Tesouro Direto: taxas dos títulos públicos recuam com alívio no câmbio

As taxas dos títulos públicos operam em queda na tarde desta terça-feira (3). Todos os títulos prefixados apresentam rentabilidades menores. Apenas um título atrelado à inflação sofre queda nas taxas, enquanto as outras taxas operam com estabilidade.

Segundo Flavio Serrano, economista-chefe da Greenbay Investimentos, as taxas de juros oscilaram bastante durante o dia, com preocupações do mercado com a inflação local e global, na véspera da Super Quarta. – que reúne as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.

No período da tarde, as taxas cederam por conta de alívio no câmbio e um cenário externo mais calmo. Serrano cita o leilão de contratos de swap do Banco Central, que acabou vendendo US$ 1 bilhão, ajudando na queda da moeda americana.

Por volta das 15h34, o dólar comercial operava em queda de 2,04%, cotado a R$ 4,9668. O movimento acabou puxando as taxas de juros para a queda.

No radar dos investidores, Serrano destaca a expectativa do mercado com as decisões do Federal Reserve e o Copom (Comitê de Política Monetária) amanhã.

Dentro do Tesouro Direto, a maior queda era do título prefixado de longo prazo. O Tesouro Prefixado 2033, com juros semestrais, entregava uma rentabilidade anual de 12,32% nesta terça-feira (3), inferior aos 12,41% vistos ontem,

Já o Tesouro Prefixado 2025 e o Tesouro Prefixado 2029 ofereciam um retorno anual de 12,28% e 12,25% respectivamente, abaixo dos 12,32% e 12,31% da sessão anterior.

Nos títulos atrelados à inflação, as taxas do Tesouro IPCA+ 2026 recuavam. O título público oferecia um ganho real de 5,46%, inferior aos 5,48% registrados na segunda-feira (2).

Os outros títulos atrelados ao IPCA apresentavam estabilidade nas taxas.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidos na tarde desta terça-feira (3): 

Produção industrial

Dados da indústria estão entre os destaques da agenda local. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve crescimento da produção em três das quatro categorias econômicas e em 14 dos 26 ramos pesquisados em março.

Apesar da subida, a produção industrial recuou 2,1% na comparação com março de 2021 — oitava taxa negativa consecutiva nesta base de comparação.

No acumulado em 12 meses, os dados da Pesquisa Industrial Mensal apontam alta de 1,8%, mas mostram que a produção industrial vem reduzindo sua intensidade de crescimento desde agosto de 2021 (quando a expansão foi de 7,2%).

Entre as quatro grandes categorias econômicas, bens de capital (+8,0%) e bens de consumo duráveis (+2,5%) registraram as maiores altas em março — e intensificaram os avanços registrados em fevereiro (+2,5% e +1,4%, respectivamente).

Reforma tributária, teto de gastos e setor de aviação

Na agenda política, os presidentes Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da Câmara e do Senado, respectivamente, acertaram nos últimos dias um acordo para retomar o andamento da reforma tributária no Congresso.

A informação é da jornalista Carla Araújo, do UOL. Segundo a apuração, a ideia é votar apenas partes do projeto que foi aprovado em setembro do ano passado pelos deputados. Lira e Pacheco acertaram como pontos de consenso a correção da tabela do IR e a taxação de lucros e dividendos. Pacheco quer tentar colocar a matéria fatiada em votação ainda no mês de maio.

Também na cena política, o jornal O Globo informa que a equipe técnica do governo já trabalha com a possibilidade de derrubar no Senado a Medida Provisória (MP) 1.089, batizada de Voo Simples, diante da dificuldade de retirar do texto a volta do despacho gratuito de bagagem nos voos domésticos e internacionais.

Editada em dezembro de 2021, a MP traz um conjunto de medidas que flexibilizam a aviação civil. Durante a tramitação na Câmara, na semana passada, os parlamentares aprovaram um destaque que proíbe as companhias de cobrar pelo envio das malas.