Mudança em FGC afetará mais investidores do que as instituições, afirma vice-presidente do Banco Inter

A proposta em estudo e que tem grandes chances de aprovação limitaria a garantia a um volume global de R$ 1 milhão por CPF

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – As regras de cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) podem estar prestes a mudar, segundo informou o jornal Valor Econômico na terça-feira (12), e as alterações em estudo devem impactar negativamente muito mais os investidores em potencial do que as instituições financeiras, segundo Alexandre Riccio de Oliveira, vice-presidente do Banco Inter. 

A proposta em estudo e que tem grandes chances de aprovação limitaria a garantia a um volume global de R$ 1 milhão por CPF, com a cobertura de R$ 250 mil por emissor sendo mantida. De acordo com a publicação, a proposta ainda precisa ser aprovada em assembleia do FGC e ter o aval do Banco Central, que tem estudado os impactos de uma mudança como esta.

O CMN (Conselho Monetário Nacional) tem reunião marcada para o próximo dia 21 e a proposta pode ser incluída na pauta. Contatado pelo InfoMoney, assessoria de imprensa disse que o FGC não comentaria o assunto. 

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Para Oliveira, se a medida for aprovada, trará perdas principalmente para a parcela da população com pouco conhecimento em finanças e investimentos. “Entendemos que essa medida trará perda porque vai aumentar a necessidade de estudo da população sobre finanças, de tomada de decisão mais sofisticada. É uma perda para o sistema, já que mudança cultural e em mercado é difícil”, explica o vice-presidente do Banco Inter.

Segundo o jornal, a decisão de se fazer uma mudança ocorre por conta de um entendimento de que houve abuso da proteção oferecida e que o FGC se tornou uma peça de marketing para bancos menores captarem. Tudo isso tem incomodado os grandes bancos, enquanto o investidor tem negligenciado o risco.

“Entendemos que o FGC tem uma participação importante no aumento da competitividade do setor e na redução do spread, de criar cultura na população de que é possível fazer aplicação em instituição de pequeno e médio porte. As pessoas demoram um pouco a se acostumar com isso, mas tem efeito de longo prazo positivo para o sistema. Se for de fato aprovada, essa mudança vai alterar todo o envolvimento cultural e trazer uma série de pontos de interrogação aos investidores”, avalia Oliveira.

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Vale lembrar que, pela regra atual, o fundo garante depósitos de até R$ 250 por instituição financeira. Ou seja, é possível ser coberto de forma ilimitada desde que o investidor tenha aplicações em diferentes bancos e que em cada uma não seja ultrapassada este valor. O FGC garante depósitos em conta corrente, caderneta de poupança, CDB, LCI, LCA, letras de câmbio, letras imobiliárias, letras hipotecárias e operações compromissadas.