Tesouro Direto: juros de papéis sobem nesta 5ª; título de inflação que vence em 2055 paga juros semestrais na 6ª

Investidores repercutem fala de diretora do Banco Central de que o reajuste de 1,5 ponto da Selic no próximo Copom segue apropriado, até o momento

Bruna Furlani

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SÃO PAULO – O mercado de títulos públicos negociados por meio do Tesouro Direto opera com alta nas taxas na tarde desta quinta-feira (11), revertendo o movimento misto registrado no começo das negociações.

Investidores repercutem a fala de Fernanda Guardado, diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos​ do Banco Central. Em evento hoje, a dirigente do BC indicou que com o conjunto de informações que a autoridade monetária tem hoje, o ritmo de aperto de 1,50 ponto na Selic ainda parece apropriado para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorre em dezembro.

No Tesouro Direto, na atualização das 15h30, o Tesouro Prefixado 2024 era o único título que seguia com estabilidade nos prêmios, com retorno de 11,87% ao ano – mesmo valor visto no começo da manhã. Anteriormente, o juro oferecido pelo papel era de 11,93%.

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No mesmo horário, a rentabilidade oferecida pelo Tesouro Prefixado 2031 era de 11,51% ao ano – percentual que mostrava avanço em relação aos 11,35% vistos um dia antes e na comparação com os 11,36% registrados no início do dia.

Já entre os títulos atrelados à inflação, o retorno real oferecido pelo Tesouro IPCA+ 2035 e 2045 era de 5,19%, na atualização da tarde, contra 5,15%, na sessão anterior.

Vale lembrar que o Tesouro IPCA+ 2055, com pagamento de juros semestrais, teve as negociações suspensas desde a última segunda-feira (8). A razão é que o Tesouro Direto costuma proibir a compra do título quatro dias úteis antes do pagamento de cupom, que ocorre amanhã (12).

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Se o investidor quiser resgatar o papel, também há suspensão das negociações. Porém, nesse caso, a suspensão ocorre dois dias úteis antes do pagamento de cupom.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidos na tarde desta quinta-feira (11): 

Fonte: Tesouro Direto

Varejo, próximo Copom e saída do BC

No radar local, as atenções estão voltadas para as vendas do comércio varejista, que caíram 1,3% em setembro ante agosto. Os dados foram informados nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa é a segunda queda consecutiva, após a maior alta do ano, que foi registrada em julho: 3,1%.

No ano, o varejo acumula crescimento de 3,8% e nos últimos 12 meses, alta de 3,9%.  Na comparação anual, a queda foi de 5,5%.

O dado foi pior do que o esperado. Segundo consenso Refinitiv, a expectativa era de queda de 0,6% das vendas em setembro na comparação com agosto e de recuo de 4,25% frente setembro de 2020.

Esses dados são importantes para medir o quanto o recente aperto de política monetária e o avanço da inflação afetaram o poder de compra dos consumidores.

Também na agenda econômica, investidores repercutem a fala de Fernanda Guardado, do Banco Central. Em evento do Itaú Unibanco, a diretora disse que o Banco Central Central deixa claro que a sinalização para os próximos passos é condicional.

Porém, ela destacou que a autoridade monetária não observa no momento mudanças “muito drásticas” em relação ao que já havia sinalizado no último Comitê de Política Monetária (Copom), quando a autoridade elevou a Selic em 1,5 ponto percentual para 7,75%.

Também nesta quinta-feira, o Banco Central informou a saída do diretor Fabio Kanczuk ao fim de seu mandato em 31 de dezembro de 2021. Para chefiar a Diretoria de Política Econômica, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicou o economista Diogo Abry Guillen. A nomeação cabe ao presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal.

Emendas do relator, PEC dos Precatórios e Auxílio Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli acompanhou o voto da ministra Rosa Weber e encerrou ontem o julgamento que suspendeu, por liminar, o pagamento das chamadas emendas de relator com oito votos favoráveis e dois contrários, que vieram dos ministros Gilmar Mendes e Nunes Marques.

Na decisão, Rosa Weber determinou a suspensão do pagamento das emendas e a publicidade dos valores distribuídos, parlamentares beneficiados e uso dos recursos. A ação ainda terá o mérito apreciado pelo plenário do STF.

Também na véspera, Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, disse que pretende pautar no dia 24 de novembro a PEC dos Precatórios. Alcolumbre afirmou que o desejo de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, é que a proposta passe pela CCJ e depois seja analisada pelo plenário da Casa.

Ontem, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou um projeto que abre espaço no orçamento da seguridade social em favor do Ministério da Cidadania, no valor de R$ 9,3 bilhões, com o objetivo de custear o Auxílio Brasil – novo programa de transferência de renda do governo que substitui o Bolsa Família.

O governo Jair Bolsonaro havia encaminhado esse projeto ao Congresso no fim de outubro para viabilizar o remanejamento dos recursos. A proposta deverá ser apreciada nesta quinta em sessão do Congresso Nacional.

Radar externo

Já no cenário internacional, as bolsas asiáticas tiveram desempenhos variados entre si hoje, com destaque positivo para a incorporadora Evergrande, após o veículo chinês de mídia Cailanshe reportar que diversos detentores de títulos da empresa receberam pagamentos devidos pela companhia.

Na Europa, o principal indicador do dia foi o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido, que cresceu 1,3% no terceiro trimestre. Foi a taxa mais fraca desde o início dos lockdowns por conta da pandemia de Covid-19.