Tesouro Direto: taxas dos títulos públicos sobem com ata do Fomc, dólar e juros internacionais

Em segundo dia de alta, prefixados oferecem até 11,53%

Bruna Furlani Katherine Rivas

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As taxas dos títulos públicos sobem na tarde desta quarta-feira (6), acompanhando o movimento de alta dos juros a nível global, o fortalecimento do dólar e repercutindo a ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto do Banco Central americano (Fomc, na sigla em inglês).

Segundo Flavio Serrano, economista-chefe da Greenbay Investimentos, as taxas de juros continuam refletindo a tendência iniciada ontem, após comentários mais hawkish (maior inclinação ao aperto monetário) de Lael Brainard, conselheira do Federal Reserve.

Na ata do Fomc, divulgada hoje, os membros do Federal Reserve concordam, “no geral”, em encolher o balanço patrimonial da autoridade monetária ao passo de cerca de US$ 95 bilhões de forma “faseada”. Está previsto um corte de US$ 60 bilhões em Treasuries e US$ 35 bilhões em títulos lastreados em hipotecas (MBS).

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Serrano destaca que embora o ritmo ainda não esteja definido, o banco central americano pode elevar 50 pontos-base na próxima reunião, com dois ou três aumentos nesse ritmo.

Os agentes de mercado também monitoram dados do IPCA, que devem ser divulgados nesta sexta-feira (8).

Dentro do Tesouro Direto, as taxas dos títulos prefixados sobem pelo segundo dia consecutivo.

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A maior alta é do Tesouro Prefixado 2025. O título público oferecia às 15h20 uma rentabilidade anual de 11,53% , superior aos 11,34% vistos ontem.

Enquanto o Tesouro Prefixado 2029 e o Tesouro Prefixado 2033 entregavam um retorno anual de 11,46% e 11,51%, respectivamente, acima dos 11,28% e 11,37% da sessão anterior.

Nos títulos atrelados ao IPCA, o Tesouro IPCA+ 2026 apresentava a maior variação nas taxas. O título público oferecia um retorno real de 5,15%, superior aos 5,10% registrados na terça-feira (5).

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As taxas dos outros títulos atrelados à inflação subiam entre 2 e 4 pontos-base.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidos na tarde desta quarta-feira (6): 

Ata do Fomc

Os membros do Federal Reserve concordam, “no geral”, em encolher o balanço patrimonial da autoridade monetária ao passo de cerca de US$ 95 bilhões de forma “faseada”, segundo a ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto do Banco Central americano (Fomc, na sigla em inglês), divulgada nesta quarta-feira (6). O encontro foi realizado em 16 de março, com o anúncio do primeiro aumento de juros desde 2018 pela autoridade monetária, em 0,25 ponto percentual.

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“Os dirigentes concordaram que os limites mensais de cerca de US$ 60 bilhões para títulos do Tesouro e cerca de US$ 35 bilhões para os MBS provavelmente seriam apropriados. Os dirigentes também concordaram em geral que os limites poderiam ser implementados em um período de três meses ou um pouco mais, se as condições de mercado assim o justificarem”, diz o texto.

Os participantes também “concordaram no geral” que, após a redução do balanço estar “bem encaminhada”, seria apropriado considerar as vendas diretas de MBS, de acordo com a ata, divulgada nesta quarta-feira.

Nenhuma decisão final foi tomada, segundo a ata, mas as autoridades fizeram “progressos substanciais” e poderiam “começar o processo de redução do tamanho do balanço patrimonial logo após a conclusão da reunião de política de 3 a 4 de maio”, apontou o documento.

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A ata do último encontro ainda indicou que muitos dirigentes consideram possível alta de 0,5 ponto percentual nos juros nas próximas reuniões, “principalmente se as pressões inflacionárias permanecerem elevadas ou intensificadas”.

IGP-DI

Dentro da agenda econômica local, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 2,37% em março, percentual superior ao apurado no mês anterior, quando o indicador avançou 1,50%. Os dados são da Fundação Getulio Vargas (FGV). O consenso Refinitiv apontava para uma alta mensal de 2,17%.

Com esse resultado, o índice acumula alta de 6,00% no ano e 15,57% em 12 meses. Em março de 2021, o índice havia subido 2,17% e acumulava elevação de 30,63% em 12 meses.

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A subida foi puxada pelo aumento do diesel, gasolina, além de adubos e fertilizantes, segundo a FGV.