SÃO PAULO – As taxas oferecidas pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentavam leve alta alta na tarde desta segunda-feira (24), em dia de novas revisões para cima nas projeções do mercado financeiro para a inflação brasileira.
O Tesouro Prefixado com vencimento em 2024 pagava uma taxa anual de 8,27%, ante 8,22% ao ano na tarde de sexta-feira (21). Da mesma forma, o juro pago pelo Tesouro Prefixado 2026 subia de 8,73% para 8,79% ao ano.
Entre os títulos atrelados à inflação, o Tesouro IPCA+ 2026 oferecia um prêmio anual de 3,49% nesta tarde, ante 3,48% a.a. na última sessão, enquanto a taxa do Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2055 avançava de 4,43% para 4,45% ao ano.
Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta segunda-feira (24):

Relatório Focus e cena doméstica
Na agenda do dia, o relatório Focus, do Banco Central, divulgado nesta manhã, mostrou novas revisões para cima nas projeções para a inflação brasileira e para o crescimento da economia doméstica este ano.
As estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiram de alta de 5,15% para 5,24%, na sétima semana seguida de alta. No caso do Produto Interno Bruto (PIB), as expectativas de expansão foram elevadas de 3,45% para 3,52%, pela quinta semana.
Para 2022, os economistas consultados pela autoridade monetária também revisaram as estimativas para os dois indicadores, e agora é esperada alta de 3,67% do IPCA, acima dos 3,64% esperados no levantamento anterior. Já para o PIB, a expectativa é de expansão de 2,30% em 2022, abaixo do crescimento de 2,38% previsto na semana anterior.
Com relação à taxa básica de juros, o mercado segue à espera de um aumento da taxa Selic de 0,75 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em junho, para 4,25% ao ano. As previsões para a Selic ao fim de 2021 e 2022 também foram mantidas em 5,50% e 6,50%, respectivamente.
Na direção oposta do Focus, a equipe econômica do Morgan Stanley no Brasil cortou a estimativa de crescimento brasileiro em 2021 de 3,5% para 2,8%. Com isso, a expansão do país fica bem abaixo da expectativa do banco para a América Latina, de crescimento de 4,2%.
Na avaliação da equipe do banco, indicadores que retratam a oferta do país indicam uma recuperação mais forte da economia, mas podem ser um “falso positivo”. A análise dá ênfase à demanda mais fraca, sobretudo por conta do mercado de trabalho.
Segundo a equipe de análise do Morgan, a recuperação da região está a caminho, mas o Brasil é uma “notável exceção” por conta de uma nova onda da pandemia, atrasos no cronograma de vacinação e espaço limitado para estímulos fiscais.
Na cena política, o ministro da Economia Paulo Guedes afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que o governo está gestando medidas que busquem melhorar o ambiente eleitoral em 2022 e que pretende respeitar o teto para gastos federais presente na Constituição.
Entre as medidas citadas pelo ministro está a ampliação do Bolsa Família por meio de um fundo social alimentado por privatizações e dividendos de estatais.
Quadro externo
Com uma agenda mais esvaziada no exterior nesta segunda, investidores monitoraram uma reunião especial do Conselho Europeu, sobre a pandemia de Covid, o meio ambiente e as relações entre Reino Unido e União Europeia.
Mercados aguardam ainda pela divulgação nesta semana, nos Estados Unidos, de resultados referentes ao primeiro trimestre deste ano de companhias do varejo como Gap e Urban Outfitters, além das de tecnologia Salesforce e Workday.