“É um pepino”, diz especialista sobre comprar imóveis para alugar

Para planejadora financeira, as pessoas precisam diversificar mais seus investimentos do que focar somente em comprar imóveis

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – Comprar um imóvel para alugar é, sem sombra de dúvida, um dos investimentos preferidos de muitos brasileiros que contam com uma boa quantia de dinheiro parada. No entanto, para a sócia da Par Mais Empoderamento Financeiro e planejadora financeira Annalisa Blando dal Zotto, esse é um tipo de aplicação que na maioria dos casos não faz sentido.

“Esse foco que o brasileiro tem em imóveis vem muito do histórico do nosso país, que já passou por crises de hiperinflação e confisco de aplicações financeiras, além do fato de que muitas soluções financeiras oferecidas pelo banco não são soluções, mas sim problemas”, crava a especialista no assunto. “O principal problema é a falta de educação financeira das pessoas”.

Um dos principais motivos que fazem com que imóveis para alugar sejam uma má opção, segundo a planejadora financeira, é o fato de que os gastos são muito subestimados na hora de fazer a aplicação. “A rentabilidade é baixa demais e existem gastos com manutenção, com condomínio quando há vacância, com impostos e com a corretora imobiliária que acabam com o rendimento”, atesta.

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“O que era para ser um investimento lucrativo se torna um verdadeiro pepino. Caso o inquilino não consiga pagar o aluguel, isso pode acabar acarretando em uma longa briga na justiça também”, pontua. Outro ponto criticado por Annalisa é o fato de que a liquidez do mercado imobiliário é muito baixa. “Em uma emergência, esse dinheiro não estará disponível rapidamente, ou será necessário vender por um preço muito menor”, diz.

O que fazer com o dinheiro, então?
Em um momento que o país está com a taxa básica de juros em 14% ao ano, acaba fazendo muito mais sentido investir em títulos pós-fixados de renda fixa. “O risco é menor, a liquidez é maior e a rentabilidade nem se compara: mais de 1% ao mês nominal sem nenhuma dor de cabeça. O custo de oportunidade no país é elevado demais”, relata a especialista.

Mesmo assim, o investidor deve sempre procurar fazer uma boa diversificação em seus investimentos, de modo a garantir que não esteja com todo seu patrimônio imobilizado em uma única categoria de ativos. Para quem gosta do mercado imobiliário, uma opção mais interessante podem ser os fundos imobiliários, que contam com seus rendimentos isentos de imposto de renda e um valor muito mais acessível do que o preço para comprar uma propriedade sozinho.

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Também é importante buscar instituições financeiras independentes, que, geralmente, contam com taxas muito mais baixas e costumam oferecer produtos mais rentáveis do que os grandes bancos de varejo.

Quando faz sentido?
Annalisa explica que a compra de um imóvel para alugar faz mais sentido para pessoas próximas a se aposentarem que precisam de uma fonte de renda mensal. Mesmo assim, ela sugere a aplicação em imóveis comerciais e recomenda um estudo realista dos gastos e rentabilidade que será possível obter com o investimento, de modo a não ter muitas dores de cabeça no futuro.

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