Quanto eu posso ganhar investindo R$ 100 mil?

Com a queda da taxa básica de juros, a escolha de produtos mais rentáveis se tornou ainda mais importante para quem quiser retornos maiores

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – Uma das principais diferenças entre um investidor que tem retornos elevados e aquele que consegue rendimentos ruins está na escolha dos produtos de investimento. Isso quer dizer que dois investidores com o mesmo perfil de risco podem ter retornos bem diferentes dependendo das aplicações que cada um escolher.

O InfoMoney conversou assessores de investimento sobre as melhores opções para quem tem R$ 100 mil para aplicar. Wilson Lima, assessor da Messem Investimentos com certificação CFP (Certified Financial Planner) lembra que com a queda da taxa básica de juros, que passou de 14,25% para 6,5% em pouco mais de um ano, a escolha de produtos mais rentáveis se tornou ainda mais importante para quem quiser retornos maiores. “Estamos falando de uma redução bem representativa de juros, um corte de mais de 50%. Muitas aplicações que eram interessantes naquele momento hoje começam a não fazer muito sentido e abrem espaço para diversas alternativas”, afirma.

Lima lembra que o investidor que escolher investimentos ruins como a caderneta de poupança ou CDBs que pagam um percentual baixo do CDI vão ganhar cada vez menos neste cenário de juros baixos. “Na poupança o investidor ganha aproximadamente 4,53% ao ano, já isento de IR”, destaca.

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Por mês, a poupança paga cerca de 0,37% ao investidor atualmente. Isso quer dizer que quem investir R$ 100 mil na caderneta recebe apenas R$ 370 de rendimento por mês com a taxa de juros atual – lembrando que estamos falando da regra nova da poupança, para depósitos efetuados a partir de maio de 2012.

 Já se optar por um investimento que paga 100% do CDI (Certificado de Depósito Bancário), o investidor terá um retorno de aproximadamente 5,44% ao ano (isso descontando o Imposto de Renda de 15% sobre o rendimento, supondo um resgate com prazo superior a 2 anos). Em valores, esse retorno seria equivalente a R$ 5.440 em um ano. Por mês, o investidor ganharia 0,41% – neste caso o retorno seria acima da poupança, mas ainda assim pouco atrativo.

Lembrando que o CDB que paga 100% do CDI é boa opção apenas no caso do dinheiro usado como fundo de emergência – aquela quantia que você deixa em aplicações com liquidez diária para usar em caso de uma necessidade urgente. Fora isso, o melhor é optar por CDBs que pagam um percentual maior do CDI – lembrando que será necessário deixar o dinheiro investido por mais tempo.

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Melhores aplicações
O investidor que escolhe um CDB que paga 120% do CDI conseguirá aproximadamente 6,55% ao ano de rentabilidade com a Selic nos níveis atuais (também já descontando o IR de 15%). “Lembrando que essa aplicação muitas vezes tem vencimento de 2 ou 3 anos, portanto é preciso deixar o recurso por um prazo mais longo”, diz Lima.

Outra alternativa para retornos maiores está no Tesouro Direto. Nesta modalidade, o investidor pode escolher títulos atrelados à inflação com vencimento em 2026 que atualmente pagam por volta de 4,8% ao ano mais a inflação pelo IPCA. “Considerando uma inflação anual de 2018 projetada em 4%, estamos falando de 8,76% ao ano. Estamos falando em 137.08% do CDI ao ano. Lembrando que essa aplicação paga juros semestrais ao investidor e sobre ela incide tabela de imposto de renda regressiva”, diz Lima. Portanto, considerando o desconto do IR, o investidor receberia por volta de 7,44% ao ano.

Neste caso, é muito importante se atentar que é preciso levar a aplicação até o vencimento para receber o valor exato que foi prometido na hora da compra. Caso precise retirar antes, o investidor receberá o valor de mercado do título, e poderá inclusive perder parte do valor principal investido. Por isso, aplicações em títulos prefixados do Tesouro Direto são aconselhadas para quem pretende deixar o dinheiro aplicado até a data do vencimento – ou então para investidores mais experientes que querem operar as taxas de juros e estão cientes das possíveis perdas.

Fundos multimercados

Com o cenário de juros atual, os investidores também podem optar por aplicações de médio risco para conseguirem retornos mais atrativos, afirma André Albo, sócio da Alta Vista Investimentos, também certificado com o CFP. “Os fundos multimercados podem buscar retornos em diversos mercados (juros, renda fixa, crédito, câmbio, bolsa, internacional) e com níveis distintos de risco e volatilidade. Esse tipo de fundo faz bastante sentido [no cenário atual]”, avalia.

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Wilson Lima concorda. “O investidor que quiser buscar ganhos elevados precisará assumir mais riscos”, diz. “A flexibilidade dos fundos multimercados possibilita ao gestor do fundo montar estratégias, conforme mudanças no cenário econômico”, continua.

Entre os fundos multimercados, Lima destaca o Adam Macro Strategy, do consagrado gestor Márcio Appel.  “No ano este fundo está performando a 9,43%, ou seja, 402,99% do CDI”, diz. O investidor que aplicou R$ 100 mil no começo do ano teve um rendimento de R$ 9.400 bruto aproximadamente, sem descontar o Imposto de Renda. É claro que isso não significa que o fundo vai continuar rendendo neste patamar nos próximos meses, mas o rendimento histórico é uma das maneiras de avaliar se vale ou não a pena aplicar em determinado fundo de investimento.

O fundo exige aplicação mínima de R$ 25 mil e está disponível na plataforma da XP Investimentos para aplicação.

Outro fundo que ele destaca é o Mauá Macro FIC.  “O fundo alcançou rentabilidade de 186% do CDI nos últimos 3 anos. Somente no ano de 2018 está rendendo 6,02%, ou seja, 259% do CDI”, afirma. “Atualmente fechado, o acesso a esse fundo pode ser feito pelo Mauá Macro Advisory FIC FIM, que replica a estratégia do Mauá Macro FIC FIM”, continua. O fundo também está na plataforma da XP.

 Fundos imobiliários e de ações

Na opinião de André Albo, o investidor que tem R$ 100 mil também pode olhar para aplicações em fundos imobiliários. “Estes fundos possibilitam o recebimento de renda com isenção de imposto de renda. Hoje em dia existem vários fundos em segmentos específicos (logística, shopping, corporativo, etc), nos quais os investidores podem diversificar seus ativos”, aconselha.

Por fim, para os investidores que têm um perfil mais arrojado o mercado acionário pode ser uma alternativa – mas é preciso ter certa cautela e colocar apenas uma parcela dos R$ 100 mil. Neste caso, os assessores também indicam a aplicação por meio de fundos de investimentos, já que os gestores têm experiência e conhecimento para escolher as melhores ações e o momento certo de comprar e vender. ”

“Os fundos de ações são indicados para investidores que tem objetivo de investimento de longo prazo e aceita flutuações de curto prazo. O investidor correrá mais riscos nessa aplicação em troca de buscar uma rentabilidade bem mais interessante do que a Renda Fixa comum”, diz Lima.

Um dos fundos deste tipo destacados pelo assessor da Messem é o Ibiuna Long Biased FIC FIM. “A performance do fundo no ano está em 16,10% e o Ibovespa está em 10,29% ao ano. Em comparação ao CDI, o fundo está acima dos 703% do CDI no ano”, diz.

Onde encontrar as melhores aplicações

Na plataforma das corretoras de valores é possível encontrar uma variedade enorme de investimentos de todos os tipos, como produtos de renda fixa que pagam as melhores taxas do CDI, fundos de investimentos dos gestores mais reconhecidos do mercado e produtos sofisticados e difíceis de encontrar nos grandes bancos, como COE (Certificado de Operações Estruturadas), debêntures incentivadas (isentas de Imposto de Renda) e CRIs (Certificado de Recebíveis Imobiliários).

Essas aplicações rendem mais do que os produtos que normalmente estão disponíveis para os clientes dos bancos e devem ser priorizadas pelos investidores que pretendem acumular dinheiro para ter um futuro mais tranquilo.

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Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip