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S&P 500 terá recorde ou correção em 2024? Veja projeções e como se posicionar

Em caso de subida, setores específicos deverão assumir dianteira; saiba quais

Ana Paula Ribeiro

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O ano positivo do S&P 500 subiu um degrau a mais com a empolgação do mercado em torno do início de cortes de juros nos Estados Unidos. Mas, após alta expressiva de quase 25% em 2023, ainda há espaço para o principal índice acionário do mundo entregar ganhos em 2024?

A projeção não está fácil nem para analistas, que se dividem entre expectativa de nova máxima histórica e correção.

Do lado otimista, o Bank of America (BofA) vê um novo recorde para o índice no próximo ano, aos 5 mil pontos. Apesar disso, o patamar representaria uma alta de menos de 5% ante o fechamento de terça-feira (19), a 4.768 pontos – ganho bem inferior ao registrado até aqui neste ano, apesar do cenário adverso com duas guerras, aperto monetário e temor de recessão

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Mas, o crescimento se deu muito concentrado em algumas empresas, abrindo oportunidades para ganhos em setores distintos. “Ao contrário deste ano, durante o qual o grupo do ‘Magnificent 7‘ (as sete maiores empresas de tecnologia) fez 70% do trabalho, esperamos uma liderança mais ampla (em 2024). O S&P 500 pode subir sem o Mag 7? Nós acreditamos que sim”, avaliaram, em relatório, os analistas do Bank of America.

Entre essas empresas que podem se beneficiar desse cenário estão as ações do setor de energia, imobiliário (em especial os segmentos de escritórios e hotéis) e serviços de comunicação.

O cenário é ainda mais promissor na visão do Goldman Sachs, que projeta o S&P 500 em 5,1 mil pontos, um potencial de quase 7% de ganho em relação ao patamar atual. A projeção anterior era de 4,7 mil, mas foi revisada dada a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) possa iniciar o corte de juros, hoje na faixa entre 5,25% a 5,50% ao ano, ainda em março.

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Leia mais: Treasuries: como postura do Fed afeta investimento na renda fixa americana?

“Olhando para o futuro, a melhoria do crescimento e de queda das taxas deverá dar suporte às ações com balanços mais fracos, particularmente aquelas que são sensíveis ao crescimento econômico”, dizem analistas do Goldman em relatório.

A projeção para o S&P 500 alcança o patamar na casa dos 5.200 pontos na avaliação da gestora Oppenheimer Asset Management – um potencial de alta de mais de 9% frente aos níveis atuais.

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Escolhendo ganhadoras

Gabriel Mollo, analista de investimentos Daycoval, acredita que é o momento de olhar para empresas que possuem lucros mais constantes, uma vez que é esperado uma desaceleração da economia. “Os impactos disso no S&P 500 se darão sobre as projeções de lucros das empresas”, explica.

Para ele, o momento sugere a busca por empresas mais consolidadas e de baixo endividamento, que estão com melhor posição de caixa. “As empresas com fluxo de caixa mais estável, que não dependem de um crescimento forte da economia, são as que mais devem se valorizar ao longo de 2024”, espera.

Essas companhias, em sua avaliação, são aquelas mais ligadas ao crescimento interno, uma vez que falta um impulso para as empresas de commodities que dependem mais da economia global. Entre os setores que podem se destacar, cita o setor financeiro, utilities e setor imobiliário.

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Contraponto

O lado otimista puxa a corda com mais braços, mas a ponta negativa também faz barulho: na avaliação do J.P. Morgan, o risco de recessão global ainda está presente no curto prazo, e o processo inflacionário, mesmo que em desaceleração, também deve ser outro fator a coibir um crescimento maior do lucro das empresas.

A tese da instituição é que o “choque” de juros do último ano, em que as taxas se mantiveram elevadas, terá um efeito negativo sobre a atividade econômica. Com isso, a instituição vê que o S&P 500 deve cair para 4,2 mil pontos – quase 12% de perdas em relação ao fechamento do dia 19 de dezembro.

“Acreditamos que a desaceleração da inflação e da atividade econômica que prevemos para 2024 irá, em algum momento, deixar os investidores preocupados ou talvez até em pânico”, avaliou, em relatório, Marko Kolanovic, estrategista-chefe do JP.

Ana Paula Ribeiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney