho real registrado nesta sessão era de 5,94%, do Tesouro IPCA+ 2055.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na tarde desta sexta-feira (16): 

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Fonte: Tesouro Direto

Putin ameaça Ucrânia: a guerra pode ficar mais séria

“As autoridades de Kiev anunciaram que lançaram e estão conduzindo uma operação contraofensiva ativa. Bem, vamos ver como ela se desenvolve, como termina”, disse Putin com um sorriso, no Uzbequistão, onde participa de uma reunião de cúpula da Organização de Cooperação de Xangai. “Recentemente, as forças armadas russas infligiram alguns golpes sensíveis. Vamos supor que são um aviso. Se a situação continuar a se desenvolver assim, a resposta será mais séria”.

Sentimento do consumidor dos EUA

O índice de sentimento do consumidor nos Estados Unidos avançou de 58,2 em agosto a 59,5 na leitura preliminar de setembro, informou nesta sexta-feira, 16, a Universidade de Michigan. Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam alta maior, a 60,0.

Já as expectativas para a inflação em um ano recuaram de 4,8% em agosto a 4,6% em setembro.

Para o horizonte de cinco anos, a expectativa de inflação caiu de 2,9% em agosto a 2,8% na preliminar de setembro, nessa pesquisa. (Estadão Conteúdo)

Europa e China

Na cena externa, o mercado repercute a divulgação da inflação da zona do euro, que atingiu 9,1% em agosto, acima dos 8,9% registrados em julho. Os dados são do Eurostat, o serviço de estatística da UE.

O resultado de agosto confirmou a leitura preliminar e veio em linha com a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal.

Em relação a julho, o CPI da zona do euro subiu 0,6% em agosto. Nesse caso, o consenso do mercado era de alta de 0,5%.

Apenas o núcleo do CPI do bloco, que desconsidera os preços de energia e de alimentos, teve ganho anual de 4,3% em agosto, confirmando a estimativa prévia. No confronto com julho, o núcleo do índice avançou 0,5% no último mês.

As taxas anuais mais elevadas foram registadas na Estônia (25,2%), Letônia (21,4%) e Lituânia (21,1%). As taxas anuais foram observadas na França (6,6%), Malta (7,0%) e Finlândia (7,9%).

Também na Europa, investidores monitoram a informação de que a Alemanha assumiu o controle de uma grande refinaria de petróleo de propriedade russa nesta sexta-feira (16), arriscando uma retaliação de Moscou.

O Ministério da Economia da Alemanha disse que estava colocando uma unidade da petrolífera russa Rosneft sob a tutela do regulador da indústria e assumindo a refinaria Schwedt, que fornece 90% do combustível de Berlim.

Governos de toda a Europa estão correndo para sustentar seus fornecedores de energia e garantir o suprimento de combustível à medida que aumentam as sanções à Rússia, seu principal fornecedor, por causa da invasão da Ucrânia.

Enquanto isso, na China, a produção industrial de agosto no País superou as previsões, crescendo 4,2% em bases anuais e 3,8% no mês. E as vendas no varejo no mesmo mês subiram 5,4% na comparação anual e 2,7% na comparação mensal.

Datafolha, ICMS e piso da enfermagem

A 17 dias das eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a disputa pelo Palácio do Planalto com uma vantagem de 12 pontos percentuais sobre seus adversários, segundo pesquisa divulgada ontem (15) pelo instituto Datafolha.

Segundo o levantamento, realizado entre os dias 13 e 15 de setembro, Lula tem 45% das intenções de voto – mesmo patamar da última pesquisa, divulgada na última sexta-feira (9).

Já o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, aparece com 33% das intenções de voto – eram 34% uma semana atrás. O movimento ocorre dentro da margem de erro estimada para a pesquisa, que é de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

Na sequência vêm o ex-governador Ciro Gomes (PDT), com 8% (ante 7% na semana passada), e a senadora Simone Tebet (MDB), com 5% (mesmo patamar do último levantamento). Já a senadora Soraya Thronicke (União Brasil) aparece com 2% das intenções de voto (ante 1%).

Destaque também para a notícia do jornal Valor Econômico que trouxe hoje que a arrecadação do ICMS dos 26 Estados e Distrito Federal teve queda real de 8,4% em agosto, em relação a igual período do ano passado, somando R$ 57,57 bilhões.

A queda, segundo o jornal, mostra algum impacto da desaceleração da economia, mas especialmente da redução das alíquotas do imposto para combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transportes determinada a partir de junho.

Ainda na seara política, seis dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já votaram para manter a decisão que suspendeu o piso salarial nacional da enfermagem. Foram favoráveis à suspensão o relator, Luís Roberto Barroso, mais os ministros Ricardo Lewandowski, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes.

Pela lei aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, o piso seria de R$ 4.750 para os enfermeiros e de R$ 3.325 para os técnicos de enfermagem. Já auxiliares de enfermagem e parteiras receberiam a partir de  R$ 2.375.