Taxas de títulos do Tesouro Direto têm queda nesta terça-feira

Investidores monitoraram trocas de comando ministerial no Brasil, alta nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano e dados econômicos da zona do euro

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – As taxas pagas pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentavam queda na tarde desta terça-feira (30), em um dia de repercussão da reforma ministerial feita pelo presidente Jair Bolsonaro e de divulgação de dados de inflação.

O papel prefixado com vencimento em 2024 pagava um prêmio anual de 8,19%, ante taxa de 8,28% a.a. ontem. Da mesma forma, o título com prazo em 2026 oferecia um prêmio anual de 8,75%, abaixo dos 8,81% pagos anteriormente.

Entre os papéis com retornos indexados à inflação, o Tesouro IPCA+ 2035 pagava nesta tarde juro real de 4,05%, contra 4,08% no pregão anterior, enquanto a taxa do Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2055 cedia de 4,47% para 4,45% ao ano.

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Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta terça-feira (30):

Fonte: Tesouro Direto

Reforma ministerial

No Brasil, as atenções recaíram sobre a repercussão da reforma ministerial feita por Jair Bolsonaro (sem partido), que anunciou na noite de ontem a troca dos titulares de seis ministérios.

Entre as mudanças, ele escolheu a deputada Flavia Arruda (PL-DF), nome ligado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para a Secretaria de Governo, área responsável pela articulação política.

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Bolsonaro também decidiu colocar seu então chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, no comando do Ministério da Defesa, no lugar de Fernando Azevedo e Silva, e um delegado da Polícia Federal, atual secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública, no lugar de André Mendonça. Leia mais aqui.

Além disso, nesta terça, o Ministério da Defesa comunicou que os comandantes das três Forças Armadas serão substituídos: são eles Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Moretti Bermudez (Aeronáutica).

É a primeira vez desde 1985 que os comandantes das três Forças Armadas deixam o cargo ao mesmo tempo sem ser em troca de governo.

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Na agenda de indicadores domésticos, a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) acelerou para 2,94% em março, a maior taxa para um mês de março desde 1994. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), além da gasolina, ajudaram a pressionar o índice itens como etanol, gás de botijão, plano de seguro e saúde e aluguel residencial.

Apesar da alta, o resultado ficou abaixo da expectativa de economistas consultados pela Reuters, que esperavam um avanço de 3,05% do índice no mês.

Com o dado mais recente, o IGP-M acumula inflação de 8,26%, no ano, e de 31,10%, em 12 meses.

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Já no noticiário de coronavírus, o Brasil bateu novamente seu recorde de mortes por Covid-19 na média móvel de sete dias, com 2.655 casos, alta de 34% frente à média de 14 dias atrás. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid-19 coletados por secretarias estaduais de Saúde no Brasil.

Segundo dados do governo divulgados pela Procuradoria Geral da República, há falta crítica de oxigênio em seis estados: Acre, Rondônia, Mato Grosso, Amapá, Ceará e Rio Grande do Norte.

Ontem, o novo ministro da Saúde, o cardiologista Marcelo Queiroga, anunciou, ao participar de uma audiência no Senado, que a pasta fará uma campanha pelo uso “racional” de oxigênio em hospitais. Segundo ele, o Ministério da Saúde elaborará protocolos que “racionalizem o uso de oxigênio”.

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Treasuries americanos e dados na zona do euro

Na cena global, investidores monitoraram os reflexos da instabilidade causada após o fundo americano Archego liquidar posições no valor de mais de US$ 20 bilhões.

As atenções também recaíram sobre o rendimento dos títulos de dez anos do Tesouro americano, que superou a marca de 1,76% no início da manhã, com os investidores monitorando o plano de infraestrutura do presidente Joe Biden, que pode custar cerca de US$ 3 trilhões e cujos detalhes devem ser revelados na próxima quarta-feira (31).

Por fim, na Europa, o índice de sentimento econômico da zona do euro, que mede a confiança de setores corporativos e dos consumidores, subiu de 93,4 pontos, em fevereiro, para 101 pontos, em março. O dado ficou acima da projeção de analistas consultados pela Refinitiv, de 96 pontos.

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A confiança do consumidor recuou 10,8 pontos em março, segundo dados da Comissão Europeia, em linha com a projeção do mercado e com o valor anterior, ambos em 10,8 pontos. Já a confiança industrial na região avançou 2 pontos em março, contra uma previsão de recuo de 5 pontos.