Taxas de títulos do Tesouro Direto recuam na tarde desta quinta-feira

Investidores monitoraram PIB brasileiro do terceiro trimestre abaixo do esperado, avanço da Covid-19 e cena política no país

Mariana Zonta d'Ávila

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – Os prêmios pagos pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentavam queda na tarde desta quinta-feira (3), em dia de dados do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do terceiro trimestre abaixo do esperado.

O título prefixado com vencimento em 2023 pagava um prêmio anual de 4,72%, ante 4,78% ontem. A taxa paga pelo mesmo papel com juros semestrais e prazo em 2031, por sua vez, recuava de 7,62% para 7,46% ao ano.

Entre os papéis indexados à inflação, o com vencimento em 2026 pagava uma taxa anual de 2,69% nesta tarde, ante 2,75% a.a. no pregão anterior. Já o juro pago pelo Tesouro IPCA+ 2045 era de 3,88%, abaixo dos 3,94% pagos anteriormente.

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Confira os preços e as taxas dos títulos públicos nesta quinta-feira (3):

Fonte: Tesouro Direto

Cena doméstica

No Brasil, as atenções dos investidores recaíram sobre o PIB do terceiro trimestre, que registrou alta de 7,7% na comparação com os meses de abril a junho.

Apesar da alta, o resultado veio abaixo do esperado pelos economistas consultados pela Bloomberg, que esperavam crescimento de 8,7%.

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Com o resultado, a economia do país se encontra no mesmo patamar de 2017, com uma perda acumulada de 5%, de janeiro a setembro, em relação ao mesmo período de 2019.

Ainda no noticiário econômico local, o Tesouro Nacional emitiu US$ 2,5 bilhões em três tipos de bônus soberanos em dólar nesta quarta-feira.

Apesar do crescimento das incertezas em relação ao País, todas as taxas de retorno asseguradas aos investidores ficaram abaixo do que foi pago pelo governo brasileiro quando esses papéis foram emitidos pela primeira vez, em novembro do ano passado (no caso do bônus de 30 anos) e junho deste ano (demais papéis).

Já no âmbito político, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende manter os termos do PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) enviado ao Congresso em abril, e não fixar uma meta para o resultado das contas públicas em 2021, segundo o jornal Folha de S. Paulo.

Dessa forma, o governo ficaria liberado de perseguir um limite fiscal. A medida, contudo, é criticada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

A justificativa do governo é de que, quando o PLDO foi enviado, havia grande incerteza sobre os rumos da economia com a pandemia. Por isso, seria difícil prever um resultado fiscal.

Guedes pretende manter essa linha de defesa, apesar de o TCU ter emitido em novembro, por unanimidade, um alerta sobre a proposta.

Com relação ao coronavírus, chegou nesta quinta-feira em São Paulo lote com 600 litros da matéria-prima para produzir até 1 milhão de doses da vacina CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac.

A expectativa é de que até o fim do ano cheguem 6 milhões de doses prontas para aplicação, e insumos suficientes para a produção local de outras 40 milhões de doses.

Quadro internacional

Na cena externa, os mercados estiveram em compasso de espera pelas negociações de estímulos nos Estados Unidos e pelas aprovações em outros países, além do Reino Unido, de vacinas contra o coronavírus.

Ontem, a porta-voz da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, e o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schummer, publicaram uma nota conjunta na qual pedem que os republicanos trabalhem com os democratas para chegar a um novo pacote de estímulos para a economia.

Eles propõem delinear o pacote usando como ponto de partida uma proposta bipartidária de senadores moderados, de US$ 908 bilhões, apresentada na terça-feira. Ela fica bem abaixo dos US$ 2,2 trilhões que os dois representantes democratas haviam proposto.

Os investidores também acompanharam o aumento do número de casos de coronavírus globalmente. Apenas ontem, os EUA registraram 2.885 mortes pela doença – o recorde de vítimas em um único dia no país.

Além disso, o número total de americanos hospitalizados em decorrência do coronavírus ultrapassou pela primeira vez a marca de 100 mil pessoas, segundo dados do Covid Tracking Project. O número mais do que dobrou em comparação com o mês anterior.

Depois do Reino Unido, a expectativa é que reguladores dos EUA também aprovem a vacina desenvolvida pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTech, assim como o produto desenvolvido pela farmacêutica Moderna, até o final do mês.

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