Tesouro Direto: taxas despencam após fala de dirigente do Fed; Tesouro IPCA+ 2045 paga 6% ao ano

Investidores ajustam os preços depois que a presidente do Fed de Dallas apresentou um cenário que pode evitar aumento adicional dos juros nos EUA

Leonardo Guimarães

(Rmcarvalho/Getty Images)

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As taxas dos títulos do Tesouro Direto recuam nesta segunda-feira (9), dia de ajustes após susto com o Payroll na última sessão e fala sobre política monetária de uma dirigente do Federal Reserve (banco central dos EUA, Fed). Destaque no noticiário, a guerra entre Israel e Hamas parece estar restrita ao contexto local, na visão do mercado.

O conflito no Oriente Médio entra no terceiro dia. No sábado, o Hamas realizou um ataque surpresa, que foi prontamente revidado por Israel. Pelo menos 1,2 mil pessoas morreram na disputa.

A tensão geopolítica acende novo alerta inflacionário com a possibilidade de envolvimento de Estados Unidos e Irã no confronto. Por volta das 14h30, o barril do petróleo Brent era cotado a US$ 88,05 em Londres, alta de 4,10% na comparação com o fechamento da sexta-feira.

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A repercussão do conflito, porém, parece se limitar à commoditie, já que os mercados acionários globais têm pouca variação. O mercado de juros dos Estados Unidos está fechado nesta segunda-feira, mas uma fala da presidente do Federal Reserve (Fed) de Dallas, Lorie Logan, chamou atenção. Ela disse que a alta recente das Treasuries de longo prazo pode ajudar no combate à inflação ao desacelerar a economia dos Estados Unidos.

As taxas das Treasuries, porém, precisam permanecer em altos níveis, assim “haverá menos necessidade de aperto monetário adicional”. Esta última frase animou parte do mercado.

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No Brasil, o destaque da agenda econômica é o boletim Focus, que trouxe pouca variação nas estimativas de inflação. A projeção para 2023 permaneceu em 4,86%, enquanto a estimativa para 2024 teve leve avanço de 3,87% para 3,88%. Analistas seguem estimando inflaçaõ de 3,5% em 2025 e 2026.

As projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) também não mudaram: em 2024, a estimativa é de 1,5% e 1,9% em 2025.

No Tesouro Direto, as taxas de títulos de inflação apresentavam forte recuo nesta segunda-feira. Na atualização de 13h01, o Tesouro IPCA+ 2055 tinha rentabilidade real de 5,93% ante 6,08% no início da sessão de sexta-feira. A taxa do Tesouro IPCA+ 2045 caía de 6,13% para 5,97%, enquanto a do papel para 2032 recuava de 5,85% para 5,66%.

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Nos prefixados, o movimento também era de forte queda. O juro do Tesouro Prefixado 2033 caía de 12,15% para 11,82%, enquanto o do papel com vencimento em 2029 recuava de 11,88% para 11,652%. O Tesouro Prefixado 2026 oferecia rentabilidade de 10,82% ante 11,11% na sessão anterior.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na tarde desta segunda-feira (9):

IPC-S sobe 0,34% na 1ª quadrissemana de outubro

O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) da Fundação Getulio Vargas (FGV) acelerou a 0,34% na primeira quadrissemana de outubro, após ter encerrado setembro com alta de 0,27%. Com o resultado, o índice acumula elevação de 3,81% em 12 meses, ante 4,17% no final de setembro.

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Nesta leitura, seis das oito classes de despesa apresentaram aceleração, com destaque para o grupo Educação, leitura e recreação (1,34% para 2,14%) puxado por passagem aérea (8,46% para 12,92%).

Também houve acréscimos em Alimentação (-0,64% para -0,54%), Saúde e cuidados pessoais (-0,10% para 0,00%), Vestuário (-0,09% para 0,12%), Habitação (0,39% para 0,44%) e Despesas diversas (-0,02% para 0,03%) puxados, respectivamente, por frutas (-0,89% para -0,28%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-1,31% para -0,92%), roupas femininas (-0,68% para -0,26%), condomínio residencial (0,22% para 0,60%) e serviços bancários (0,00% para 0,12%).