Eleições: como aproveitar o resultado do 1º turno para ganhar mais na renda fixa

Com quase 50% dos votos no primeiro turno, o candidato Jair Bolsonaro mexeu com o mercado financeiro

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – A “quase eleição” no primeiro turno de Jair Bolsonaro (PSL) agitou o mercado financeiro. O Ibovespa teve alta de 4,82% na segunda-feira (8), o dólar fechou em R$ 3,77 e renda fixa viu suas próprias oscilações acontecerem de maneira dramática.

Na manhã seguinte ao resultado do primeiro turno, o Tesouro DI com vencimento em 2021 viu queda de 35 pontos, pagando 8,83%. O título com vencimento em 2025 caiu 65 pontos e ficou em 10,29%.

Enquanto isso, o IPCA+, que para a inflação mais uma taxa fixa, tinha taxa de 5,53% com vencimento em 2035 (antiga NTN-B Principal), contra 5,71% na tarde da sexta-feira da semana passada.

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Com essa queda abrupta, já existe a possibilidade de se obter ganhos turbinados para quem comprou os títulos lá atrás. Como a taxa é fixa, quem comprou antes está ganhando mais do que quem comprar agora – portanto, é possível negociar os papéis a taxas atraentes neste momento.

Quem não tem os títulos na mão, porém, deve tomar muito cuidado. Para a planejadora financeira pessoal Mariana Paulon, qualquer decisão de investimento baseada em um cenário pré definição do segundo turno por conta de uma movimentação na curva de juros pós primeiro turno “é especulativa e se aproxima mais de uma aposta de curto prazo do que em fundamentos econômicos, uma vez que a disputa presidencial não está concluída”.

Ela lembra não há como prever um movimento certo de compra ou venda de titulos, nesse momento, para se ganhar mais na renda fixa, “pois o mercado deve responder de maneira diferente dependendo do candidato vencedor”.

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“A estratégia mais segura nesse momento é proteger o capital ao invés de especular”, alerta Paulon a quem quer investir a partir de agora. “Uma opção são os títulos que pagam IPCA+, assim, independente do que aconteça com os juros nominais, você protege o seu capital garantindo o ganho real”, sugere.

Em outra frente, ela indica evitar pré fixados muito longos para não perder eventuais aumentos nas taxas a depender do candidato vencedor. Mas isso não significa fugir totalmente dos prefixados em geral.

Em seu programa na InfoMoneyTV na terça-feira da semana passada (2), o professor do InfoMoney Educação Roberto Indech sugeriu que CDBS prefixados com vencimento em 780 ou 900 dias estão com taxas interessantes, em até 11%. “Não acredito que em 2 anos a gente saia de uma Selic em 6,5% para 11%”, disse o professor, o que justifica a escolha destes prefixados. 

Para crédito privado, a dica de Paulon é investir em debêntures de empresas menos alavancadas e em bancos mais conservadores. Estes “tendem a ser mais resilientes quando é preciso enfrentar eventuais cenários de instabilidades econômicas e políticas”. 

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney