Tesouro Direto: em fevereiro, investidores priorizaram o Tesouro Selic e ativos com prazos mais curtos

Aplicações de até R$ 1 mil representaram 56,8% das operações no mês; valor médio por operação foi de R$ 7,3 mil

Neide Martingo

Notas de Real (Marcelo Casal Jr / Agencia Brasil)

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Os títulos públicos negociados no Tesouro Direto continuam nas graças dos investidores. Em fevereiro, foi feito um total de vendas de R$ 3,62 bilhões (496.149 operações de investimento), contra R$ 2,16 bilhões de resgates, resultando na emissão líquida de R$ 1,46 bilhão.

Ao que parece, os investidores têm priorizado a garantia de que estão livres de risco, já que o título mais demandado pelos foi o Tesouro Selic, com R$ 2,20 bilhões em vendas (60,9% do total).

Os títulos indexados à inflação (Tesouro IPCA+, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais e Tesouro RendA+) somaram R$ 903,0 milhões (24,9% do total), enquanto os títulos prefixados (Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais) totalizaram R$ 512,3 milhões em vendas (14,1% do total).

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O novo título Tesouro RendA+ Aposentadoria Extra atingiu, sozinho, R$ 175,5 milhões em vendas (4,8% do total).

Os investidores também deram prioridade a ativos com prazos mais curtos no mês passado. A maior parcela de vendas se concentrou nos títulos com vencimento entre cinco e dez anos, que alcançaram 44,4% do total.

É a primeira vez desde julho de 2021 que vencimentos entre um e cinco anos não são a maior parte das vendas. As aplicações em títulos com vencimento acima de dez anos representaram 16,9%, enquanto os títulos com vencimento de um a cinco anos corresponderam 38,7% do total.

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O total de investidores ativos no Tesouro Direto, isto é, aqueles que atualmente estão com saldo em aplicações no programa, atingiu a marca de 2.121.791 pessoas, um aumento de 24.884 investidores no mês. Já o número de investidores cadastrados aumentou em 331.710, crescimento de 34,5% em relação a fevereiro de 2022, atingindo a marca de 23.355.547 pessoas.

Nesse universo, as aplicações de até R$ 1 mil representaram 56,8% das operações de investimento no mês. O valor médio por operação foi de R$ 7,3 mil.

Em fevereiro de 2023, o estoque do Tesouro Direto ficou em R$ 108,1 bilhões, um aumento de 2,3% em relação ao mês anterior (R$ 105,7 bilhões).

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Os títulos remunerados por índices de preços se mantêm como os mais representativos do estoque, somando R$ 55,48 bilhões ou 51,3% do total. Na sequência, vêm os títulos indexados à taxa Selic, totalizando R$ 38,3 bilhões (35,4%), e os títulos prefixados, que somaram R$ 14,3 bilhões, com 13,3% do total.

Nas recompras (resgates antecipados), predominaram os títulos indexados à taxa Selic, somando R$ 1,19 bilhão (60,8%). Os títulos remunerados por índices de preços (Tesouro IPCA+, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais, Tesouro IGPM+ com Juros Semestrais e Tesouro RendA+) totalizaram R$ 549,1 milhões (27,9%), e os prefixados, R$ 221,8 milhões (11,3%).

Quanto ao perfil de prazo dos títulos em estoque, a parcela com vencimento em até um ano fechou o mês em R$ 3,4 bilhões, ou 3,1% do total. A parcela do estoque vencendo em um a cinco anos foi de R$ 71,0 bilhões (65,7%) e o percentual acima de cinco anos somou R$ 33,7 bilhões (31,2%).

Neide Martingo

Jornalista especializada em Economia, Finanças e Negócios, trabalhou em veículos como Valor Investe, Diário do Comércio e Gazeta Mercantil e escreve sobre Renda Fixa no InfoMoney