SPX reduz projeção para PIB brasileiro em 2020 e vê recessão pela frente

Em fevereiro, gestora de Rogério Xavier optou por reduzir as alocações compradas em dólar e encerrou a posição vendida no euro

Mariana Zonta d'Ávila

Rogério Xavier, gestor da SPX, em evento do Credit Suisse (Crédito: Fotoka/Divulgação)

SÃO PAULO – Com um olho nos impactos do coronavírus sobre a economia mundial e outro nas eleições presidenciais americanas, a SPX começa o mês de março avaliando a real possibilidade de uma recessão, pesando o quão profunda e duradoura ela seria.

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Refletindo as revisões feitas pelo mercado de crescimento na China e na Europa, bem como a queda do preço do petróleo e a piora das condições financeiras, a renomada gestora de Rogério Xavier revisou sua projeção de crescimento para o PIB brasileiro de 2,5% para 0,9% em 2020.

Em carta aos cotistas, a equipe de gestão destaca o cenário conturbado para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), dado o choque externo no crescimento econômico, ao mesmo tempo em que o Banco Central tenta frear a disparada do câmbio no país com a venda diária de dólares no mercado futuro.

Diferentemente da carta de janeiro, em que reforçava que o Copom já havia dado “estímulos suficientes para uma aceleração do crédito bancário” e na qual previa até um cenário de alta para a Selic em 2020, a SPX vê agora um aumento na disposição da autoridade monetária em seguir cortando os juros. Com isso, estima um corte de 0,25 ponto percentual na Selic neste mês, cenário que, segundo a gestora, já está no preço do mercado.

“Estamos ainda cautelosos em relação aos juros locais, uma vez que afrouxamentos adicionais tendem a pressionar ainda mais o dólar e, possivelmente, gerar uma desancoragem nas expectativas de inflação”, escreve a gestora, que permanece com pequenas posições direcionais em juros.

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Em fevereiro, a casa optou por reduzir as alocações compradas (apostando na alta) em dólar e encerrou a posição vendida (apostando na queda) no euro.

As posições vendidas em moedas de países emergentes – maior contribuição do retorno para o fundo Nimitz em 2020 –, contudo, foram mantidas.

Em fevereiro, o Nimitz teve um desempenho positivo de 1,19%, ante variação de 0,29% do CDI. No ano, a alta até o mês passado era de 1,34%, ante um CDI de 0,67%.

Por avaliar que o impacto do vírus será forte, porém passageiro, e de que os bancos centrais irão responder de maneira mais agressiva, tanto do lado monetário quanto do fiscal, a SPX segue com uma posição levemente comprada em bolsas internacionais. No Brasil, a preferência é por empresas dos setores financeiro, de utilities e consumo.

Em commodities, a gestora de Xavier tem alocações vendidas em metais industriais, mas segue comprada em metais preciosos.

Cenário Internacional

Por conta da escalada do coronavírus, o cenário-base da SPX já contempla um crescimento zero para os países europeus em 2020. O relatório destaca que efeitos adicionais, como o risco pandêmico do vírus e seu impacto em parceiros comerciais, apontam para maiores riscos de uma recessão na região. “Com o Banco Central Europeu já no limite de atuação monetária, esperamos maior ação no campo fiscal, que tende a ter implementação mais lenta”, assinala.

Nos Estados Unidos, o ano eleitoral fica ainda mais incerto com os impactos do vírus, destaca a gestora. A carta lembra que Joe Biden saiu vitorioso na Super Terça e se tornou o favorito na corrida pela nominação como candidato Democrata, tornando a disputa pela Casa Branca ainda mais acirrada.

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