Taxas de títulos públicos do Tesouro Direto têm leve alta na tarde desta terça-feira

Investidores monitoraram novos depoimentos na CPI da Covid, no Brasil, enquanto repercutiram dados econômicos na Europa e na Ásia

Mariana Zonta d'Ávila

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – Os prêmios pagos pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentavam leve alta na tarde desta terça-feira (18), em meio a um clima de maior otimismo com a reabertura de economias desenvolvidas, mas ainda com preocupações com relação à aceleração da inflação diante dos estímulos adotados na crise.

O Tesouro Prefixado com vencimento em 2024 pagava uma taxa anual de 8,29%, ante 8,27% ao ano na tarde de segunda-feira (17). Da mesma forma, o juro pago pelo Tesouro Prefixado 2026 era de 8,81% ao ano, contra 8,79% a.a. ontem.

Entre os títulos atrelados à inflação, o Tesouro IPCA+ 2035 oferecia um prêmio anual de 4,22% nesta tarde, ante 4,21% a.a. anteriormente, enquanto a taxa do Tesouro IPCA+ 2026 subia de 3,48% para 3,55% ao ano.

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Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta terça-feira (18):

Fonte: Tesouro Direto

Inflação e reabertura econômica

No ambiente internacional, investidores se dividem entre o receio com a inflação nos Estados Unidos e o otimismo com uma reabertura do comércio nas principais economias do mundo, à medida que avançam as campanhas de vacinação contra o coronavírus.

Ontem, o Reino Unido começou sua maior fase de reabertura desde o início da pandemia, com a liberação de teatros, museus, hotéis, cinemas e pontos turísticos. Além disso, bares e restaurantes agora podem atender também na área interna.

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Nos Estados Unidos, autoridades de saúde anunciaram na semana passada que o uso de máscaras e o distanciamento social não são mais necessários para as pessoas que foram completamente vacinadas contra a Covid.

Ainda no mercado americano, investidores aguardam a ata de política monetária referente à última reunião do Federal Reserve (o banco central americano), que será divulgada amanhã (19).

O mercado teme que a inflação acima da meta de 2% por um período contínuo leve o banco central americano a alterar sua política monetária, piorando o cenário para ações que tendem a se beneficiar de taxas de juros baixas no país.

Investidores ainda acompanharam hoje os dados do PIB da zona do euro, que recuou 1,8% no primeiro trimestre na comparação anual, em linha com a projeção e com o valor anterior.

Já na Ásia, o PIB do Japão apresentou queda de 5,1% entre janeiro e março deste ano, também na base anual.

Atenção ainda para os dados de emprego no Reino Unido, que mostraram queda na taxa de desemprego de 4,9% para 4,8% nos primeiros três meses de 2021, na base de comparação trimestral.

Projeções para o PIB e CPI da Pandemia

No ambiente doméstico, destaque para a elevação das projeções de crescimento do PIB brasileiro este ano, de 3,20% para 3,50%, e da estimativa para a inflação, de 4,42% para 5,05%, pelo Ministério da Economia, segundo o Boletim MacroFiscal, divulgado nesta manhã.

De acordo com a Secretaria de Política Econômica, justificaram a revisão da projeção de crescimento os resultados melhores para a atividade no começo deste ano e a expectativa de continuidade do processo de vacinação, com impacto positivo sobre o setor de serviços no segundo semestre.

Ainda na cena local, as atenções se voltaram novamente para a CPI da Pandemia, que ouve hoje o ex-ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo. A expectativa é de que ele seja questionado sobre eventuais ações ou omissões de sua pasta na compra de vacinas contra a Covid.

Além disso, deve ser questionado o enfoque de sua pasta na aquisição de insumos para fabricar cloroquina, um remédio usado para o tratamento de malária, cuja eficácia contra a Covid não foi cientificamente comprovada.

Senadores também devem abordar falas de Araújo contra a China, maior parceiro comercial do Brasil e país responsável pela produção e venda de insumos necessários para a produção local da vacina Coronavax e do imunizante desenvolvido em parceria entre Universidade de Oxford e a farmacêutica Astrazeneca.

Na quarta-feira (19), deve falar o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello. Ele também deve ser questionado a respeito da promoção pelo governo da cloroquina, especialmente durante a crise de Manaus.

O ex-ministro obteve um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF) que permite que fique calado quando confrontado com questões que possam incriminá-lo.

Também no âmbito político, o presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que pretende apresentar ao STF (Supremo Tribunal Federal) uma ação visando definir um valor fixo em cada estado para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre os combustíveis.

O ICMS é calculado atualmente com um percentual em cima do valor cobrado pelas refinarias. A intenção do presidente com o projeto de lei enviado ao Congresso era que a cobrança passasse a ser feita com um valor fixo em reais, como a Cide, uma contribuição federal que também incide sobre os combustíveis.

Por fim, no noticiário corporativo, atenção para a divulgação de números referentes ao primeiro trimestre de companhias como Boa Vista, Mosaico, Cruzeiro do Sul, Focus, Linx e Gafisa.