Tesouro Direto: apesar de mês de julho mais “morno”, queda de preços dos títulos públicos se aproxima dos 15% no ano

Papéis atualmente disponíveis para compra no programa fecharam o mês passado com variações pouco expressivas e sem direção única

Beatriz Cutait

(Getty Images)

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SÃO PAULO – Depois das quedas de junho, que chegaram a alcançar 6,50%, os títulos públicos negociados via Tesouro Direto atualmente disponíveis para compra fecharam o mês de julho com variações pouco expressivas e sem uma direção única.

A maior baixa dos preços foi de 1,04%, do Tesouro IPCA+ com vencimento em 2026, e a maior alta, de 0,39%, partiu do Tesouro Prefixado com juros semestrais 2031.

Em um período marcado por uma piora do sentimento do investidor na última semana, o Ibovespa caiu 3,94% em julho, enquanto o CDI teve variação positiva de 0,36%.

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Diante da queda de preço que prevaleceu até junho, as perdas de alguns títulos públicos se aproximam dos 15% no ano, caso do Tesouro IPCA+ 2045, cuja queda foi de 0,74% em julho e de 14,3% no acumulado de 2021.

Todos os papéis que estão disponíveis para novos investimentos no Tesouro Direto mostram queda dos preços no ano e perdem, portanto, do Ibovespa, com alta de 2,34%, e do CDI, com variação de 1,64%.

Confira a seguir como se comportaram os títulos públicos disponíveis para novos investimentos em julho, no acumulado do ano e em 12 meses.

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É importante lembrar que o investidor só terá as perdas ou os ganhos apontados se efetivamente vender os papéis antecipadamente. Se carregá-los até o vencimento, o retorno vai respeitar as taxas e as condições contratadas no momento de aquisição dos títulos.

Preocupação com o fiscal e nova alta de juros

O tom de preocupação de investidores no Brasil foi elevado ao fim da semana no que se refere à cena fiscal, mais especificamente ao teto de gastos.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse na sexta-feira (30) que pretende dar um aumento de no mínimo 50% no valor médio do Bolsa Família e defendeu até que o país se endivide para custear o programa social.

“Por que aumentar no mínimo 50%? Porque a inflação veio, está aqui. A inflação de alimentos bateu no mundo todo, não só no Brasil, por conta da política do ‘fique em casa, a economia a gente vê depois’”, afirmou, criticando as medidas de isolamento social impostas para diminuir a propagação da Covid.

Ainda de acordo com o presidente, o pagamento do auxílio emergencial, que teve quatro parcelas em 2021 e foi prorrogado até outubro deste ano, pode continuar caso a “questão da pandemia não seja dissipada”.

Também na sexta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo não descumprirá a regra do teto de gastos por causa do Bolsa Família.

“Os senhores podem ter certeza que não furaríamos o teto por causa do Bolsa Família, não é nada disso, isso tudo está sendo programado com muita responsabilidade”, disse o ministro a jornalistas, após participar de evento no Rio de Janeiro.

Ao lado da questão fiscal, o mercado se prepara para uma aceleração do ritmo de aumento da taxa Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de terça (03) e quarta-feira (04).

A expectativa é que a Selic seja elevada em um ponto percentual, passando de 4,25% para 5,25% ao ano. Para o encontro do Copom de setembro, a previsão para a Selic subiu de 6,00% para 6,25%, apontando para nova alta de um ponto.

O mercado espera que os juros básicos cheguem a 7,0% ao fim deste ano e se mantenham nesse patamar até dezembro de 2022.

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Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.