Taxas de títulos do Tesouro Direto sobem após dados do varejo acima do esperado em maio

Sessão foi marcada por maior aversão ao risco no ambiente global, com investidores monitorando segunda onda de contaminação e tensões entre EUA e China

Mariana Zonta d'Ávila

SÃO PAULO – Os prêmios pagos pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentaram alta na tarde desta terça-feira (8), com o aumento de aversão ao risco no exterior e após dados do varejo acima do esperado no Brasil.

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De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas no varejo subiram 13,9% em maio na comparação com abril – economistas consultados pela Bloomberg esperavam crescimento de 5,9% –, a maior alta da série histórica da pesquisa, iniciada em janeiro de 2000.

Em abril, o indicador registrou queda de 16,8%, refletindo os impactados da pandemia. No acumulado do ano, o desempenho do varejo também é negativo, em 3,9%.

“O aumento [de maio] representa uma recuperação dos meses anteriores, com níveis recordes no campo negativo, tanto no comércio varejista, quanto no comércio varejista ampliado. Porém, essa recuperação não foi suficiente para inverter o sinal nos demais indicadores, como na comparação interanual, que registrava queda de 17,1% em abril, passando a queda de 7,2% em maio”, destaca o IBGE.

Mercado hoje

Na tarde desta quarta-feira, o dólar operava em leve queda frente ao real. Por volta das 16h, a moeda americana recuava 0,7%, cotada a R$ 5,34.

No Tesouro Direto, o juro pago pelo título com retorno prefixado e vencimento em 2023 avançava de 4,08% para 4,22% nesta tarde, enquanto o prêmio oferecido pelo mesmo papel com prazo em 2026 subia de 6,15% para 6,21% ao ano.

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Entre os papéis indexados à inflação, o título com vencimento em 2026 pagava 2,49% ao ano, ante 2,46% a.a. na tarde de terça-feira (7). O papel com juros juros semestrais e prazo em 2030, por sua vez, oferecia uma taxa anual de 3,05%, frente aos 3,04% a.a. pagos anteriormente.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos nesta quarta-feira (8):

Fonte: Tesouro Direto

Cena externa

No ambiente internacional, a atenção recaía sobre o avanço do número de casos de coronavírus ao redor do mundo, com mais uma sessão de queda das bolsas na Europa.

Nos Estados Unidos, que já registra cerca de 3 milhões de infectados pela Covid-19, estados como a Flórida já enfrentam escassez de leitos de UTI, enquanto outros estados têm aumento dos casos em meio à reabertura do país.

Robert Shiller, economista e ganhador do Nobel, mostrou preocupação com possíveis efeitos duradouros da pandemia na economia. “Podemos ter novos fechamentos. Isso pode causar uma resposta psicológica pior nessa segunda vez”, disse em entrevista à CNBC, se referindo a uma segunda onda de contágio.

Já a economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, alertou ontem, segundo a Reuters, que muitos países estão tomando novos empréstimos e talvez precisem reestruturar suas dívidas.

Além da pandemia da Covid-19, voltou a causar preocupação as novas tensões entre Estados Unidos e China. A repressão do governo chinês à oposição em Hong Kong e as restrições da emissão de vistos para autoridades de ambos os lados estão entre as tensões da vez.

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