Aplicação mais popular do país já perdeu mais de R$ 15 bilhões este ano

Ao mesmo tempo que a poupança vem perdendo dinheiro nos últimos meses, aplicações como fundos de investimentos e Tesouro Direto estão no caminho oposto

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – A caderneta de poupança perdeu mais R$ 4,02 bilhões no mês de fevereiro. Segundo dados do Banco Central, foram R$ 186,017 bilhões em saques, ante R$ 181,996 bilhões em depósitos, resultando na  pior captação para o mês de fevereiro desde 2016, quando o saldo ficou negativo em R$ 6,63 bilhões.

No acumulado do ano, as retiradas já somam R$ 15,25 bilhões – em janeiro a poupança já havia perdido R$ 11,23 bilhões. Agora, o saldo da aplicação mais popular do país está em R$ 787,93 bilhões.

Ao mesmo tempo que a poupança vem perdendo dinheiro nos últimos meses, aplicações como fundos de investimentos e Tesouro Direto estão no caminho oposto. De acordo com dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o saldo líquido do setor de fundos aumentou em R$ 22,8 bilhões desde o começo do ano e agora.

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Já o estoque do Tesouro Direto cresceu quase R$ 2 bilhões em janeiro deste ano e atingiu R$ 54,9 bilhões. Desde janeiro de 2018 o estoque aumentou 16,26% – era de R$ 47,2 bilhões um ano atrás. Os números de fevereiro ainda não foram divulgados.

Para especialistas, por mais que haja uma tendência de saques da poupança no início do ano – por conta de despesas extras como IPVA, compras feitas no Natal, material escolar, etc –  o crescimento das outras aplicações mostra que as pessoas estão começando a avaliar investimentos mais rentáveis e vantajosos.

“O investidor descobriu que os títulos públicos têm rentabilidade bem superior, além de terem um mercado secundário que garante muita liquidez. É um caminho natural, que veio para ficar”, acredita o assessor de investimentos Daniel Cambraia, da Voga Investimentos. Invista no Tesouro Direto com taxa zero. Abra sua conta na XP, é GRÁTIS!

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Poupança não tem vantagens

A comparação entre a poupança e o Tesouro Selic – título público mais indicado para aplicação de investidores conservadores e que querem montar uma reserva de emergência – mostra que a poupança perde em todos os quesitos: rentabilidade, segurança e liquidez.

O retorno atual da poupança é de 70% da Selic mais a TR, o que neste momento significa 0,37% ao mês ou 4,55% ao ano.

Já o retorno do Tesouro Selic fica em 0,41% ao mês, ou 5% ao ano – já com o desconto do Imposto de Renda na alíquota mais elevada, de 22,5%.

A liquidez da poupança também é pior do que o Tesouro Selic. Ao mesmo tempo que a caderneta permite retiradas a qualquer momento, ela também tem um sistema que penaliza o investidor que precisa fazer saques com urgência.

Os depósitos da poupança possuem data de aniversário. Isso quer dizer que a aplicação só tem o rendimento creditado 30 dias depois do depósito, e sempre de 30 em 30 dias.

Por fim, em relação à segurança, o Tesouro Direto é o título mais seguro do ponto de vista de risco de crédito (calote do emissor). Isso porque ele é um título de dívida do Governo Federal – ou seja, você está emprestando dinheiro para o governo, que é o melhor de todos os pagadores.

No caso da poupança, o risco de crédito é do banco, que sempre vai oferecer menos segurança do que o país em relação a pagamentos de dívida – por maior e mais tradicional que seja a instituição.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip