SPX aposta nos setores financeiro, de consumo e energia, mas vê Brasil no caminho para “aumentar fragilidades”

Como forma de proteção em um cenário de maior instabilidade local, a gestora continua com posições que ganham com a alta do dólar, indica carta mensal

Bruna Furlani

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SÃO PAULO – Embora a sinalização de abandono da principal âncora fiscal do país – o teto dos gastos – tenha azedado os mercados locais nos últimos meses, a renomada gestora SPX, que tem o gestor Rogério Xavier entre os fundadores, preferiu manter a aposta na alta dos setores financeiros, de consumo e de energia contra o Ibovespa na passagem de setembro para outubro. Em sua carta mensal, a casa afirmou ainda que seguiu com posições relativas no setor de transporte.

Ainda que veja potencial em algumas companhias do mercado de capitais brasileiro, a SPX não negou a insatisfação com a situação que o País vive atualmente. “O Brasil continua caminhando na direção de aumentar suas fragilidades, diminuindo, assim, sua resiliência para enfrentar um cenário global mais complicado”, disse a gestora.

“Entramos em nosso período eleitoral de forma precoce: o curto prazo político parece estar prevalecendo sobre o médio prazo econômico. Teremos eleições, daqui a um ano, e as chances de mudança positiva parecem baixas. Mas, torcemos por um futuro melhor”, ponderaram os especialistas da casa.

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De olho em um cenário de piora fiscal, a SPX reiterou que segue apostando na alta da inflação implícita (diferença entre a taxa de juros real e a nominal) e na desinclinação da parte curta da curva de juros – entendida por especialistas do mercado como expectativa de redução da diferença entre os juros curtos e longos –, dada “a postura mais incisiva do Banco Central na condução da política monetária”.

Também como forma de proteção em um cenário de maior instabilidade local, a casa afirmou que manteve as alocações que apostam na valorização do dólar americano.

Ao comentar sobre as posições no mercado de ações internacional, a gestora também destacou que segue construtiva com a bolsa americana contra bolsas emergentes.

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Já ao falar sobre o mercado de crédito americano, a casa defendeu que enquanto o mercado de ações continua a atingir máximas históricas, o crédito de baixa qualidade nos Estados Unidos começa a sinalizar uma narrativa diferente. “À medida em que o Fed [banco central americano] inicia a redução gradual de suas compras de ativos, os ativos que mais se beneficiaram, naturalmente, sofrerão mais, à medida que a liquidez for removida”, destacaram.

Nesse cenário, a SPX disse que aproveitou as oportunidades pontuais que se apresentaram nos setores de energia e transportes do mercado de crédito americano, mas que manteve o nível geral de risco baixo.

Ao comentar sobre as alocações em crédito, os especialistas da SPX pontuaram que estão “leves em termos de alocação na América Latina, mas que estão avaliando o melhor momento para voltar a adicionar risco. “Acreditamos que o valuation [preço] do mercado de crédito na região voltou a ser atraente após as recentes quedas”, afirmaram. “Balanços saudáveis e bons resultados trimestrais também sustentam nossa visão”.

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Da mesma forma, a casa informou que preferiu manter alocações que apostam na alta de commodities ligadas à energia, metais industriais e crédito de carbono.

Além de comentar sobre alocações, a gestora aproveitou para reiterar que as condições monetárias de hoje não estão “calibradas” para a recuperação econômica que vem sendo observada nas economias ao redor do mundo.

“Esperamos que esse desequilíbrio continue sendo corrigido e resulte em taxas de juros globais mais elevadas”, pontuaram os analistas da casa, que acreditam em mais no risco de a inflação global superar o esperado do que no risco de ocorrer o contrário.

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