Tesouro Direto: teto dos juros entre títulos de inflação cai para 5,69% após acordo provisório nos EUA

Taxas dos títulos prefixados também caem nesta segunda-feira após queda nas projeções para o IPCA

Leonardo Guimarães

(Getty Images)

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Enquanto a projeção para a inflação cai e o ambiente externo fica mais tranquilo, as taxas dos títulos do Tesouro Direto seguem caindo. A segunda-feira (29) teve a quinta sessão consecutiva de queda nos juros dos títulos públicos.

Investidores reagem ao que parece ser um dos capítulos finais da novela do teto da dívida dos Estados Unidos. No final do último sábado, Joe Biden, presidente dos EUA, e Kevin McCarthy, presidente da Câmara, chegaram a um acordo provisório para elevar o teto da dívida.

A medida foi tomada para evitar um calote que ameaçava abalar a economia global a partir da próxima quinta-feira (1º).

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No Brasil, a projeção para a inflação de 2023 do mercado financeiro caiu para 5,71% e a do PIB (Produto Interno Bruto) subiu para 1,26%. Os dados são do último Relatório Focus do Banco Central, divulgado na manhã desta segunda.

Para 2024, a previsão da inflação oficial foi mantida em 4,13%. As estimativas para 2025 e 2026 também continuaram no mesmo patamar, de 4,0%.

Diante desse cenário, a sessão é, novamente, de queda generalizada nas taxas dos títulos do Tesouro Direto. Entre os títulos de inflação, destaque para a rentabilidade do Tesouro IPCA+ 2035, que caía de 5,55% na última atualização de sexta-feira para 5,50% na última atualização de hoje.

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A rentabilidade real do Tesouro IPCA+ 2055 tinha queda de 5,72% para 5,69%, enquanto o juro do Tesouro IPCA+ 2040 caía de 5,67% para 5,65%.

Nos prefixados, o juro do título com vencimento em 2033 caía de 11,58% para 11,56%. O juro do Tesouro Prefixado 2029 caía de 11,44% para 11,42%.

A única exceção às quedas era a taxa do Tesouro Prefixado 2026, que subia para 11,02% ante 10,98% na sexta-feira.

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Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na tarde desta segunda-feira (29):

Teto da dívida dos EUA

Por mais que Casa Branca e os republicanos tenham alcançado um acordo provisório para elevar o teto da dívida dos Estados Unidos, a situação ainda é complexa. Há pouco espaço para impasses e a secretária do Tesouro, Janet Yellen, alerta que uma extensão deve ser finalizada até o próximo dia 5 para evitar um calote histórico que faria disparar os custos dos empresários.

O acordo – alcançado após semanas de discussões amargas – inclui apropriações de dois anos para manter os gastos não relacionados à defesa praticamente estáveis ​​com os níveis atuais, disse uma pessoa familiarizada com o acordo, falando sob condição de anonimato.

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Boletim Focus

A projeção para o PIB de 2024 continuou em 1,30%. As projeções de 2025 e 2026 foram mantidas, em 1,70% e 1,80%, respectivamente.

A projeção da taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) continua em 12,50% há seis semanas. A de 2024 foi mantida em 10,0% pela 15ª semana seguida e a de 2025 está em 9,0% há 15 semanas. A de 2026 subiu de 8,75% para 9,0%.

Para o dólar, a estimativa em 2023 caiu de R$ 5,15 para R$ 5,11. A projeção para 2024 recuou de R$ 5,20 para R$ 5,17, enquanto a de 2025 foi mantida em R$ 5,20. A previsão para 2026 recuou de R$ 5,27 para R$ 5,25.