Está com pouco dinheiro? Existem boas opções de investimentos para você

Não dispor de uma quantidade elevada de recursos não é um empecilho para se tornar um investidor

Arthur Ordones

Pocket Money Left

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SÃO PAULO – Não dispor de uma quantidade elevada de recursos não é um empecilho para se tornar um investidor. Existem no mercado diversas aplicações que podem render mais do que a poupança – que piorou ainda mais depois das novas regras, e garante um retorno real (descontada a inflação) muito próximo de zero  – e que oferecem segurança ao investidor. Outras têm uma segurança menor e oscilam mais, mas também devem ser analisadas antes de você decidir onde vai investir seu dinheiro.

De acordo com o economista e especialista em investimentos, Richard Rytenband, pessoas com uma quantidade pequena de recursos disponível para investir (de mil a cinco mil reais) devem, primeiramente, se basear em dois pilares conceituais de investimento. “O primeiro pilar é investir em conhecimento. Estudar e aprender quais são os tipos de investimento existentes e quais são os riscos e benefícios de cada um deles. O segundo pilar é pensar em maneiras de aumentar os ganhos, seja com novos trabalhos ou até com o investimento em um negócio próprio. O importante é não acomodar-se com uma quantidade baixa de dinheiro”, explicou.

Tesouro Direto
Após investir nesses dois pilares, segundo o economista, as melhores opções nesse momento para esse público-alvo estão no mercado de renda fixa, mais precisamente em títulos pós-fixados com vencimentos de curto prazo.

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“Como há expectativas de um movimento de alta na taxa Selic (taxa básica de juros) e de contínuo crescimento da inflação, os títulos pós-fixados são os mais indicados, principalmente para o investidor com poucos recursos, afinal, eles oferecem mais segurança e não expõe a grandes perdas”, pontua.

O título pós-fixado do Tesouro Direto aliado à variação da taxa Selic é a LFT (Letra Financeira do Tesouro). Este título pode ser adquirido facilmente pela internet e o único prerrequisito é a abertura de conta em uma corretora autorizada a negociá-lo. Além das LFTs, o Tesouro também conta com os títulos pós-fixados aliados ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a NTN-B e a NTN-B Principal, e os prefixados NTN-F e LTN, que só são recomendados com a Selic em viés de baixa.

Os preços entre os títulos do Tesouro variam bastante, mas são acessíveis. Confira na tabela a seguir, com base no dia 22 de fevereiro:

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Título   Vencimento     Taxa de Compra (a.a.)     Preço Unitário Dia – Compra  
Indexados ao IPCA
NTNB Principal 150519 15/15/2019 3,62% R$ 1.810,22
NTNB Principal 150824 15/08/2024 3,97% R$ 1.445,59
NTNB 150535 15/05/2035 4,02% R$ 2.937,30
NTNB Principal 150535 15/05/2035 4,11% R$ 924,73
Prefixados      
LTN 010116 01/01/2016 9,01% R$ 782,34
LTN 010117 01/01/2017 9,24% R$ 712,14
NTNF 010123 01/01/2023 9,41% R$ 1.052,86
  Indexados à Taxa Selic  
LFT 070317 07/03/2017 -0,02% R$ 5.511,79

É válido lembrar que o preço de cada opção da tabela representa o valor de um título inteiro, mas o investidor pode optar por comprar apenas uma fração dele. A quantidade mínima de compra é a fração de 0,1 título, ou seja, 10% do valor, desde que o valor seja maior do que R$ 30.

O investidor também não pode esquecer-se de colocar na conta os valores das taxas e do Imposto de Renda. “Como é pouco dinheiro, os custos de transação, corretagem e até tarifas bancárias, insignificantes para grandes investidores, influenciam muito e fazem a diferença nesses casos. É importante colocar no papel cada um dos valores para ver se o investimento é viável”, aconselhou Richard.

Renda Variável
Segundo Rytenband, os Fundos de Índice, chamados de ETFs, constituem a melhor opção dentro do mercado de renda variável para quem dispõe de poucos recursos. “Os custos compensam e com certeza é uma boa opção. Vale fazer uma análise, estudar sobre e investir.”

Cada  ETF representa o “espelho” de um determinado índice de ações e esta pode ser uma alternativa interessante para investidores com pouco dinheiro dentro do mercado de renda variável, pois, pagando uma única taxa de corretagem, você consegue investir em ativo que replica um índice inteiro, ao invés de gastar uma grande quantia com os custos de ações individuais. No entanto, é importante lembrar que esses são ativos de renda variável e que não fornecem a mesma segurança e nem a rentabilidade garantida dos investimentos em Renda Fixa.

Todos os ETFs são compostos por 10 ações no mercado normal. No BOVA11, por exemplo, ETF do Ibovespa, o investidor precisaria de apenas 630 reais para aplicar nas dez cotas, sendo ainda permitida a negociação no mercado fracionário, com a quantidade mínima de uma ação, no valor de 63 reais.

Neste tipo de investimento também devem ser levadas em consideração e colocadas nas contas a taxa de custódia, corretagem e administração.

Por fim, para investir em ETFs também é preciso de uma conta em corretora, assim, podendo ser negociada a qualquer momento, no entanto, o investidor não tem como saber quanto o dinheiro vai render em um certo período de tempo, afinal, se trata de um mercado de renda variável.

Em relação a investir diretamente em ações, esta pode não ser uma boa ideia para quem tem pouco dinheiro disponível. Isso porque as taxas cobradas pelas corretoras não compensam para aplicações de baixo valor – você precisaria ter um lucro elevado penas para pagar o que gastou com taxas de corretagem e custódia.

Fundos de investimento
Os fundos imobiliários também podem ser uma boa opção para pequenos investidores, pois permitem o investimento no mercado imobiliário (comprando cotas de fundos que investem em grandes prédios comerciais, shoppings, galpões, etc) por um valor bastante acessível e por meio da bolsa de valores.  O valor das cotas varia em cada fundo, mas, normalmente, nas emissões iniciais, a cota sai por R$ 100. Comprar apenas uma não vale a pena por conta das taxas, mas o investidor pode adquirir, por exemplo, 50 cotas por R$ 5 mil.

Apenas como exemplo, as cotas do fundo BB Progressivo II, que investe em agências do Banco do Brasil e é um dos fundos mais líquidos da bolsa, estão precificadas a R$ 124,95 (cotação da última terça-feira -26). Se comprar 50 cotas, o investidor desembolsaria R$ 6.250 e teria acesso ao portfólio de imóveis do fundo, que é composto de agências e prédios comerciais locados para o banco estatal.

Entre as principais vantagens dos fundos, além da necessidade de baixo investimento, está o fato de a rentabilidade ser isenta de Imposto de Renda para pessoa física (com algumas exceções), o que faz uma grande diferença especialmente no cenário atual, de juros baixos e prêmios menores na maioria dos investimentos.

Além dos fundos imobiliários, os outros tipos de fundos (ações, multimercados e até alguns de renda fixa) também podem valer a pena para investidores que possuem poucos recuros, afinal, existem diversas aplicações que não exigem um tíquete de entrada tão elevado. Neste caso, o mais importante é pesquisar a taxa de administração e o histórico do fundo, para ver se vale a pena fazer a aplicação.

A (nem tão) boa e velha Poupança
Segundo o professor de economia do Ibmec, Gilberto Braga, dependendo do perfil do investidor com poucos recursos, a caderneta de poupança pode ser uma opção, apesar do seu baixo rendimento.

“Mesmo com os valores baixos, a caderneta de poupança pode ser vantajosa para quem não dispõe de muitos recursos, pelo fato de que com ela não se tem risco. Ela protege o recurso, é livre de IR, oferece praticidade na hora do resgate e tem a garantia do Governo contra quebras. Nenhum outro ativo oferece o mesmo grau de segurança. Apesar do baixo rendimento, pode ser o mais recomendado para este perfil de investidor, mas claro que existem exceções, portanto, outras opções”, concluiu.