Tesouro Direto paga 7% ao ano mais inflação, maior taxa em quase 5 anos

A NTN-B Principal com vencimento em 2035 pagava, na última terça feira (4), 7,05% ao ano mais o IPCA

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – A rentabilidade oferecida pelos títulos atrelados à inflação negociados no Tesouro Direto segue em alta e  atingiu o maior nível desde maio de 2009. A NTN-B Principal (título atrelado à inflação medida pelo IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo) com vencimento em 2035 pagava, na última terça feira (4), 7,05% ao ano mais o IPCA.

Já a NTN-B com vencimento em 2050 pagava 7,04% a.a mais a inflação do período, enquanto a NTN-B Principal com prazo em 2024 pagava 7% a.a mais o índice de preços. A diferença da NTN-B Principal para a NTN-B é que, na primeira, o investidor recebe todo o rendimento acumulado apenas no final do prazo do título. Já a NTN-B paga cupom de juros semestral – ou seja, o investidor vai recebendo, a cada seis meses, parte da renda dos títulos públicos que comprou.

O rendimento dos títulos públicos atrelados à inflação é reflexo da alta da Selic (taxa básica de juro) e das expectativas de aumento da inflação e, para muitos especialistas, o prêmio atual é uma boa oportunidade para investidores de longo prazo.

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“Os títulos mais longos são bastante convidativos, principalmente para a aposentadoria. O privilégio de ter um juro de 6% [ou mais] mais inflação em um título de 25 anos é algo que você não consegue em lugar nenhum do mundo”, afirmou o superintendente de renda fixa da Western Asset, Guilherme Abbud, em entrevista à revista InfoMoney concedida no final do ano passado.

No entanto, é importante se atentar para a característica de volatilidade destes papéis. Isto porque, apesar de serem títulos de renda fixa, existe oscilação dos títulos no mercado secundário e se o investidor precisar se desfazer da aplicação antes do vencimento, poderá perder dinheiro.

Funciona da seguinte maneira: a NTN-B é comprada por um preço definido no dia da compra (chamado PU – Preço Unitário). Na hora da aquisição, o investidor sabe quanto aquele título vai pagar de rendimento até o final do seu prazo – neste caso, estamos falando de 7% ao ano mais o IPCA, para as NTN-B longas.

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Se o investidor ficar com essa aplicação até o vencimento, ele receberá exatamente o valor que foi acordado no momento da aquisição, sem risco de perda . No entanto, se quiser vender antes, o preço deste título (PU) terá variações, reflexo do aumento dos juros ou das expectativas futuras de inflação. Digamos que daqui a um mês, a mesma NTN-B pague 8% ao ano mais inflação – neste caso, o seu título perderá valor, pois existem outros títulos idênticos pagando mais naquele momento.

A rentabilidade desses títulos nos últimos 30 dias reflete este movimento. A NTN-B Principal com vencimento em 2035 acumulou queda de 10,03% neste período. Já a NTN-B que vence em 2050 teve desvalorização de 6,45%.

Ao mesmo tempo, se daqui a algum tempo o juro pago pela NTN-B for menor do que 7% ao ano, seu título provavelmente vai valer mais no mercado secundário.  

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip