Tenho R$ 150 mil na poupança e quero investir; como começar?

Flávio Crossara, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta

Tenho 25 anos e quero começar a investir. Tenho uma renda de R$ 5 mil líquidos por mês e tenho R$ 150 mil na poupança. Gostaria de pegar esse montante da poupança e investir. Tenho lido bastante sobre o assunto.

Quero, inicialmente, algo conservador. Tenho um filho e penso em garantir o futuro dele e também minha aposentadoria tranquila. Já tenho um VGBL, faço aporte mensal de R$ 200,00 e nos últimos 12 meses a rentabilidade foi de 7,1%. Meu saldo nesse plano beira os R$ 8 mil. Por enquanto não vou mexer nele pois como tenho pouco tempo de contratado a tarifa pra retirada ainda esta longe dos 10% que é o mínimo.

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O que chamou minha atenção foram os títulos do Tesouro Direto, LCIs e LCAs que são isentos de IR. Posso investir com o maior prazo possivel para ter maior rentabilidade. Outra coisa que me preocupa é a inflação e por isso quero retirar meu dinheiro da poupança e aplicá-lo uma vez que tenho ganhos reais negativos. Vi que existem titulos públicos atrelado ao IPCA, seria uma boa? O que vocês sugerem?

Leitor: Tiago

Resposta de Flávio Crossara, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF

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Olá Tiago, você está no caminho certo para entrar no “mundo dos investimentos”, nada melhor que perguntar, estudar e avaliar as inúmeras alternativas que existem no mercado hoje. Esta variedade tão grande traz produtos pouco atraentes, mas ao mesmo tempo surgem vários investimentos realmente interessantes, como é o caso de LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) que você colocou. Falando um pouco sobre estas Letras de Crédito, muita gente aplica seu dinheiro em Caderneta de Poupança, se submetendo a rendimentos pífios, mas acreditando se tratar de um investimento seguro.

Mas você sabia que tanto LCI quanto LCA além de serem isentos de Imposto de Renda (IR) para pessoa física têm exatamente o mesmo risco de uma Caderneta de Poupança? Pois é verdade, a garantia destas três formas de investimento é feita pelo FGC ao limite de 250.000,00 por CPF, ou seja, no caso de algum problema com o emissor, você terá exatamente a mesma possibilidade de recebimento do dinheiro investido. O que diferencia um do outro é que a Caderneta de Poupança paga uma rentabilidade muito inferior, coincidentemente é o produto que os bancos mais divulgam tanto na mídia quanto diretamente para seus clientes.

Outro produto que também tem o mesmo risco, mas com rentabilidade muito superior ao da Caderneta de Poupança é o CDB (Certificado de Depósito Bancário), porém este tem a incidência de IR. Como você comentou sobre títulos públicos (Tesouro Direto), lembre-se que estes títulos são os investimentos mais seguros do Brasil, pois levam em consideração exclusivamente o Risco Soberano, por isso é tratado como investimento de “Risco Zero” para cálculo financeiros. Apesar de gerarem uma rentabilidade bem superior à da Caderneta de Poupança, os Títulos Públicos têm um prazo de maturidade (liquidez) relativamente baixo, mas para investidores de longo prazo também são uma excelente alternativa.

Sobre a Previdência Privada, tome muito cuidado, normalmente a rentabilidade desses produtos é exageradamente baixa, chegando a perder inclusive da Caderneta de Poupança. Mas se mesmo assim você pretender adquirir um produto desses, opte pelo PGBL, pois no seu caso o valor aplicado será dedutível do cálculo do seu IR na sua declaração de ajuste anual, ou seja, você poderá ter um ganho extra pelo juros de aplicação sobre a parte que deveria pagar ao “Leão” anualmente. Pela sua idade imagino que seu filho ainda seja muito novo e como você quer poupar para ele e para sua aposentadoria, vou considerar um prazo de maturidade do seu investimento em torno de 30 anos.

Para um prazo tão longo, pode ser muito interessante colocar parte do seu investimento em renda variável, pois apesar de gerar maior volatilidade, no longo prazo tendem a gerar uma rentabilidade muitíssimo superior aos investimentos mais tradicionais. Minha sugestão para uma carteira com o perfil que você passou seria 30% em Fundo de Renda Variável, 25% em LCI, 25% em LCA e 20% em Título Público de prazo bem alongado. Obviamente que para cada uma dessas sugestões existem inúmeros produtos no mercado, avalie aquele que mais se adequa ao que pretende ou procure um especialista que possa te auxiliar nesta escolha.

Boa sorte nos seus investimentos e qualquer dúvida estaremos à disposição.

Atenciosamente,

Flávio Crossara é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br