Publicidade
As taxas dos CDBs de longo prazo seguem em alta. Após uma decisão dividida pelo corte de 0,25 ponto percentual na Selic, o mercado precifica juros mais altos por mais tempo e os ativos bancários com vencimento em pelo menos um ano oferecem retornos maiores.
O movimento aconteceu nos CDBs pós-fixados (atrelados ao CDI) e prefixados. As taxas dos papéis de curto prazo, por outro lado, caíram.
Os dados estão em novo levantamento realizado pela Quantum Finance, a pedido do InfoMoney, que analisou 245 CDBs emitidos entre 6 e 20 de maio. A comparação das taxas é com a quinzena anterior, de 19 de abril a 3 de maio.
Continua depois da publicidade
Por que títulos curtos pagam menos?
Segundo Octavio Gomes, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital, há uma explicação para os movimentos em direções diferentes das taxas de curto e longo prazo: as incertezas sobre a capacidade do governo brasileiro de cumprir as metas fiscais e os juros americanos ainda em níveis altos pressionam os juros longos; ao mesmo tempo, a queda da Selic causa a queda das taxas de curto prazo.
“Os três indexadores têm espaço nas carteiras; hoje gosto mais dos ativos atrelados à inflação, seguidos de pós-fixados e, por último, prefixados”, diz Vinicius Romano, especialista em renda fixa na Suno Research.
Continua depois da publicidade
Já Gomes prefere os papéis atrelados ao CDI, “principalmente olhando para o prazo mais curto, já que temos previsão de Selic maior no próximo ano, impactada pela questão fiscal e, mais recentemente, pelos acontecimentos no Rio Grande do Sul”.
CDBs pós-fixados
Os papéis mais longos, com vencimento em três anos, entregaram taxa média de 102,18% do CDI na última quinzena, ante 101,75% na quinzena anterior. Já a rentabilidade média dos títulos com vencimento em dois anos subiu de 101,02% do CDI para 101,22%. Nos títulos de 12 meses, a alta foi de 99,34% do CDI para 100,21%.
Já no curto prazo, os papéis de três meses entregaram rentabilidade média de 99,63% do CDI contra 99,72% no período anterior. Em seis meses, a média caiu de 104,92% para 103,29%.
Continua depois da publicidade
O número de emissões subiu de 126 para 175 e os pós-fixados representaram 71,4% de todas as emissões.
Retornos de CDBs indexados ao CDI de 06 a 20 de maio
Prazo (meses) | Taxa mínima | Taxa média | Taxa máxima | Número de títulos | Emissor da maior taxa |
3 | 97,50% | 99,63% | 106,00% | 36 | BancoSeguro |
6 | 99,00% | 103,29% | 120,00% | 32 | Banco Master de Investimento |
12 | 90,00% | 100,21% | 115,00% | 56 | Banco BMG |
24 | 98,00% | 101,22% | 118,00% | 31 | Banco BMG |
36 | 90,00% | 102,18% | 110,00% | 20 | Haitong Brasil |
CDBs prefixados
Os prefixados seguem pagando o sonhado 1% ao mês, perseguido pelo investidor brasileiro de renda fixa. A taxa média dos papéis de três anos teve alta significativa, de 11,72% ao ano para 12,33%. O título com maior taxa pagava 13,40% ao ano.
Continua depois da publicidade
Nos papéis de dois anos, a remuneração média foi de 11,89% contra 11,22% quinze dias antes. A única queda nas taxas médias de prefixados foi dos títulos de seis meses. A remuneração recuou de 9,84% para 9,76%.
Entre 6 e 20 de maio, foram emitidos 52 prefixados.
Retornos de CDBs prefixados de 06 a 20 de maio
Continua depois da publicidade
Prazo (meses) | Taxa mínima | Taxa média | Taxa máxima | Número de títulos | Emissor da maior taxa |
3 | 9,31% | 9,31% | 9,31% | 1 | State Street Brasil |
6 | 9,70% | 9,76% | 9,85% | 6 | ABC Brasil |
12 | 9,70% | 10,26% | 11,50% | 7 | Sinosserra Financeira |
24 | 10,05% | 11,89% | 12,80% | 20 | Sinosserra Financeira |
36 | 11,31% | 12,33% | 13,40% | 18 | Sinosserra Financeira |
CDBs de inflação
Mais escassos após dominarem o mercado no início de março, os CDBs atrelados à inflação pagaram menos na última quinzena ante o período anterior. Os títulos de três anos, que antes pagavam 5,56% mais IPCA, pagaram juro real de 5,42% no período analisado. Já a taxa média dos papéis de dois anos caiu de 5,45% para 5,43%.
Retornos de CDBs indexados à inflação (IPCA) de 06 a 20 de maio
Prazo (meses) | Taxa mínima | Taxa média | Taxa máxima | Número de títulos | Emissor da maior taxa |
24 | 5,15% | 5,43% | 6,00% | 12 | Haitong Brasil |
36 | 5,25% | 5,42% | 5,70% | 6 | Haitong Brasil |