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As taxas dos títulos públicos apresentam queda na tarde desta segunda-feira (4), títulos prefixados e atrelados ao IPCA registram retornos menores.
Segundo Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, a curva de juros brasileira apresenta hoje um desempenho misto. Os juros de curto prazo sobem, repercutindo dados do IPC-Fipe de março que veio acima do esperado, se somando ao IPCA-15 e o IGP-M, que também superaram as expectativas do mercado.
“Isso mostra um cenário de inflação pressionado no curto prazo e eleva as expectativas para o IPCA de março que será divulgado nesta sexta-feira”, aponta Borsoi. O economista também destaca que a alta das commodities, principalmente o petróleo, acaba reforçando a tese de pressão inflacionária nos próximos meses.
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Nos títulos públicos, as taxas de curto prazo são as que apresentam a menor baixa.
Já os juros de médio e longo prazo recuam acompanhando as taxas de juros internacionais, principalmente na Europa, que com maior aversão ao risco global e possíveis novas sanções à Rússia acabaram cedendo.
Borsoi também destaca a queda do câmbio, que acabou comprimindo os prêmios de risco locais e pressionou negativamente os juros. Os títulos públicos de longo prazo acompanharam este movimento e apresentaram as maiores quedas nas taxas.
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Dentro do Tesouro Direto, o título prefixado de longo prazo era o que mais recuava. O Tesouro Prefixado 2033, com juros semestrais, entregava hoje uma rentabilidade anual de 11,20%, abaixo dos 11,41% vistos na sexta-feira (1).
Enquanto o Tesouro Prefixado 2025 e o Tesouro Prefixado 2029 apresentavam às 15h19 um retorno anual de 11,18% e 11,10%, respectivamente, inferior aos 11,28% da sessão anterior.
Nos títulos atrelados ao IPCA o movimento também era de queda nas taxas. A maior baixa foi vista nos títulos com vencimento em 2032, 2035 e 2045.
O Tesouro IPCA+ 2032, com juros semestrais, oferecia uma rentabilidade real de 5,29%, inferior aos 5,36% da sexta-feira.
Enquanto o Tesouro IPCA+ 2035 e o Tesouro IPCA+ 2045 registravam, nesta segunda-feira, um retorno real de 5,34%, abaixo dos 5,41% da sessão anterior.
Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidos na tarde desta segunda-feira (4):
IPC-Fipe
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de março mostrou pela primeira vez com clareza os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia sobre a inflação no Brasil. A avaliação é do coordenador do índice na Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Guilherme Moreira.
O IPC acelerou de 0,90% em fevereiro para 1,28% em março, acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de 1,23%, e a maior inflação para o mês desde 1995 (1,92%), logo após a implementação do Plano Real.
No resultado, Moreira destaca a aceleração do grupo Alimentação (2,26% em fevereiro para 2,43%), com aceleração dos industrializados (1,42% para 1,78%) e semielaborados (0,07% para 2,51%). “O pão francês subiu 3,07%, efeito do aumento do trigo, e o leite avançou 7,84%, efeito das altas de milho e antibióticos”, afirma.
O aumento dos combustíveis também pressionou o índice, com aceleração da gasolina (2,34% para 4,99%) e etanol (-2,18% para 1,13%). Na ponta, critério que indica a tendência dos preços, os itens sobem 9,63% e 6,0%, respectivamente, e sinalizam pressão para abril. (Estadão Conteúdo)
Radar externo
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, afirmou que ficou mais difícil negociar com a Rússia depois das “atrocidades” cometidas em Bucha.
Ele falou na televisão nacional ucraniana, em transmissão na cidade de Bucha, na região de Kiev, onde corpos amarrados e baleados à queima-roupa foram para uma vala comum. Moscou nega as acusações.
“Estes são crimes de guerra e serão reconhecidos pelo mundo como genocídio”, disse Zelenskiy, segundo relatado pela Reuters. “É muito difícil negociar quando você vê o que a Rússia fez aqui”.
Enquanto o governo alemão decidiu hoje tomar novas medidas punitivas contra a Rússia em resposta ao massacre na cidade ucraniana de Bucha.
O Ministério Federal das Relações Exteriores convocou o embaixador russo Sergei J. Nechayev. Durante a breve conversa, o principal diplomata do Kremlin foi informado de que 40 russos foram declarados indesejáveis na Alemanha e têm cinco dias para deixar o país, de acordo com o jornal Der Spiegel.
A ministra da pasta, Annalena Baerbock, disse que “as fotos de Bucha são evidência da inacreditável brutalidade da liderança russa e daqueles que seguem sua propaganda, de uma vontade de aniquilação que transcende todas as fronteiras”.
Valorização dos papéis no Tesouro
A postura adotada pelo Banco Central de defender a elevação da Selic para até 12,75% na reunião de maio, juntamente com o recuo forte do câmbio de 7,6% e a oscilação nos preços do petróleo, ajudaram a pressionar para baixo a curva de juros, o que refletiu diretamente no Tesouro Direto em março.
O resultado disso foi a valorização de até 7,54% no preço dos títulos públicos no mês passado, como é o caso do Tesouro IPCA+ 2025. Um mês antes, o movimento tinha sido exatamente o contrário, com o mesmo papel liderando a desvalorização de preços, de até 2,11%. Os dados são da B3.
As maiores valorizações foram registradas entre títulos atrelados à inflação. Enquanto no começo do mês o Tesouro IPCA+ 2045 oferecia juros reais de 5,68% ao ano, no último pregão de março a taxa entregue pelo papel era bem menor: de 5,44%.
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