Retornos de CDBs se consolidam acima de 1% ao mês; veja ativos que mais pagam

Juros de prefixados sobem ainda mais, e títulos pós mantêm remuneração de até 120% do CDI, mas investidor deve ter paciência para acessar essas taxas

Leonardo Guimarães

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As taxas dos CDBs de longo prazo seguem em alta. Após uma decisão dividida pelo corte de 0,25 ponto percentual na Selic, o mercado precifica juros mais altos por mais tempo e os ativos bancários com vencimento em pelo menos um ano oferecem retornos maiores. 

O movimento aconteceu nos CDBs pós-fixados (atrelados ao CDI) e prefixados. As taxas dos papéis de curto prazo, por outro lado, caíram.

Os dados estão em novo levantamento realizado pela Quantum Finance, a pedido do InfoMoney, que analisou 245 CDBs emitidos entre 6 e 20 de maio. A comparação das taxas é com a quinzena anterior, de 19 de abril a 3 de maio.

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Por que títulos curtos pagam menos?

Segundo Octavio Gomes, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital, há uma explicação para os movimentos em direções diferentes das taxas de curto e longo prazo: as incertezas sobre a capacidade do governo brasileiro de cumprir as metas fiscais e os juros americanos ainda em níveis altos pressionam os juros longos; ao mesmo tempo, a queda da Selic causa a queda das taxas de curto prazo. 

“Os três indexadores têm espaço nas carteiras; hoje gosto mais dos ativos atrelados à inflação, seguidos de pós-fixados e, por último, prefixados”, diz Vinicius Romano, especialista em renda fixa na Suno Research. 

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Já Gomes prefere os papéis atrelados ao CDI, “principalmente olhando para o prazo mais curto, já que temos previsão de Selic maior no próximo ano, impactada pela questão fiscal e, mais recentemente, pelos acontecimentos no Rio Grande do Sul”.

CDBs pós-fixados

Os papéis mais longos, com vencimento em três anos, entregaram taxa média de 102,18% do CDI na última quinzena, ante 101,75% na quinzena anterior. Já a rentabilidade média dos títulos com vencimento em dois anos subiu de 101,02% do CDI para 101,22%. Nos títulos de 12 meses, a alta foi de 99,34% do CDI para 100,21%. 

Já no curto prazo, os papéis de três meses entregaram rentabilidade média de 99,63% do CDI contra 99,72% no período anterior. Em seis meses, a média caiu de 104,92% para 103,29%. 

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O número de emissões subiu de 126 para 175 e os pós-fixados representaram 71,4% de todas as emissões. 

Retornos de CDBs indexados ao CDI de 06 a 20 de maio

Prazo (meses)Taxa mínimaTaxa médiaTaxa máximaNúmero de títulosEmissor da maior taxa
397,50%99,63%106,00%36BancoSeguro
699,00%103,29%120,00%32Banco Master de Investimento
1290,00%100,21%115,00%56Banco BMG
2498,00%101,22%118,00%31Banco BMG
3690,00%102,18%110,00%20Haitong Brasil
Fonte: Quantum Finance

CDBs prefixados

Os prefixados seguem pagando o sonhado 1% ao mês, perseguido pelo investidor brasileiro de renda fixa. A taxa média dos papéis de três anos teve alta significativa, de 11,72% ao ano para 12,33%. O título com maior taxa pagava 13,40% ao ano. 

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Nos papéis de dois anos, a remuneração média foi de 11,89% contra 11,22% quinze dias antes. A única queda nas taxas médias de prefixados foi dos títulos de seis meses. A remuneração recuou de 9,84% para 9,76%. 

Entre 6 e 20 de maio, foram emitidos 52 prefixados. 

Retornos de CDBs prefixados de 06 a 20 de maio

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Prazo (meses)Taxa mínimaTaxa médiaTaxa máximaNúmero de títulosEmissor da maior taxa
39,31%9,31%9,31%1State Street Brasil
69,70%9,76%9,85%6ABC Brasil
129,70%10,26%11,50%7Sinosserra Financeira
2410,05%11,89%12,80%20Sinosserra Financeira
3611,31%12,33%13,40%18Sinosserra Financeira
Fonte: Quantum Finance

CDBs de inflação 

Mais escassos após dominarem o mercado no início de março, os CDBs atrelados à inflação pagaram menos na última quinzena ante o período anterior. Os títulos de três anos, que antes pagavam 5,56% mais IPCA, pagaram juro real de 5,42% no período analisado. Já a taxa média dos papéis de dois anos caiu de 5,45% para 5,43%. 

Retornos de CDBs indexados à inflação (IPCA) de 06 a 20 de maio

Prazo (meses)Taxa mínimaTaxa médiaTaxa máximaNúmero de títulosEmissor da maior taxa
245,15%5,43%6,00%12Haitong Brasil
365,25%5,42%5,70%6Haitong Brasil
Fonte: Quantum Finance